Jornal O Estado de S.Paulo
13 de Julho de 2009
Por Carlos Alberto Di Franco
Gay Talese, um dos fundadores do New Journalism (novo jornalismo), uma maneira de descrever a realidade com o cuidado e o talento de quem escreve um romance, foi a grande estrela da Festa Literária Internacional de Paraty. Sua crítica da mídia pode parecer radical e ultrapassada. Mas não é. Na verdade, Talese é um enamorado do jornalismo de qualidade. E a boa informação, independentemente da plataforma, reclama talento, rigor e paixão.
Segundo Talese, a crise do jornalismo está intimamente relacionada com o declínio da reportagem clássica. "Acho que o jornalismo e não o Times, está sendo ameaçado pela internet", disse Talese à revista Época. "E o principal motivo é que a internet faz o trabalho de um jornalista parecer fácil. Quando você liga o laptop em sua cozinha, ou em qualquer lugar, tem a sensação de que está conectado com o mundo. Em Pequim, Barcelona ou Nova York... Todos estão olhando para uma tela de alguns centímetros. Pensam que são jornalistas, mas estão ali sentados, e não na rua. O mundo deles está dentro de uma sala, a cabeça está numa pequena tela, e esse é o seu universo. Quando querem saber algo, perguntam ao Google. Estão comprometidos apenas com as perguntas que fazem. Não se chocam acidentalmente com nada que estimule a pensar ou a imaginar. Às vezes, em nossa profissão, você não precisa fazer perguntas. Basta ir às ruas e olhar as pessoas. É aí que você descobre a vida como ela realmente é vivida."
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2 comentários:
Não concordo com Gay Talese.Qualquer um pode ser jornalista sim.Um indivíduo que vive oprimido em uma ditadura tem como armas unicamente sua coragem e seu celular ou computador.Sua notícia sempre tem mais teor de verdade que por exemplo um repórter de grande rede que escolhe um ângulo da notícia e a partir daí desenvolve o seu trabalho dito jornalístico.O problema é que a verdade é subjetiva para muitos jornalistas.Vejam o caso de Honduras:Tem uma jornalista da CNN que tem vínculos com os sandinistas,é a chefe do serviço jornalístico na América Central da CNN e deturpou o quanto pode o caso de honduras tão somente por que seu ponto de vista era monoliticamnete alinhado ao legalmente destituido presidente de Honduras.Creio que o jornalismo viverá isso sim dias de glória e liberdades sem par quando as pessoas começarem a fazer seus jornais,comentários,blogs,twitters contando o seu lado na questão e caberá a nós descobrir o que há de fato de verdade e mentira.Vide o caso da perseguição sistemática de ZH contra a governadora "bilionária" Yeda,um caso típico de jornalismo de uma grande empresa com viés de imprensa marrom.
Cabe lembrar que o primeiro jornalista da história foi um grego que acompanhou uma desastrada tentativa de um príncipe Persa de chegar ao poder.Este grego fazia parte do exército de mercenários gregos que foram ganhar uns pilas lutando pelo príncipe Persa.Como tudo acabou em uma batalha e o cofre morreu na mesma batalha,tiveram de se retirar em meio aos inimigos antes de regressarem ao amado pago grego.Tudo isto foi descrito com exatidão pelo grego que é considerado o primeiro jornalista.Ele era apenas um grego com boa cultura que foi junto com o exército desventurado só isso.É por isso que qualquer um pode ser um jornalista.Qualquer um pode ser desde que tenha um nível cultural razoável,saiba a língua materna e alguma estrangeira bem e seja acima de tudo fiel aos acontecimentos(o que está faltando hoje em dia,infelizmente....)e que faça o favor de tornar o leitor mais inteligente e não mais bitolado principalmente por ideologias(aqui acuso a esquerda de parcialidade temerária e perigosa).
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