Entrevista a Naércio Menezes
A combinação histórica de instituições políticas que
beneficiam a elite em detrimento da população; a enorme descrença da sociedade
em um sistema que repetidamente nega oportunidades de desenvolvimento aos mais
pobres; a falta de acolhimento e o desincentivo à criança na escola; e o
abandono dos jovens ao aprendizado do crime. Esses são alguns dos fatores que
ajudam a explicar a raiz dos erros que levaram o país à profunda crise
econômica, política e institucional em que se encontra, na visão do economista
Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Instituto
de Ensino e Pesquisa (Insper).
“Que país é esse? Você tem milhares de jovens nas
cadeias, entupidas de gente aprendendo a roubar cada vez mais. Corrupção
generalizada entre os políticos, crise econômica profunda”, questiona Naercio,
que tem dedicado uma série de artigos a tentar mapear os caminhos que trouxeram
o país ao preocupante quadro atual. Ele cita a obra dos acadêmicos americanos
Daron Acemoglu e James Robinson, “Why nations fail” (“Por que as nações
fracassam”), para tentar explicar a resistência da desigualdade social no
Brasil que, para ele, está no centro da causa de grande parte dos problemas.
“O brasileiro não confia no outro. E parte disso vem
desse processo de grande concentração de renda, de ativos, nas mãos de poucas
pessoas. E de poucas oportunidades para a grande maioria da população”, afirma
Naercio. “Existem as instituições políticas extrativistas, que existem para
preservar o poder econômico e político nas mãos de uma elite. E tudo isso é
muito difícil de ser mudado”.
O “momento crucial de virada”, que Acemoglu e Robinson identificam
na história de vários países, como Inglaterra e a França, ocorrerá para o
Brasil quando se priorizar educação e proteção dos jovens e o crescimento
econômico inclusivo — em que a riqueza beneficia todas as camadas da população
— tanto por governantes, quanto por economistas.
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5 comentários:
O iate de Batista que foi para Miami, de nome "Why not" faltou o complemento - Why not steal - por que não roubar... Roubar no Brasil vale a pena.... A tv mostra detentos saindo da prisão por 3 dias de folga..., e fala que a segurança da cidade foi reforçada.... É uma piada....Uma pena que não posso ir embora desse país para um lugar sério.
Aqui não existe economista nacionalista que defenda a educação de sua população. Eles não aceitam que a SELIC acompanhe o padrão mundial, pois o lucro de seus donos, os banqueiros, diminui. Esses canalhas defendem apenas os bancos e as taxas de juros reais que há décadas estão entre as mais altas do mundo. O brasileiro trabalha para pagar juro para rentista. Essa é a realidade do Brasil desde os anos noventa.
E o Meireles Friboi quer emplacar uma reforma previdenciária que vai deixar 80 % da população fora do sistema.
Baita baboseira.....
Verdade...
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