Rodrigo Janot, o chefe do MPF, cheio de cuidados, disse que a PF só pode ouvir Lula como testemunha.
Pouco importa.
É sempre um começo.
Leia as razões da PF para investigar Lula:
O ESCALÃO DE CIMA
Autor: RODRIGO RANGEL E HUGO MARQUES
A Polícia Federal quer saber se Lula se beneficiou do
esquema de corrupção da Petrobras — montado no seu governo —, que abasteceu o
seu partido e cujas empresas envolvidas o ajudaram a se tornar um homem muito
rico
O presidente Lula estava em Buenos Aires quando soube da
notícia. A Polícia Federal quer interrogá-lo em um dos inquéritos que apuram o
maior escândalo de corrupção da história do país. Segundo o delegado
responsável, está mais do que evidente que o esquema de desvio de dinheiro da
Petrobras tinha como objetivo a perpetuação no poder e o enriquecimento dos
políticos. A dedução é óbvia: quem estava no poder quando o esquema foi criado,
em 2004, eram Lula e o PT. Os diretores da Petrobras que facilitavam as tramóias
foram nomeados por Lula com o aval do PT. Os políticos beneficiados eram todos
da base de apoio ao governo. Por tudo isso, escreve o policial, "a
investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa
do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que, na condição
de mandatário máximo do país, pode ter sido beneficiado pelo esquema em curso
na Petrobras, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para
seu governo".
Investigar se Lula "pode ter sido beneficiado pelo
esquema" é apenas um cuidado retórico dos policiais. Estão mais do que
demonstradas as relações do ex-presidente com todos os personagens do petrolão
— os políticos, os partidos, os diretores corruptos da Petrobras, as empreiteiras.
Vantagens para si? Em 2006, a campanha de reeleição de Lula recebeu 2,4 milhões
de reais em doações clandestinas a partir dos desvios da Petrobras. Vantagens
para seu partido? O tesoureiro do PT recolheu em apenas uma das diretorias da
Petrobras o equivalente a 800 milhões de reais em propina. Vantagens para o governo? Lula — e depois Dilma
— governaram com a cumplicidade de boa parte do Congresso, cujos parlamentares
eram religiosamente remunerados com propinas oriundas da Petrobras. Além disso,
é inimaginável que um esquema dessa dimensão nascesse por geração espontânea e
funcionasse sem o conhecimento dos governantes. Evidentemente, não era assim.
Falta apenas unir os pontos para chegar à cadeia de comando. E os muitos
caminhos que já se apresentaram conduzem ao mesmo ponto.
Preso
pela Operação Lava-Jato, o então diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar foi
flagrado combinando uma versão para os pagamentos feitos pela empreiteira ao
Instituto Lula. Também foi gravado conversando com o próprio ex-presidente.
Nada mais natural. Durante anos, Lula e o executivo formaram uma parceria de
sucesso em jornadas empresariais no exterior. O petista defendia os interesses
da empreiteira na América Latina e na África. Já a Odebrecht retribuía com
pagamentos generosos. Conforme VEJA revelou, foram repassados, entre 2011 e
2014, 2,8 milhões de reais à empresa de palestras de Lula, o maior valor
desembolsado pelas construtoras investigadas no escândalo do petrolão. Essa
simbiose, como se sabe, está sob investigação do Ministério Público, que
suspeita de tráfico de influência e recebimento de vantagens indevidas por
parte do ex-presidente ao abrir fronteiras de negócios para a Odebrecht. Além
da polícia, a CPI do BNDES, instalada na Câmara, promete esquadrinhar o caso.
Na semana
passada, a comissão aprovou a convocação de Taiguara Rodrigues dos Santos,
filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, amigo de Lula na juventude e
irmão da primeira mulher do ex-presidente. Os deputados querem saber como
Taiguara, chamado de "o sobrinho de Lula" por funcionários do governo
e de empresas, conseguiu ser contratado para trabalhar em obras realizadas pela
Odebrecht. Uma dúvida pertinente, já que ele, antes de cair nas graças da
empreiteira, ganhava a vida como pequeno empresário especializado em fechar
varandas de apartamentos. Uma reportagem de VEJA mostrou que Alexandrino
Alencar, o parceiro de Lula nos giros internacionais, contribuiu para a
ascensão de Taiguara. Num e-mail enviado a servidores da cúpula da Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), o próprio
Taiguara diz que a Exergia Brasil, empresa da qual é sócio, tem como principal
cliente a Odebrecht. Em seguida, avisa: "Na semana passada, fui convidado
pelo doutor Alexandrino da Odebrecht pra ir a Cuba, visitar suas obras e,
claro, prospectar o mercado como um todo".
É a
primeira vez que vem a público um relatório da Operação Lava-Jato mencionando
Lula como possível beneficiário do esquema. O documento nomeia um a um os
principais ministros dos governos Lula e Dilma que aparecem citados nas
investigações, seja como beneficiários, seja como facilitadores do esquema de
corrupção. O delegado Josélio Azevedo lista declarações prestadas pelo doleiro
Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, segundo as
quais o Palácio do Planalto tinha conhecimento do esquema, como revelou uma
reportagem de VEJA em outubro do ano passado. É justamente ao fazer menção ao
que seria o topo da cadeia que a polícia pede autorização ao Supremo Tribunal Federal
para interrogar Lula.
