Título original: O Parkinson Burocrático
O governo vai criar o 39° ministério para, mais uma vez,
acomodar interesses políticos, ampliando a já gigantesca máquina
administrativa, que custa 212 bilhões de reais por ano ao contribuinte.
Enquanto isso, por erro, incompetência e inoperância...
A produtora rural Maria Holanda, retratada na imagem
desoladora que ilustra esta reportagem, faz parte do enorme grupo de
brasileiros diretamente atingidos pela doença de Parkinson, endêmica na máquina
estatal brasileira. Não há metáfora aqui. Devemos ao inglês Cyril North- cote
Parkinson a mais notável e mais amplamente aplicável explicação para a lógica
cruel das burocracias. Mister Parkinson baseou-se no serviço britânico para as
colônias. Como se sabe, com o fim da n Guerra Mundial, o Império Britânico foi
desfeito. Adeus às colônias. Adeus também à burocracia que cuidava das
colônias? Não. Nada disso. O número de burocratas do departamento continuou a
crescer mesmo sem haver mais colônias para administrar. Mister Parkinson então
formulou sua lei de três artigos:
1) uma repartição pública crescerá sempre de tamanho, a
despeito do volume do trabalho a ser feito;
2) os burocratas cuidam de arranjar trabalho uns para os
outros:
3) o burocrata procura multiplicar o número de
subordinados, mas não o de rivais.
Em 1986. quando era secretário- geral do Partido
Comunista soviético. Mikhail Gorbachev consolou o colega italiano que reclamava
do inchaço da burocracia em seu país: "A Lei de Parkinson funciona em
todos os lugares". No Brasil, com toda a certeza, ela tem um grande
passado, um presente opressor e um futuro, se nada for feito, ruinoso para o
país. Que o diga Maria Holanda, moradora de Banabuiú, no sertão cearense, que
testemunhou a morte de trinta cabeças de gado de seu pequeno rebanho. Mais
animais vão morrer simplesmente porque os burocratas do governo não se
lembraram de recompor os estoques de milho, grão essencial para alimentar bois
e vacas nas temporadas de seca. O erro já matou 6 milhões de cabeças no
Nordeste, o que corresponde a 20% do plantei da região. "Água a gente
tinha, mas meu gado morreu foi de fome mesmo. O milho do governo não chegou
aqui", diz Maria. O gado está morrendo por negligência, incompetência e
morosidade, subprodutos da Lei de Parkinson.
Em 2011, havia 4,7 milhões de tone-ladas de milho nos
armazéns oficiais. Quando os fornecedores privados aumentaram o preço do
produto, o governo reagiu e vendeu parte de seu estoque. Uma medida destinada a
conter a carestia e, portanto, correta. O problema é que o governo não parou
mais de vender. Hoje, existem menos de 300000 toneladas estocadas no Brasil,
faltam grãos para os produtores e sobram carcaças de animais. Um quadro crítico
conhecido há tempos, mas ainda pendente de solução.
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3 comentários:
Ué Políbio,você que era tão apaixonado por Gramado,não vai comentar o fato do prefeito Nestor querer comprar um prédio,que pertence aos seus parentes,para a instalação de um centro de saúde?Detalhe:o valor proposto vai muito além do que o prédio vale e seriam necessárias várias adaptações para poder atender o povo.E sem contar que a empresa dona do imóvel foi muito generosa com o PP na campanha municipal.Faça o seu trabalho meu caro.Ou você é jornalista do tipo que escolhe cor?
Se a Prefeitura de Porto Alegre (um milhão e 300 mil habitantes) tem 32 Secretarias (equivalentes a Ministérios) com projetos na Cmara de Vereadores para criar mais umas 3 a 5 porque a União não pode ter 39 Ministérios?
Brasil de 130 milhões de habitantes!!!!!!!!!! Se liga jornaleiro, digo, editor.
O Brasil, alguns anos atrás, tinha 16/20 ministérios (incluindo aí 4 militares), qual razão de ter quase 40 hoje ?
Simples, empreguismo, troca - troca, corrupção e por aí vai,
enquanto isso, a carga tributária está em mais de 36% do PIB, ou seja, a corda está quase arrebentando !
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