A esta altura dos acontecimentos, é nisto que se
transformou a greve dos caminhoneiros — uma 'greve jaboticaba', que une a
esquerda e a extrema direita.
Para uns, trata-se de um movimento contra o preço do
diesel. Para outros, uma luta contra todos os impostos. Para um terceiro grupo,
um protesto contra a corrupção e o Governo Temer. E, para os mais desconectados
da realidade (ou traumatizados por ela), um apelo a uma intervenção militar.
Quando a sociedade sequer consegue concordar sobre o
significado de um movimento, a saída do atoleiro se torna inegociável. O
Governo não tem interlocutores confiáveis, e qualquer medida tomada será sempre
insuficiente para alguém. O tecido social — os laços que nos unem enquanto país
civilizado — está rasgado, permitindo a entrada de todo tipo de vírus, como o
oportunismo, o populismo e o niilismo.
É verdade que os grevistas e seus simpatizantes estão
certos em suas inquietações.
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