É de autoria da jovem escritora norte-americana
Veronica Roth a observação, tão interessante quanto significativa, que
determinou o título deste artigo: a mentira exige compromisso. De fato, quem
mente faz um pacto com essa falsidade, agravando de modo crescente seus
efeitos e a corrupção da própria consciência. O que descrevi ganha enorme
significado no campo político. Neste caso, a mentira pode fraudar a democracia
e determinar as mãos para onde vai o poder; pode frear e inibir a Justiça; pode
promover a injustiça e pode causar severos danos aos indivíduos e ao interesse
público.
Imagine agora, leitor, quanto mal pode advir quando
a mentira, corrupção da verdade, é repetida milhões de vezes por multidões que,
deliberada ou iludidamente, a reproduzem sem cessar como papagaios de
barbearia. Temos visto muito disso por aqui. Impeachment é um instrumento
constitucional da democracia, de rito lento e severo definido pelo STF, que
exige quorum elevadíssimo em sucessivas deliberações nas duas casas do
Congresso. No entanto, sua legitimidade vem sendo contestada através de uma
mentira que me recuso a reproduzir aqui em respeito ao leitor cujos ouvidos,
certamente, já doem de tanto a escutar.
Agora, um novo mantra está em fase de propagação. É
o tema deste artigo. Ouvi-o pela primeira vez há poucos dias: "Se Temer
assumir vai acabar com a Lava Jato". Ué! Em seguida ouvi novamente. E de
novo, e de novo. A mentira passou a ser difundida por uma nuvem de papagaios.
Em bem pouco tempo, como era de se prever, de tão repetida a mentira virou
assunto de entrevistas e comentários em rádio e TV. Ora, quem ouviu a mentira
várias vezes proferida por repetidores comprometidos, viva voz ou nas redes
sociais, e logo vê o tema sendo abordado em meios de comunicação, aos poucos
passa a entender como informação aquilo que repetidamente ouviu. É gigantesca a
disparidade de forças entre a verdade e a mentira incansavelmente proferida!
Vamos à verdade. Quem tentou controlar a operação Lava
Jato foi o governo. Quem manifestamente odeia o juiz Sérgio Moro são: a
presidente Dilma, o ex-presidente Lula, seu partido, seu governo e seus
seguidores.
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