Cinco ministros ligados à vice Cristina Kirchner apresentaram nesta quarta-feira suas renúncias ao presidente da Argentina, Alberto Fernández, que ainda deve decidir se as aceita, após o forte revés eleitoral nas primárias legislativas, que resultou em uma crise política dentro da aliança de centro-esquerda.
No domingo, nas primárias para eleger candidatos para as legislaturas de meio de mandato, a coalizão governista Frente de Todos (peronismo de centro-esquerda) obteve menos de 31% dos votos em todo o país, revelando uma rejeição do eleitorado muito maior do que imaginavam os líderes políticos e as pesquisas. A coalizão de centro-direita Juntos, do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), obteve 40% dos votos em nível nacional e levou cinco pontos de vantagem sobre o partido no poder na província da capital Buenos Aires, tradicional reduto peronista.
Como o voto na Argentina é obrigatório, as primárias se tornam uma espécie de pesquisa em grande escala. Nesse caso, o resultado faz com que o governo tema perder a maioria no Senado e impossibilita sua consolidação na Câmara dos Deputados quando, em 14 de novembro, terão eleições para uma renovação parcial do Congresso.
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