Artigo - A volta da indexação e das máquinas remarcadoras de preços

* Clipping, Estadão, segunda, Alexandre Barros.

Título original - Escorregando na manteira, ladeira acima.

As recentes decisões do governo são parecidas. Ajustem seus pés, vocês, que gostam de refrigerantes, micro-ondas e ar-condicionado, porque os impostos desses produtos subirão. Preparem-se os que gostam de automóveis, porque será mais barato comprá-los. Tudo tem consequências que transbordam os limites da decisão. Em troca, uns sentirão mais calor, outros engarrafarão mais as ruas e estradas. Em economia tudo funciona assim: uma decisão tomada aqui repercute lá. Algumas vezes, meses depois.

Quando foi anunciada a decisão de aumentar os impostos dos refrigerantes, o burocrata entrevistado disse que os reajustes serão reavaliados anualmente, em 1.º de outubro, quando os novos valores devem ser anunciados. Sua ressalva foi tão idiota quanto inútil: disse que o fato de o governo elevar os impostos não significa, necessariamente, que produtores e comercializadores tenham de aumentar os preços para os consumidores. Idiota porque o que ele já adiantou é que o governo prevê a inflação em velocidade que demandará uma avaliação anual para aumentar os impostos. Inútil porque, se os produtores sabem que o governo lhes vai apertar o sapato dos impostos, eles repassarão o aperto aos clientes, nos preços.

O aspecto mais sério da decisão foi anunciar, com 16 meses de antecedência, que em 1.º de outubro de 2013 o governo anunciará qual vai ser o aumento do imposto.Foi dada a partida oficial para o vício da reindexação. Ela nunca foi totalmente abandonada, mas estava mais moderada e envergonhada.
 Os produtos valem o que as pessoas querem pagar por eles. Se o imposto for alto, mas o desejo for maior, o consumidor compra mesmo. Já baixar os impostos funciona, porque as pessoas que desejam muito sabem que terão o prazer que querem por um preço mais baixo. A escolha não será entre consumir um ou outro, mas, sim, entre como e em quanto se endividar paracomprar o que se quer.

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Um comentário:

Surfista Prateado disse...

Alexandre Barros deve ser retardado. Ora, se existe uma alíquota, digamos, de 30% sobre o refrigerante, e o preço dele sobe, devido à inflação de R$ 3,00 para R$ 4,00, automaticamente o imposto arrecadado passa de R$ 0,90 para R$ 1,20. Ou seja, o imposto foi aumentado. O que o governo está fazendo é não só aumentar o imposto, porque este aumenta automaticamente com qualquer subida de preço, mas aumentar as alíquotas, e isso NADA tem a ver com inflação, e sim com ROUBO, porque já aumento proporcional de imposto quando há inflação. Alexandre Barros deveria levantar as patas da frente antes de escrever um artigo. O que ele faz é enganar o mais ingênuo fazendo de conta que o aumento da alíquota é necessário porque houve inflação, o que é FALSO, ou seja, ele faz o jogo dos petralhas, ou porque é mal intencionado, ou porque é simplesmente BURRO.

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