As gravações apresentadas na CPI do Detran foram manipuladas

O deputado Pedro Pereira (foto), do PSDB, desconfia que a seletiva separação dos áudios dos grampos feitos no âmbito da Operação Rodin e apresentados na CPI do Detran teve o dedo de policiais federais. Como se sabe, a Polícia Federal está sob o comando do ministro Tarso Genro, que é do mesmo Partido, o PT, do presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira. Ambos são políticos de Santa Maria, onde, aliás, fica a sede da UFSM, de onde saíram os cérebros do mal do escândalo do Detran. É possível que o deputado Pedro Pereira tenha razão em suas desconfianças? É possível. Afinal, os episódios dos dossiês contra Serra (Aloprados), do Clube da Cidadania, das Cuecas e do Mensalão, comprovam que o PT é capaz de muita coisa. E provas da ajuda ?

O VELOZ NEPOMUCENO - O deputado Pedro Pereira não tem provas, mas ele desconfia de que algo muito tenebroso e estranho ocorreu entre terça e quarta-feiras. É que num período de apenas 24 horas, tempo durante o qual o jornalista Marcelo Nepomuceno, encarregado pessoalmente pelo presidente da CPI de examinar um CD com 1.000 ligações telefônicas, pinçou delas as assombrosas 32 ligações que expuseram graus variados de relacionamento entre os protagonistas da Operação Rodin e o secretário Geral do governo Yeda, Delson Martini. A voz, o som, “curiosamente” exigidos para exibição pelos deputados Alexandre Postal e Cássia Carpes, antes que do CD tivessem conhecimento (?), foi o fator determinante da convocação de Martini para depor na segunda-feira.

. Nesta quinta-feira, o deputado Fabiano Pereira, presidente da CPI, distribuiu cópias dos CDs para todos os deputados.

SERÃO NECESSÁRIOS 5 PROFISSIONAIS E TRES DIAS PARA REPETIR O QUE FABIANO FEZ EM UM DIA - O editor desta página montou na tarde desta quinta-feira uma equipe de 5 profissionais e neste momento comprovou que a história que o deputado Fabiano Pereira contou sobre o trabalho secreto do jornalista Marcelo Nepomuceno é uma história da carochinha. Por que razão ? Eis como estão dispostas as mil ligações telefônicas gravadas no CD:


- Apenas o nome do telefone de partida
- Apenas as duas vozes da interlocução

. Isto significa que será preciso listar em primeiro lugar os números, para em seguida procurar o material decupado e nele identificar os dois sujeitos da conversação, para em seguida selecionar o trecho correspondente do áudio.

. Pois bem, a equipe de 5 profissionais investiu 10 horas apenas para listar 1/3 dos números, mas já percebeu que serão necessárias outros três dias para checar cada seqüência com o material decupado, comparar texto e áudio e identificar os interlocutores. A equipe desta página consultou pelo menos três gabinetes de deputados que receberam o CD e constatou que suas dificuldades são iguais.

. O jornalista Marcelo Nepomuceno fez tudo isto em menos de 24 horas, num trabalho solitário. Esta página paga um título do Clube da Cidadania para quem conseguir fazer o mesmo serviço – inclusive selecionando diálogos que citem Martini – em apenas 24 horas.

OS IDIOTAS NÃO MORAM TODOS DO MESMO LADO DA CIDADE - Alguma coisa de sombria envolve esta história toda. Alguém fez todo mundo de tolo, porque se considera mais esperto ou porque a ética burguesa não tem valor algum para quem quer mudar a sociedade ?

. Trata-se de um jogo perigoso, porque os idiotas não moram todos do mesmo lado da cidade. É um jogo de cartas marcadas. Pode haver crime, porque neste caso há a fumaça do mau direito. A idéia é restringir ao governo Yeda Crusius a responsabilidade pelo escândalo do Detran. Se isto acontecer, todo mundo irá para casa satisfeito e a pax gaúcha estará novamente acertada.

. A maioria da CPI e até a Comissão de Ética da Assembléia precisam fornecer algumas respostas urgentes à opinião pública:

. O jornalista Marcelo de Luca, a mando do deputado Fabiano Pereira, examinou o mesmo CD fornecido aos demais deputados e em menos de 24 horas produziu a seleção apresentada na CPI ? Caso isto não seja verdade, quem ajudou o deputado Fabiano Pereira e com que objetivo ?

. O objetivo da seleção foi comprometer Delson Martini para abrir a guarda do governo Yeda Crusius e fornecer aos deputados Postal e Cassiá os argumentos de que precisavam para mudar de lado na CPI.

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