O governo Lula abriu mão de R$ 12,5 bilhões de impostos para enfrentar a crise econômica de 2008. Ele abriu caminho para que o governo Tarso Genro também adote a tese revisionista de que incentivo fiscal não é um pecado mortal quando aplicado para manter competitiva a economia local mas, antes, pode ser uma virtude do capitalismo.
Vale a pena examinar as declarações que fizeram nos últimos 30 dias os secretários estaduais da Fazenda e do Desenvolvimento do governo do PT sobre desonerações fiscais.
. “Se for para atrair, conservar e ampliar empresas, tudo vale a pena, se a alma não for pequena”, parecem repetir em coro os secretários Odir Tonnolier e Mauro Knijnik.
. O governador Tarso Genro não fica muito atrás.
. É o PT em plena contradição.
. Na Assembléia, liderados pelo intratável e turrão líder Raul Pont, líder da facção mais xiita do PT, a bancada do PT alvejou de modo implacável os adversários “neoliberais” que ousavam aderir à guerra fiscal. O deputado Raul Pont costumava explicar desta forma a sua posição (leitura livre):
- Os empresários precisam vir ao RS por causa das nossas qualidades próprias.
. No último e desastrado governo do PT, o então governador Olívio Dutra foi ainda mais explícito em discurso na Federasul:
- O lucro não passa de um pecado mortal e tudo que leva a ele é mal vindo.
. O novo governo do PT não pensa deste modo, porque pensa do mesmo modo que os governos de Simon, Britto, Rigotto e Yeda.
. É o que você saberá lendo o projeto que o governador Tarso Genro enviará à Assembléia para mudar o Fundopem, a fim de que o Fundopem continue como é.
- O estudo do link a seguir, “La política fiscal em tiempos de crises", publicado pela revista da Cepal de dezembro, ampla análise sobre as desonerações fiscais (incentivos fiscais) usadas como "nunca, antes, neste País", pelo governo Lula para enfrentar a crise global de 2008. São 16 páginas recheadas de tabelas e gráficos. O enfoque do estudo não é a desoneração fiscal, mas a análise sobre os efeitos macroeconômicos do superávit primário”. CLIQUE AQUI
2 comentários:
Caro Políbio:
Mas o tal de Olívio é mesmo insuperável: 'Lucro pecado mortal' só na cabeça oca desse pinguço que, na condição de bancário, pelo que me consta, nunca gerenciou uma agência e foi governador. No ponto, nós gaúchos, também somos insuperáveis.
O PT foi o partido que surgiu para ser oposição, sabiam perfeitamente reclamar e ser contra a tudo e a todos. Quando a nova ordem surgiu, subiram ao poder e não tinham a menor habilidade para lidar com a cadeia de comando.
Tar$o Genro aprendeu rápido o gosto pelo dinheiro e pelo poder, fruto de sua estada em Brasília como ministro do governo Lula. Também foi rápido em descobrir que o Estado não gera divisas mas sim, as administras.
Por observação, aprendeu que lucra mais com o capitalismo do que com seu ranço pseudo-socialismo. Dinossauros e outros xiitas, vão retrucar os caminhos que a turma de Tar$o tentará seguir aqui no RS. Mas o Governador, sabe que sua única chance para galgar o apogeu está neste curto reinado gaucho.
Ainda afirmo que sua superação estará se ele conseguir conciliar a atração de investimentos com a manutenção dos empregos já existentes. Neste caminho existe bem mais buracos a serem tapados que somente política. É preciso uma visão macro-econômica, principalmente ter consciência de que a logística em nosso estado é um problema e que os incentivos fiscais, com ou sem guerra, são a realidade que deverá enfrentar. Sua brilhante e indispensável sacada virá se ele conseguir atender aos pequenos empresários e torná-los fortes e competitivos. As grandes empresas, já tem privilégios no estado, não é por isto que deverão ser esquecidas, mas os pequenos que sempre foram relegados por todos os governos anteriores, precisam desta alavanca. O papel desempenhado pelo SEBRAE é no mínimo patético, frente ao que será preciso fazer. Não acredito que em tão pouco tempo de mandato (4 anos) serão suficientes para apascentar a megalomania de todo governador dos pampas, sem exceções. É aí que conseguiremos ver se Tar$o veio para fazer a diferença ou simplesmente para ser mais um.
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