Li uma entrevista dele, de há alguns anos atrás, e a lengalenga é a de sempre. Admira Cuba, mas fugiu para Milão. Ditadura nunca mais, mas a de direita. Quando perguntam sobre a ditadura de esquerda, com a mais deslavada cara de pau, alega que para termos alguns benefícios precisamos fazer algumas concessões, como a perda da liberdade, por exemplo. A entrevista, obviamente, não foi no frege-mosca da esquina, mas no Terraço Itália em São Paulo, um dos restaurantes mais exclusivistas do país, papa fina, mesmo. Absolutamente desnecessário, não sentirei falta.
Questionado se era de esquerda ou direita, Quino respondeu: de que lado bate o coração?
Em entrevista a Cynara Menezes, o cartunista Quino, criador da Mafalda, respondeu ser de esquerda pois é o lado que bate o coração. A entrevistadora comentou: “a frase é ótima e virou um mantra pra mim"
30 de setembro de 2020
247 - Em entrevista da jornalista Cynara Menezes, hoje editora do blog Socialista Morena, ao cartunista Quino, criador da Mafalda, para o caderno ilustrado do jornal Folha de S.Paulo em 1999, falou sobre sua profissão e da repressão da ditadura argentina surgida em 1976. Ele ainda respondeu ser de esquerda pois é o lado que bate o coração, mas essa parte foi retirada pela edição, segundo Cynara.
Cynara descreveu Quino como um “ícone da reação popular à repressão militar sul-americana nos anos 1970”. “Tímido, responde a cada pergunta como quem está envolto em brumas, distraído, sempre indo além do perguntado, recusando-se a ser direto ainda que fosse com o fugidio olhar”, descreveu a jornalista baiana.....
Ao Anônimo das 15:17 Você pode melhor que isso, cara. Também sou de direita, conservador e liberal, mas isso não me impede de apreciar a obra de nenhum artista. Suas ideias e posicionamento político pouco me importam se sua arte for genuína, autêntica e representativa de uma fase da vida, do mundo. No caso, creio que Mafalda é muitíssimo mais importante que Quino. Não precisamos concordar com todas suas ideias, mas sua visão crítica de um mundo que já iniciava a ser mutante nas décadas de 70 e 80, personificadas numa criança, são tão simples quanto geniais. Igual que você, detesto esquerdistas de Disneilândia. Só procuro manter a cabeça aberta, afastar-me de buscar unicamente o viés de confirmação em tudo. Acredito que assim, mantendo a mente aberta, fica bem mais fácil separar o imaginário da realidade que nos cerca.
3 comentários:
Li uma entrevista dele, de há alguns anos atrás, e a lengalenga é a de sempre. Admira Cuba, mas fugiu para Milão. Ditadura nunca mais, mas a de direita. Quando perguntam sobre a ditadura de esquerda, com a mais deslavada cara de pau, alega que para termos alguns benefícios precisamos fazer algumas concessões, como a perda da liberdade, por exemplo. A entrevista, obviamente, não foi no frege-mosca da esquina, mas no Terraço Itália em São Paulo, um dos restaurantes mais exclusivistas do país, papa fina, mesmo. Absolutamente desnecessário, não sentirei falta.
Questionado se era de esquerda ou direita, Quino respondeu: de que lado bate o coração?
Em entrevista a Cynara Menezes, o cartunista Quino, criador da Mafalda, respondeu ser de esquerda pois é o lado que bate o coração. A entrevistadora comentou: “a frase é ótima e virou um mantra pra mim"
30 de setembro de 2020
247 - Em entrevista da jornalista Cynara Menezes, hoje editora do blog Socialista Morena, ao cartunista Quino, criador da Mafalda, para o caderno ilustrado do jornal Folha de S.Paulo em 1999, falou sobre sua profissão e da repressão da ditadura argentina surgida em 1976. Ele ainda respondeu ser de esquerda pois é o lado que bate o coração, mas essa parte foi retirada pela edição, segundo Cynara.
Cynara descreveu Quino como um “ícone da reação popular à repressão militar sul-americana nos anos 1970”. “Tímido, responde a cada pergunta como quem está envolto em brumas, distraído, sempre indo além do perguntado, recusando-se a ser direto ainda que fosse com o fugidio olhar”, descreveu a jornalista baiana.....
Ao Anônimo das 15:17
Você pode melhor que isso, cara. Também sou de direita, conservador e liberal, mas isso não me impede de apreciar a obra de nenhum artista. Suas ideias e posicionamento político pouco me importam se sua arte for genuína, autêntica e representativa de uma fase da vida, do mundo.
No caso, creio que Mafalda é muitíssimo mais importante que Quino. Não precisamos concordar com todas suas ideias, mas sua visão crítica de um mundo que já iniciava a ser mutante nas décadas de 70 e 80, personificadas numa criança, são tão simples quanto geniais.
Igual que você, detesto esquerdistas de Disneilândia. Só procuro manter a cabeça aberta, afastar-me de buscar unicamente o viés de confirmação em tudo. Acredito que assim, mantendo a mente aberta, fica bem mais fácil separar o imaginário da realidade que nos cerca.
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