Por Rodrigo Rangel e Otávio Cabral:
Na semana passada, a Justiça Federal abriu processo contra nove envolvidos no escândalo dos aloprados, aquele em que petistas foram presos em São Paulo, às vésperas das eleições de 2006, quando se preparavam para comprar um dossiê fajuto que serviria para enredar políticos do PSDB com a máfia que fraudava licitações no Ministério da Saúde. A decisão sugere que mais uma jogada rasteira de petistas interessados em se perpetuar no poder à base de práticas escusas - entre as quais o mensalão desponta como exemplo mais degradante - será, depois de seis anos, finalmente punida. Ledo engano. Os aloprados levados às barras dos tribunais são militantes de baixo escalão e meros tarefeiros a serviço de próceres do partido. Eles vão responder a um processo manco, que não esclarece duas das principais dúvidas relacionadas ao caso: quem encomendou a trapaça eleitoral e de onde saiu o dinheiro que financiaria a operação. Se essas questões não forem explicadas, restará a certeza de que compensa investir no vergonhoso vale-tudo que impera na política brasileira. Afinal, como castigo, só uma arraia-miúda do PT ficará pelo caminho.
Os aloprados - como foram batizados pelo ex-presidente Lula depois de descobertos pela Polícia Federal - agiram em setembro de 2006 numa tentativa de implicar o tucano José Serra, ex-ministro da Saúde e então candidato ao governo de São Paulo, com a quadrilha que desviava recursos públicos direcionados para a compra de ambulâncias. Os petistas portavam 1,7 milhão de reais para comprar papéis falsos destinados a macular a imagem do tucano. À frente da ação figuravam assessores próximos de Lula e do atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que à época disputavam, respectivamente, a reeleição presidencial e o governo paulista. Essa operação para atingir os adversários foi um dos muitos tiros no pé disparados pelo partido, talvez o mais exemplar deles.
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4 comentários:
Pagot recua e
pode se tornar
‘alvo’ na CPMI
Após se negar a esclarecer em reunião paralela as acusações que fez ao PT e PSDB, o ex-diretor do DNIT Luiz Antonio Pagot poderá se tornar alvo na CPI do Cachoeira
Eu acho que há um engano aí.
A PF e todos nós identificamos quem é o chefão; ele estava no Palácio do Planalto.
Ocorre que uma coisa é saber quem é o chefão, outra coisa é poder provar materialmente quem é o chefão; para fins de justiça criminal a prova da materialidade e da autoria devem ser conclusivas.
Provar o envolvimento da raia miúda é fácil, já dos chefes e mandantes sempre é difícil, basta ver todos os casos de crime organizado, onde as cadeias de comando são compartimentadas e os chefes, via de regra ficam protegidos por seus comandados.
O máximo que a PF conseguiu chegar foi no nome de Aluízio Mercadante, mas a Justiça achou insuficiente o que se reuniu de provas contra ele e o excluiu do processo.
Por outro lado é fácil constatar que nossa Justiça é muito boazinha com eses bandidos que estão envolvidos na política.
Por favor, informe sobre movimentação na praça Tahrir hoje...
Os aloprados de hoje são os " Gregórios Fortunatos " do século passado. Quem era o chefe ?
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