O editorial a seguir é da Folha deste domingo. Ele defende a realização de um tipo de Exame da OAB para que os médicos possam exercer a profissão. É o que defende também o editor desta página. Chegou a hora de submeter os médicos ao Exame da Ordem, ou seja, do seu Conselho de Medicina. As punições impostas pelo MEC a quatro cursos de medicina, inclusive sobre o da Ulbra, de Canoas, demonstram que a população corre risco e precisa ser protegida.
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Formação dos médicos.
O MINISTÉRIO da Educação acaba de punir quatro cursos de medicina por deficiências no ensino. A Universidade de Marília (Unimar) e o campus de Itaperuna (RJ) da Universidade Iguaçu (Unig) tiveram seus vestibulares de medicina suspensos. Na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas (RS), e no campus de Nova Iguaçu da Unig haverá corte de vagas para os ingressantes.Além desses cursos, outros sete serão notificados para que assinem termos de compromisso. Se não sanearem os problemas, poderão sofrer sanções.O rigor com instituições educacionais em áreas sensíveis tarda, mas é bem-vindo. As medidas são resultado do processo de supervisão dos cursos de medicina iniciado em 2007 pelo MEC. Em abril, uma comissão foi formada para supervisionar os 17 cursos do setor que obtiveram conceitos 1 e 2 (numa escala que vai até 5) no Enade, que avalia o conhecimento de universitários.Os principais problemas encontrados foram o número reduzido de leitos em hospitais destinados ao estágio dos alunos, a falta de docentes em regime integral e suspeitas em relação à correção do vestibular.Não é surpresa que o MEC tenha constatado essas deficiências. A ampliação acelerada dos cursos superiores nos últimos anos atendeu a uma demanda reprimida na sociedade, mas comprometeu a qualidade do ensino em muitos cursos -por falha do próprio ministério, que não tomou os devidos cuidados no momento de autorizar esses cursos.Além de agir com rigor em áreas de notória importância social, como é o caso da medicina, é preciso que o país dê outros passos nesse quesito. Há muito tempo se discute a implantação de um exame, após a conclusão do curso, para a habilitação ao exercício clínico, nos moldes do teste que já existe para os advogados.É hora de transformar essa idéia sensata em realidade.
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