A rejeição patrocinada pelo PTB é só o episódio final do abandono do barco petista de Tarso Genro

O que mais chamou a atenção na primeira eleição direta para prefeito de Porto Alegre depois da ditadura militar, 1985, foi a feroz disputa interna dentro do PDT pela indicação de vice na chapa de Alceu Collares. É que todos sabiam que se tratava de uma verdadeira nomeação. Pois o contrário acontece nesta eleição de 2014 para governador em relação ao PT, porque ninguém quer ser vice do governador Tarso Genro, conforme nota abaixo, postada ontem a noite pelo editor. Ele já foi rejeitado por Beto Albuquerque, Sérgio Zambiasi e Luís Lara. A nota a seguir da colunista de política do Correio do Povo, Taline Oppitz, diz que o PTB não quer abrir mão dos votos de Lara para a Assembléia, mas a verdade é que durante seus quatro anos de governo, Tarso não cativou o aliado. Repetindo o uso da usina de dossiês e da Polícia Federal do seu tempo de ministro da Justiça, tentou fazer o mesmo no governo, visando repelir, encurralar ou apenas domesticar aliados e adversários, mas acabou isolado e agora é rejeitado pelos próprios aliados, que um a um preferem ficar longe dos seus perigosos punhos. Do seu saco de maldades foram atacados diretamente os próprios presidentes do PDT, do PSB e do PTB. O troco já foi dado ostensiva e publicamente pelo PDT e pelo PSB, mas agora sai também, mais manhoso, por parte do PTB. O PTB até indicará outro nome, tirado da sua cartola de suplências, mas irá sem amor para a campanha de outubro. Leia a nota de Taline.

. A poucos dias do início do período das convenções, uma decisão do PTB deve alterar a composição da chapa majoritária, já dada como certa, do governador Tarso Genro na disputa à reeleição. A avaliação que tem ganhado cada vez mais força no PTB é que o partido não pode abrir mão dos votos de Luís Augusto Lara na disputa à Assembleia. Lara fez mais de 60 mil votos na última eleição e a estimativa é que chegue a 70 mil em outubro. Com este cenário, o partido pode acabar indicando a ex-prefeita de Santa Cruz do Sul Kelly Moraes, ao invés de Lara, como candidata a vice. 

. A confirmação deve ser feita até o dia 30. Segundo o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, coordenador executivo da campanha, o nome de Kelly não enfrenta resistências entre correntes petistas, pois a relação dela com o governo é boa, apesar da postura de oposição praticada por Marcelo Moraes na Assembleia. Ontem também circulava nos bastidores a possibilidade de reviravolta na indicação do candidato ao Senado, já que alas do PT mantêm esperança de ter Olívio Dutra como representante. Isso somente seria viabilizado, no entanto, segundo Pestana, se o PC do B fizesse manifestação pública abrindo mão da vaga, o que não ocorrerá.

Um comentário:

Anônimo disse...

Com todo o (possível) respeito, não seria o caso de ouvir o povo nas esquinas e vilas da "leal y valerosa"? A mim parece uma forma bem republicana de escolha, e não é? Um pouco tarde? Pois, as obras da copa, hummm precisa um desenho, ou deu para entender?

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