PF abriu inquérito para apurar vazamento para Zero Hora

ENTREVISTA: Delegado Ildo Gasparetto, superintendente da Polícia Federal no RS.

Polícia Federal abriu inquérito para apurar vazamento para Zero Hora.

Gasparetto - É o Políbio Braga ?

Sim.

Gasparetto - Estou lhe telefonando para dizer que acabei de enviar uma mensagem que esclarece sua nota sobre o Comandante da Brigada Militar, porque não houve grampo algum sobre os telefones dele, ao contrário do que o senhor informou.

Mas o jornal Zero Hora informou que o telefonema dele foi gravado pela Polícia Federal.

Gasparetto - O telefone gravado foi de um dos indiciados no caso da Operação Rodin, sob autorização judicial. A conversa ocorreu ali.

De qualquer maneira a conversação toda foi transcrita pelo jornal, embora esteja sob segredo de justiça. Isto não podia ter vazado. Foi um crime.

Gasparetto - Está sob segredo de justiça, mas o senhor sabe que advogados, réus e autores têm acesso aos autos.

Mas nenhum deles pode vazar nada, porque incorreriam em crime. Neste caso, a Polícia Federal precisa abrir inquérito para investigar, apurar e descobrir quem vazou.

Gasparetto - Já abrimos o inquérito.

Quando ? Porque ontem o senhor disse na Rádio Gaúcho que iria esperar pelo Ministério Público Federal.

Gasparetto - Abrimos ontem. Ontem mesmo falamos com o Ministério Público e ficou pacífico que o inquérito deveria ser aberto.

E o jornal que vazou um caso sob segredo de justiça.

Gasparetto - O senhor conhece o dispositivo constitucional que protege as fontes.

Sim, mas o dispositivo não protege o cometimento de crimes, como o que foi cometido, porque eu mesmo fui envolvido pela reportagem, num caso em que não tenho nada com a história, simplesmente porque fui citado como um jornalista que poderia veicular uma nota desejada pelo grampeado. Acho isto inaceitável.

Nota do editor - Há apenas dois anos, o editor foi intimidado pela Polícia Federal do RS e ouvido em inquérito, oficialmente, para abrir a fonte de informações e documentos que recebeu a respeito de atos realizados pelos Correios do RS. O editor se negou a abrir a fonte. Num caso semelhante sobre o Banrisul, o editor também foi intimado, mas neste caso pela Polícia Civil, a mando do governo Olívio Dutra, do PT, houve negativa igual.

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