O jornal Zero Hora terá que se explicar pela “deliberada” confusão que fez na reportagem que vai a seguir transcrita na íntegra.
. Ao informar sobre a viagem do superintendente da Polícia Federal para Curitiba, visando interrogar o amigo do lobista Lair Ferst que lhe mandou R$ 200 mil, o jornal avançou sobre a entrevista concedida ontem pelo corretor Marcelo Albert, o homem que vendeu a casa de Yeda Crusius, misturando as duas coisas de uma maneira inédita e sem nexo causal algum. Faz isto sem a menor advertência ao leitor, porque sequer o título da matéria trata disto. No texto não existe o menor gancho ou sequência que permita a mistura.
. As duas informações não têm nada a ver uma com a outra, a menos que o jornal tenha cometido sintomático ato falho ou esteja decidido a requentar a boataria investigada e desmentida pela própria Polícia Federal (pelo próprio corretor na entrevista de ontem, da qual participou a repórter de Zero Hora) de que Lair Ferst teria entregue um cheque de R$ 400 mil para ajudar a comprar a casa. Neste caso, o leitor estaria diante de um claríssimo crime comum e de um exemplo jamais visto antes de jornalismo marrom.
LEIA o que postou Zero Hora no seu site desta manhã (11h40m):
Superintendente da PF irá a Curitiba interrogar amigo de Lair
Gasparetto acompanhará o depoimento do empresário que teria emprestado R$ 200 mil ao lobista
Adriana Irion adriana.irion@zerohora.com.br
O superintendente da Polícia Federal (PF), Ildo Gasparetto, viaja no domingo para Curitiba (PR), onde deverá acompanhar o depoimento do empresário que teria emprestado R$ 200 mil ao lobista Lair Ferst. Ainda não está definido o dia em que o empresário, que é gaúcho, mas mora na capital paranaense, será ouvido. Gasparetto levará para a PF do Paraná uma carta precatória solicitando o depoimento dele. O empresário será intimado a dar explicações sobre a transação que teria feito com Lair. O lobista, um dos 40 réus do processo da fraude do Detran, recebeu em seu nome duas ordens de pagamento de R$ 100 mil cada. Afirmou que se tratava de um empréstimo de um amigo para pagar despesas pessoais. Lair foi impedido de sacar o dinheiro, bloqueado pela Justiça a pedido do Ministério Público Federal (MPF). A PF quer saber a origem do dinheiro e confirmar se era mesmo de propriedade do empresário. As autoridades não acreditam na versão de que o valor era destinado a despesas de Lair. A empresa que intermediou a venda da casa da Rua Araruama para a governadora Yeda Crusius, em 2006, deu nesta sexta-feira esclarecimentos sobre o negócio. O sócio-proprietário, Marcelo Albert, confirmou que o imóvel chegou a ser anunciado por R$ 1 milhão, mas como não houve interessados, o então proprietário, o engenheiro Eduardo Laranja, decidiu reduzir o valor para R$ 850 mil. Yeda procurava, segundo Albert, imóveis na faixa de R$ 650 mil a R$ 750 mil. Ele referiu que, inicialmente, Yeda não demonstrou interesse pela casa por ela estar com valor acima do que o casal Crusius podia pagar. O negócio foi fechado por R$ 750 mil, em dezembro de 2006. Tramita no Ministério Público de Contas (MPC) um procedimento para apurar possíveis irregularidades envolvendo a compra da casa.
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