Está muito enganado quem acha que os holandeses costurarão durante os três próximos meses apenas um plano de uso das hidrovias gaúchas, sem partir para dois desdobramentos que decidem quando um plano é feito para ficar no papel de outro que é feito para ser estartado para valer, pela ordem:
- Um plano de negócios, que irá muito além da questão do transporte hidroviário, atuando sobre toda a logística de transporte relacionada com a área.
- A mobilização de dinheiro (investidores nacionais e estrangeiros) para botar tudo em movimento.
. O governo tem buscado com persistência o apoio holandês. A viagem da governadora Yeda Crusius foi a terceira visita a Amsterdam em menos de dois anos. Muitas outras visitas dos holandeses foram feitas a Porto Alegre.
. Vale a pena lembrar que a Holanda é o País que mais tirou proveito do correto manejo econômico das suas águas. Basta sublinhar que ¼ do seu território foi capturado do oceano. Seus portos são os mais importantes da Europa.
. O RS passa por uma conjuntura extraordinariamente favorável no que diz respeito ao transporte hidroviário e marítimo. Isto decorre de três circunstâncias únicas bem materiais e em pleno andamento (não são planos): 1) a chegada das mega-papeleiras e todo o seu cluster, com investimentos já anunciados e em andamento, calculados em mais de US$ 6 bilhões, que já deixaram claro que apostarão pesado na logística do transporte hidroviário e marítimo. 2) a instalação do pólo naval de Rio Grande (construção de plataformas oceânicas, navios petroleiros e embarcações de apoio). 3) a decisão irrevogável do governo de elevar de 5% para 15% a fatia do modal do transporte hidroviário no bolo do transporte total do RS.
. Quem viver, verá.
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