OPINIÃO DO LEITOR
Estamos assistindo estarecidos uma das maiores crise da economia mundial, que refletirá a curto prazo em todo agronegócio, a começar pela China que suspendeu nesta semana diversos embarques de grãos, incluindo soja e milho. A crise de liquidez da China é explicada pelo grande volume de títulos aplicados no tesouro americano (aproximadamente 600 bilhões de dólares), e isso irá refletir na economia gaúcha pois como grande exportador de soja haverá um reflexo direto no volume exportado e consequentemente na arrecadação do ICMS. O mesmo já esta ocorrendo nos investimentos das reflorestadoras que suspenderam temporariamente todos os investimentos, refletindo na economia do estado. Certamente serão dois anos de crescimento baixo e com riscos de estagnação e desemprego em vários setores, principalmente no de implementos e máquinas agrícolas e frigoríficos. A crise também afetará toda cadeia produtiva agrícola pois com uma recessão econômica muitos países irão reduzir o consumo e muito não terão crédito para comprar alimentos.
Estamos entrando numa ordem econômica mundial, onde certamente grandes grupos e empresas deixarão de existir num curto espaço de tempo, a globalização criou uma moeda virtual que mostrou ser altamente vulnerável nas crises. Especulou-se sobre títulos que são papeis podres sem nenhum valor de face e sem nenhum lastro para futuros resgates. Novas regras deverão ser adotadas no cenário mundial, possuindo as moedas novos parâmetros de lastro, porque PIB não tem nenhuma garantia sobre o valor da moeda. Isto preocupa a todos porque esta enxurrada de reservas de dolares em títulos do tesouro americano, mostram ser um investimento de alto risco para os países, incluido o Brasil, porque a economia americana entrou num furacão capaz de fazer estragos na confiabilidade destes papeis e seu regaste um verdadeira incógnita.
Eng. Agr. João Luiz Reichert, Passo Fundo, sábado, 11 de outubro.
Na manhã deste sábado o G-7, grupo dos sete Países mais ricos do mundo,mais Rússia, começaram a conversar em conjunto, em Washington. O presidente Bush recebeu seus visitantes e fez um discurso nos jardins da Casa Branca para anunciar que implementariam medidas em conjunto para conter o pânico nos mercados financeiros globais.
. Neste sábado, também os ministros das Finanças do G-20, que é integrado pelos 20 Países mais ricos, farão reunião parecida também em Washington. O Brasil, que este ano preside o G-20, pediu o encontro.
. Ações coordenadas poderão conter o pânico, minimizar os desastres já em andamento e reordenar o sistema financeiro internacional, cuja total desregulamentação é responsável por boa parte dos problemas atuais, na verdade iniciados por problemas internos de selvagens inadimplências nos sistemas de financiamento habitacional dentro dos Estados Unidos. A partir dali se irradiaram as dissintonias atuais. Os efeitos da crise têm sido menores no Brasil, apesar dos problemas causados pela alta incontida do dólar, da queda da Bolsa e da contenção dos créditos estrangeiros, porém uma situação global de pânico com certeza produzirá efeitos também corrosivos no País.
. Os Países ricos e emergentes do G-7 e G-20 serão obrigados a revisar radicalmente o Acordo de Bretton Woods, de 1949, que formatou o atual sistema de gerenciamento financeiro internacional baseado no FMI e Bird. FMI e Bird estão omissos na crise. Não têm o que fazer.
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