A PF
pediu para ouvir os depoimentos do ex-chefe de gabinete de Lula Gilberto
Carvalho, da ex-ministra Ideli Salvatti e do ex-ministro José Dirceu — o
"capitão do time" de Lula, condenado no escândalo do mensalão e preso
preventivamente por envolvimento no petrolão. "Os fatos evidenciam que o
esquema que ora se apura é, antes de tudo, um esquema de poder político
alimentado com vultosos recursos da maior empresa do Brasil", diz o
documento. O delegado ressaltou que a presidente Dilma Rousseff só não consta
da relação por causa de uma decisão recente do ministro Teori Zavascki, do STF,
acolhendo parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que, numa
tese controversa, entendeu que a presidente não pode ser investigada por estar
em pleno exercício do mandato. Assim como Lula, a campanha de Dilma foi acusada
de ser beneficiária do petrolão e há políticos aliados envolvidos até o pescoço
no esquema. De Buenos Aires, Lula comentou as suspeitas da Polícia Federal:
"Não me comunicaram nada".
Todos os
caminhos levam a...
O
DOLEIRO
Alberto
Youssef foi o primeiro a citar nominalmente Lula e a presidente Dilma Rousseff
no caso. Segundo ele, tanto o ex-presidente quanto sua sucessora tinham
conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras
O AMIGO
O
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa revelou a proximidade do pecuarista
José Carlos Bumlai, amigo e administrador financeiro da família do
ex-presidente, com o lobista Fernando Baiano, um dos operadores do petrolão
O BRAHMA
Mensagens
em poder da Polícia Federal revelaram que Léo Pinheiro, executivo da OAS, uma
das empreiteiras envolvidas no escândalo, tinha tanta intimidade com Lula que
se referia ao ex-presidente peio apelido de Brahma
RELAÇÕES
FINANCEIRAS
Léo
Pinheiro fez favores pessoais ao ex-presidente, como a reforma de um sítio em
Atibaia (SP) e a conclusão de um tríplex no Guarujá (SP), e até contribuiu num
socorro financeiro a Rosemary Noronha, amiga íntima de Lula
BÔNUS
Entre
2011 e 2013, o Instituto Lula recebeu 3 milhões de reais da empreiteira Camargo
Corrêa a título de "bônus eleitorais", segundo documentos apreendidos
na contabilidade da construtora, também envolvida no escândalo
O
SOBRINHO
Taiguara
Rodrigues, sobrinho de Lula, largou a vida de pequeno empresário que reformava
apartamentos, criou uma empresa de engenharia e fez fortuna como parceiro da
Odebrecht, outra empreiteira do escândalo
A
CAMPANHA ELEITORAL
A
tesouraria de Lula em 2006 recebeu 2,4 milhões de reais do coordenador do clube
do bilhão, o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC. Como nas máfias, havia até
senha para a entrega do dinheiro: "caneco" ou "tulipa"
ALEXANDRINO
ALENCAR
O
executivo da Odebrecht, que está preso, foi flagrado combinando uma versão para
os pagamentos feitos pela empreiteira ao Instituto Lula
PALESTRAS
As
empreiteiras envolvidas no escândalo pagaram 10 milhões de reais por palestras
de Lula depois que ele deixou o governo. No total, a empresa do ex-presidente
faturou 27 milhões de reais em quatro anos
TENTÁCULOS
Além do próprio Lula, ministros, diretores de estatal,
deputados, senadores e partidos políticos ligados ao ex-presidente são
investigados por suspeita de envolvimento no escândalo que desviou 19 bilhões
de reais da Petrobras
7 comentários:
CANA PRA ESSE VAGABUNDO...NÃO, MELHOR DIZER, PRISÃO PARA ESSE VAGABUNDO...FALAR EM CANA ELE PODE ATÉ GOSTAR!
Cuidados de retórica por parte da PF e interrogar Lulla Mollusco 9dedos51 Brahma como testemunha, como quer o pseudo-Procurador Janotinha, é muito melindre com o melliante. E também investigar a Ruimsseff, porque ali tem. Vamos lá, PF, MPF e STF, façam seu papel. Para isso vocês existem. Todos são IGUAIS perante a lei. Vamos acabar com essa de fôro privilegiado que só serve para tornar allguns mais iguais.
Dito isso, pergunta-se : quando é que essa turma TODA irá a julgamento? Está faltando o quê mesmo para enquadrar o Chefão??? Ou ainda têm dúvidas de que ele é o caput de todo o esquema?
Ô Ô Ô Ô Ô....TÁ CHEGANDO A HÓÓÓÓRA...
O BRAMA A DILMA JÁ VÃO PRO XADRES
COM TODA A COMPANHEIRADA...
PREPAREM-SE, ACHO QUE NO MOLE NÃO SE ENTREGAM,A RAPSDURA É GRANDE E ELES TEM DINHEIRO ROUBADO PARA COMPRAR QUEM FOR PRECISO.
Isso não é desvio ou roubo, é pilhagem é curioso é o melindre dessa gente em pegar o maior traidor que está Pátria já teve.
PAGO PRA VE, INTERROGAM MAS NAO VAI DAR EM NADA, TEATRO PURO, PT APARELHOU TUDO, TÁ TUDO DOMINADO, TSE, TCU, STF....
"O lulismo, que vicejou na nossa resistência ao capitalismo, é essencialmente desonesto."
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