Perdão a multinacionais abre crise na Receita Federa. Subsecretário protesta e renuncia ao cargo.

Os repórteres David Friedlander e Mariana Carneiro assinam a reportagem desta sexta na Folha de São Paulo, na qual informam que o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Caio Marcos Cândido, deixou ontem o cargo fazendo um tremendo barulho. Leia tudo:

Numa mensagem publicada no correio interno do fisco, que chega a todos os auditores do país, reclamou sem meias palavras da ingerência externa em decisões do fisco. A Receita nega que sofra interferência externa.

. A área até ontem chefiada por Cândido é uma das mais sensíveis na estrutura da Receita. Responsável pela política de fiscalização do Fisco, decide as empresas e setores que devem passar pelo pente-fino dos auditores e aplica as autuações nos infratores.

. "Há algum tempo estava incomodado com a influência externa em algumas decisões, com prevalência em algumas vezes, sob meu ponto de vista, de posições menos técnicas e divorciadas do melhor interesse. Assim, melhor voltar para casa com a certeza do dever cumprido e de ter combatido o melhor combate", escreveu Cândido.

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7 comentários:

Anônimo disse...

E as doações para 2014 como andam ...

Anônimo disse...

Que sirva de exemplo para outros postos de trabalho público. Sobre o que esta sendo feito, típico de PeTralha.

Anônimo disse...

Será que é sinal de desespero atrás de dinheiro?Pegaram a Prefeitura de São Paulo e agora irão desesperadamente tentar pegar o Governo de Sâo Paulo e do Rio de Janeiro.Será que é para cobrirem o rombo do Governo Federal?

Anônimo disse...

Precisam de caixa para 2014, o bicho vai pegar !

Anônimo disse...

Inadimplência menor melhora previsão de compras de Natal:

Como Lula disse no vídeo que postei há pouco, é possível que você não tenha lido a notícia, publicada com enorme discrição.

É que, com toda a alta dos juros que vem sendo promovida pelo Banco Central, a inadimplência dos brasileiros não para de cair.

O Serasa divulgou a redução média de 2,8% no “calote” em setembro, a quarta baixa seguida. Desde junho, as taxas de queda foram de 4%, 3,5%, 5,5% e, agora, estes 2,8%. Em relação ao mês de setembro de 2012, a queda atingiu 10,8%, revertendo a alta do início do ano.

O índice deste mês é o menor desde maio de 2011 e sinaliza um final de ano com o consumidor mais equilibrados com seus compromissos de cartões de crédito, contas de luz, água e telefone, e dividas bancárias.

E, portanto, um Natal menos desaquecido do que muitos esperavam, alguns meses atrás.

Anônimo disse...

É a tal da contabilidade criativa que não passa de uma pirâmide financeira que uma hora vai estourar e infelizmente não teremos para onde fugir desta mega falcatrua!

Anônimo disse...

O valor da "bondade" é suficiente para construir mais de 100 (cem) metrôs em POA.

Governo tenta abafar crise na Receita Federal Agência Estado Adriana Fernandes; colaborou Renata Veríssimo A A A
Um dia depois de terem afirmado que as três operações bilionárias de parcelamento de dívidas sancionadas pela presidente Dilma Rousseff na quarta-feira são ineficazes e motivadas por razões políticas, dois funcionários do alto escalão da Receita - o subsecretário de Arrecadação, Carlos Roberto Occaso, e o subsecretário substituto de Tributação e Contencioso, Fernando Mombelli - assinaram nota oficial distribuída à imprensa desdizendo tudo.

Foi dessa forma que o governo enquadrou os dois funcionários e buscou abafar uma crise que fermenta há vários meses no órgão. Ela ganhou proporções maiores com a exoneração do subsecretário de Fiscalização, Caio Marcos Cândido, que antes de perder o cargo distribuiu correspondência a colegas criticando "interferências externas" na Receita, segundo mostrou ontem (11) o jornal Folha de S. Paulo.

O descontentamento da cúpula do Fisco foi exposto mais fortemente anteontem (10), durante as explicações técnicas sobre três operações de parcelamento - Refis da crise, das multinacionais e dos bancos - que somam R$ 680 bilhões. Saindo do script combinado, os dois dirigentes do Fisco deixaram claro, o tempo todo, que a Receita não concorda com elas. Dessa forma, eles e seu superior imediato, o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto, acabaram ficando numa situação complicada.

A rebelião tem também outras causas: as desonerações tributárias, um recente acordo que beneficiou fortemente os planos de saúde e mudanças na legislação a favor de alguns setores da economia. Juntas elas formam um conjunto bilionário de medidas que os fiscais não conseguem engolir.

Na nota de ontem (11), os subsecretários afirmam rejeitar a tentativa de transformar as explicações sobre os parcelamentos especiais "em manifestações de suposto descontentamento, que, enfatizamos, não há".

Mas durante a entrevista da quinta-feira, Occaso disse que a Receita era contrária aos três Refis que a lei permitiu. Em vários momentos, o subsecretário interrompeu as perguntas para "deixar claro" que a decisão não partiu do Fisco. Occaso, em alguns momentos, chegou a ler um texto para ressaltar esse posicionamento.

Coincidência

A reação do governo foi tentar minimizar a crise. No final do dia, foi a vez do próprio secretário Barreto divulgar nota para negar que a exoneração de Cândido tinha correlação com os Refis. Segundo Barreto, foi "mera coincidência". "Tampouco encontra fundamento em teses equivocadas de ingerência externa à Receita Federal, tendo decorrido única e exclusivamente de questões administrativas internas, repito", afirmou.

No Planalto, a informação é que o assunto não chegou lá, ou seja, é problema para ser resolvido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O ministro, por sua vez, preferiu não comentar o episódio.

O entendimento interno é que os dois funcionários "falaram demais", mas não estão no radar novas consequências. A avaliação é que a saída de Cândido encerra o episódio.
Não é esse, porém, o clima no escalão técnico. "A Receita está desmontada", desabafou uma fonte da cúpula do órgão. A fonte culpa o ministro Mantega, por estar "atropelando" o trabalho de anos do Fisco, ao conceder uma série de "anistias, incentivos, parcelamentos e renúncias fiscais" sem uma avaliação aprofundada dos riscos para a arrecadação e para a chamada "percepção" de risco do Fisco, que visa inibir a sonegação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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