Clipping/ Jornal do Brasil
19/08/2008
"Estou de saco cheio da zona sul do Rio"
Morando em São Paulo, Lobão ataca o modo de vida carioca, Gil e a bossa nova
Durante a passagem de som para sua apresentação no festival Mada, em Natal, na sexta-feira, Lobão não largou da guitarra e orientou, com gestos, o novo guitarrista Lineu de Paula, sempre pedindo a ele mais intensidade na execução de músicas já naturalmente densas. Foi com essa mesma intensidade que o cantor, hoje morando em São Paulo, desancou o Rio de Janeiro em entrevista ao Jornal do Brasil.
O João Gilberto, que gravou sua música ‘Me chama’, vai tocar no Rio...
– Na verdade ele assassinou a música, né? Cortou até o "nem sempre se vê lágrimas no escuro", porque não entendeu. Tem que dessacralizar esse cara e essa coisa da bossa nova, que não passa de uma punheta que se toca de pau mole. Não tem ninguém que o João Gilberto tenha chamado mais para ir na casa dele do que eu. E eu nunca fui.
Mas você não gosta de bossa nova?
– Bossa nova é uma língua morta, assim como essas bandas de choro e samba que existem hoje, que ficam tocando naquele lugar sujo que é a Lapa. Tem que parar com essa coisa de ficar lambendo o saco de universitário marxista branquelo, essa coisa loser manos, petista, que virou maioria no Brasil. Porque o Brasil é o país da culpa católica, um país em que se valorizam as pessoas feias.
E o Gilberto Gil? O que você achou da saída dele do ministério?
– O Gil, cara... isso vem, para mim, antes de ele ser ministro. Ele é falso, vem com aquele discursinho de "a rebimboca da parafuseta" e não fala coisa com coisa. E ficam as pessoas falando "Nossa, você viu como ele é culto, como fala bem?". O Gil não fala nada, enrola todo mundo. O Caetano é que é legal. A gente já brigou muito mas ele vai lá, fala, se defende.
CLIQUE aqui para ler a entrevista completa de Lobão no Jornal do Brasil.
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