“Vós amais o que é fácil”, reclama a certa altura do seu famoso poema “Cântico Negro”, o poeta português José Régio. Essas palavras sempre me vêm à memória quando vejo quantas pessoas, mesmo nas situações mais complexas, têm uma explicação na ponta da língua, um juízo de valor pronto, uma sentença final e definitiva.
Para os que amam o fácil, os fatos são absolutos, não contêm mediações, não comportam abordagem diversa ou versão que não esteja contida no repertório - em geral estreito - das suas próprias convicções. Os que amam o fácil leem a orelha dos livros, as manchetes dos jornais, quando muito o "lead" da matéria. É quanto lhes basta para, de toda sorte, terem confirmadas as suas impressões e opiniões.
Contextos mais amplos não lhes servem, nem mesmo para confirmar as suas teorias como define a escritora Anaïs Nin: "Os fatos não são como são, são como nós somos".
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