Em reportagem intitulada "O apogeu do PMDB", a revista Veja conta em edição extra desta segunda-feira que o partido que aderiu a todos os governos nos últimos
trinta anos está na iminência de voltar ao Palácio do Planalto — de novo, sem
votos. Além da Presidência, comandará a Câmara e o Senado e já pensa até em
ficar no poder com as eleições de 2018 — desta vez, com votos.
Leia a reportagem de Robson Bonin:
Com a redemocratização do país, o PMDB, agremiação
originária da oposição consentida à ditadura militar, conheceu um período de
glória. Na segunda metade da década de 80, eram filiados ao partido o
presidente da República, escolhido em votação indireta realizada pelo extinto
Colégio Eleitoral, 95% dos governadores e os comandantes da Câmara e do Senado.
O PMDB gozava de uma hegemonia, mas ela era só aparente. Na primeira eleição
direta para presidente após a abertura política, a legenda nem sequer chegou ao
segundo turno. Saiu do Planalto abatida por denúncias de corrupção e pela
inflação galopante registrada no mandato de José Sarney, mas, mesmo assim,
nunca deixou de desfrutar do poder. Petista ou tucano, não houve mandatário
capaz de governar sem os peemedebistas. Eles se tornaram a eterna noiva
cobiçada, o parceiro preferencial, o aliado imprescindível à governabilidade
que vendia caro a sua mercadoria e, por isso, se transformou na marca simbólica
e efetiva do fisiologismo. O PMDB raramente se mostrou incomodado com esse
papel de coadjuvante. Era muito bem remunerado para representá-lo e, além
disso, nunca conquistou os votos necessários para retomar o protagonismo.
A apresentação do pedido de impeachment contra Dilma
Rousseff mudou um pedaço do cenário: o PMDB continua sem votos e sem povo, mas,
com o impedimento, o partido não só está pronto para assumir a Presidência da
República como planeja permanecer à frente dela por um longo período. Os planos
- e essa é a grande novidade e o grande desafio - vão além do eventual mandato
de Michel Temer. O PMDB prevê a confirmação do partido como o campeão de
prefeituras em 2016, a sua permanência no controle das duas Casas do Congresso
em 2017 e 2018 e, finalmente, a sua vitória na próxima sucessão presidencial,
em 2018. Seja com Temer, que recebeu menos de 100 000 votos na última eleição
para deputado que disputou, seja com outro nome. Postulantes à vaga de
candidato não faltam. Entre eles, estão o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e até
o senador tucano José Serra, que teria de mudar de legenda. Expressão maior das
ambições peemedebistas e há quinze anos na chefia do partido, Temer é a peça
central desse projeto. Sua meta inicial, caso ascenda ao poder, é fazer
exatamente o contrário do que vem sendo feito pelo PT em terrenos estratégicos.
Temer quer estabelecer uma relação harmoniosa com o Congresso, aproveitando-se
da experiência acumulada em três mandatos como presidente da Câmara.
Talvez pela euforia da hora, há peemedebistas no entorno
do vice que apostam até na possibilidade de o partido abandonar o apetite e
limpar a longa folha corrida de desserviços prestados no campo do dinheiro
público. Conselheiros de Temer avaliam que, com a estabilidade na economia e a
restauração do diálogo político, o PMDB resgatará o país do cadafalso, o que
lhe renderá dividendos eleitorais.
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5 comentários:
Só uma correção na capa da Veja: não foram 146 nãos, foram 137. O resto foi abstenção ou falta. Que isso fique bem claro.
Esta' doendo muito no pt perder o poder e ver o pmdb retornar ao dominio de fato do Brasil. E vai demorar para retornar. Espero que os brasileiros entendam de vez a sanha ideologica de pt, PC do B, e similar, como o rede e nao votem mais neles.
Teremos que engolir o pmdb (em minúsculas) novamente. Se o temer (em minúsculas) conseguir tirar este país do fundo do poço, dos males o menor. Daí a grande responsabilidade desse partido fisiológico, coronelista e corrupto mostrar competência em administrar essa crise avassaladora.
Vou torcer pelo meu país, mas com olhar crítico sobre o mandato do novo presidente.
Porque esse povo insiste em dizer que o Temer não foi eleito, que não é legitimado pelo voto do povo? Ele tem os mesmos votos da Dilma!!
CF 88, Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
um impeachmente manipulado e orquestrado pela rede globo, a mesma que ajudou a destruir a democracia nos anos 70, e apoiou a entrada de americanos em várias guerras, até hoje....... influenciando nos destinos mundiais através de manipulação cerebral e ondas de hertz impregnadas de valores anti democráticos e anti naturais
viva lula, viva pt
BERNARDO
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