Conheça esta (estranha) entrevista de Zero Hora.

Se a reportagem de Zero Hora desta quinta-feira foi instrumentalizada pelo MST e PT para implodir a nomeação do coronel Paulo Mendes para o Tribunal Militar do Estado, de nada adiantou o esforço, porque a nomeação já saiu e foi assinada pela governadora Yeda Crusius.

. A entrevista a seguir e a reportagem de hoje do jornal, parecem demonstrar que o governo age em função do que os jornalistas escrevem. A reportagem de Irion é futrica de jornalismo marrom, inconsistente e sonega dados fundamentais sobre o episódio, inclusive a referência a nomes que o jornal não quer ou não pode milindrar. Fosse como acha o jornal, Yeda nomearia o sr. Nelson Sirotsky seu primeiro ministro e não faria nada do que está fazendo no Estado. A experiência do Correio do Povo, na agonia do sr. Breno Caldas, deveria ensinar a RBS a trabalhar com menos arrogância.

- O jornal Zero Hora e a jornalista Adriane Irion violaram o segredo de justiça determinado sobre o processo pelo juiz singular do caso. Trata-se de um crime. O segredo de justiça é uma proteção legal conquistada duramente pelas sociedades democráticas e civilizadas e integra o ordenamento jurídico de todos os Países, mesmo os mais atrasados da África. Não há quem não o respeite. Apenas Zero Hora faz isto, sob a alegação de que "alguém" (cadê o Manual de Redação do jornal ?) passou cópias adiante, como se o jornal não soubesse que é inaceitável juridicamente invocar a torpeza dos outros para justificar a sua própria. Jornais e jornalistas não estão acima da lei e a proteção constitucional do direito de expressão não autoriza a violação da lei e dos princípios constitucionais de natureza distinta, mesmo quando isto é do interesse de Brasília.

CLIQUE AQUI para ler a reportagem de Zero Hora de hoje sobre o assunto.

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Postado em 10/12/2008, 10:15:

Na noite desta quarta-feira a repórter Adriana Irion, do jornal Zero Hora, da RBS, o principal do RS, ligou para a casa do editor, que a atendeu no seu iPhone e gravou tudo. Adriana Irion é uma das repórteres políticas mais experientes do jornal. Ela explicou que Zero Hora estava de posse de transcrição de gravações feitas pela Polícia Federal sobre a publicação de notas de apoio ao coronel Paulo Mendes, comandante da Brigada Militar. A repórter queria saber se a nota redigida em abril sobre a invasão da Fazenda Southal, tinha sido "pedida" pelo secretário do Governo de Canoas, Chico Fraga, ou pelo publicitário Roner Anderson, da agência Plenna, que atende a conta da prefeitura de Canoas. O editor já publicou dezenas de notas fustigando o MST e apoiando o coronel Paulo Mendes. O grave do telefonema e da revelação de Zero Hora nem sequer é o acesso privilegiado a novas gravações da Polícia Federal (ninguém mais possui as fitas), mas a aparente informação de que o coronel Paulo Mendes está na linha de tiro da principal repartição dirigida pelo ministro Tarso Genro.

LEIA parte da conversa pelo gravada no celular deste jornalista:

Adriana Irion - É o Polibio Braga ?

Sim. Quem é ?

Adriana Irion - É a Adriana Irion, repórter de Zero Hora.

Pode falar.

Adriana Irion - Gostaria de conferir uma informação com o senhor.

De que se trata.

Adriana Irion - O senhor publicou uma nota no seu blog, em abril, dizendo que o MST não teria invadido a Fazenda Southal, caso o coronel Paulo Mendes estivesse em Porto Alegre. O coronel estava na Rússia.

Sim ?

Adriana Irion - Quero conferir com o senhor se esta nota foi pedida por Chico Fraga (Chico Fraga é secretário do governo do prefeito de Canoas).

Não foi.

Adriana Irion - E o senhor Roner, o senhor conhece ?

Sim, é o dono da Plenna, agência de publicidade que tem a conta da prefeitura de Canoas.

Adriana Irion - Pois bem: o senhor Roner fez este pedido ao senhor ?

Não fez.

Adriana Irion - A Polícia Federal tem uma gravação que registra um telefonema do sr. Chico Fraga ao sr. Roner, pedindo-lhe que interviesse junto ao senhor para publicar a nota.

Ninguém me pediu nada. A nota tem fonte ? Não tem. Ela é minha. Eu já produzi dezenas de notas atacando o MST e defendendo o coronel Paulo Mendes.

Adriana Irion - O senhor se lembra se a nota saiu também na mídia impressa (a repórter referia-se à coluna do jornal O Sul) ?

Não lembro. Eu não decido isto no jornal.

Adriana Irion - Bom, era isto. Obrigada.

Nota do editor - Esta é apenas parte da gravação que o editor fez da conversa com Adriana Irion as 21h43m desta quarta-feira. Há mais. Está tudo no arquivo do iPhone. O telefonema de Irion apareceu uma hora depois da nota postada pelo editor sobre o combate da RBS à proposta do Duplica RS.