O volume de vendas do varejo restrito recuou 1,0% em
maio, excetuada a sazonalidade, segundo os dados da Pesquisa Mensal do Comércio
(PMC) divulgados ontem pelo IBGE. O resultado ficou bastante abaixo das
expectativas do mercado e da nossa projeção, de alta de 0,4% e de estabilidade,
respectivamente, de acordo com coleta da Bloomberg. Em relação ao mesmo período
de 2015, houve queda de 9,0%. Seis dos oito setores pesquisados contribuíram
negativamente para o declínio na margem, com destaque para o segmento de
Livros, jornais, revistas e papelaria, que caiu 2,7%, ampliando as quedas dos meses
anteriores. Já as vendas de Hipermercados, supermercados, produtos
alimentícios, bebidas e fumo ficaram estáveis em maio, após elevação de 1,0% em
abril. Em contrapartida, Tecidos, vestuário e calçados subiram 1,5% no período,
sucedendo avanço de 3,9% no mês anterior. Em termos nominais, a atividade
varejista restrita ficou praticamente estável em relação a abril, ao recuar
0,1%, também descontados os efeitos sazonais. Assim, a receita do setor acumula
elevação de 4,2% neste ano. Quando analisamos o crescimento semestral
anualizado, a receita avançou 4,4% no período, sugerindo, apesar da
desaceleração em relação à expansão de 6,0% observada no mês anterior, alguma
retomada do consumo das famílias à frente. Tal processo deve ser fortalecido
pelos sinais positivos recentes de estabilização mais rápida que a esperada do
mercado de trabalho, com menor ritmo de elevação da taxa de desemprego e saldos
menos negativos da geração de emprego formal, medida pelo Caged. Já as vendas
reais do varejo ampliado, que englobam todos os setores, apresentaram queda
menos intensa, de 0,4% na margem, na série livre de influências sazonais. O
resultado foi suavizado pelo avanço de 1,0% de Veículos e motos, partes e
peças. No sentido oposto, o segmento de Material de construção mostrou retração
de 0,4% no período, de menor magnitude que a verificada nos últimos meses. Na
comparação interanual, o volume do varejo ampliado caiu 10,2%.
Diante do
resultado abaixo do esperado, os economistas do Bradesco, projetam hoje uma modesta queda de 0,1% do IBC-Br (proxy
mensal do PIB calculada pelo Banco Central) em maio, tendo em vista inclusive a
estabilidade da produção industrial no período.
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