Existe um movimento muito bem orquestrada para inviabilizar (sangrar) ou até derrubar o governo Yeda, segundo a conclusão a que chegaram secretários estaduais reunidos no Palácio Piratini até agora há pouco.
. PT, DEM e até uma ala do PMDB ligada ao ex-governador Germano Rigotto, representada pelo deputado Alexandre Postal, mas que pode ser ampliada, estão engajados para sangrar (tornar um pato manco) ou derrubar a governadora. O grupo conta com o apoio susentado de parte influente da imprensa tradicional, insatisfeita com os investimentos menores do governo estadual em publicidade e alimentada pelo farto envio de recursos do governo federal.
. Os dois eventos da semana são uma prova cabal deste cenário.
. A revelação de conversas de envolvidos na fraude do Detran, com a clara intenção de atingir o secretário-geral Delson Martini, e a divulgação do "grampo" pessoal do vice-governador com seu subordinado Cézar Busatto, chefe da Casa Civil, deixaram rastros visíveis sobre a articulação, já que foram ações premeditadas e ensaiadas meticulosamente pela oposição.
. A mídia interessada em instalar uma crise no Palácio se presta a divulgar, lance por lance, sem parar para refletir em nenhum momento.
. Até mesmo dentro do Piratini assombram os movimentos de alguns repórteres que não pergutam, mas tomam satisfações.
. Mais uma prova da combinação existente, é que, hoje, quando nem havia terminado ainda a divulgação da conversa entre Feijó e Busatto, um grupo de estudantes já estava na Assembléia Legislativa para protestar e, bingo!, pedir a saída de Yeda. É lógico que tudo foi planejado, até com hora marcada e caras-pintadas. As bandeiras que as duas dezenas de manifestantes portaram demonstraram que o epicentro da "manifestação espontânea" dos "caras pintadas" era o próprio PT, o que ficou mais claro pela ausência completa de cuecas nos eventos da Assembléia e diante do Piratini.
. Outro elemento grave: o CD com o "grampo" pessoal de Feijó pra cima de Busatto também foi entregue para a deputada Stela Farias, do PT. No início da tarde, o vice ainda antecipou o conteúdo da gravação a dois jornalistas da RBS.
. Os aliados temem que no caso de Yeda ceder à pressão, ela acabará refém dos seus opositores e dos quinta-colunas internos, porque os ataques desferidos contra seus auxiliares, especialmente Busatto, têm por alvo a governadora.
. As duras respostas de Busatto não elidiram o conteúdo da conversa que teve com Feijó e que foi divulgada, mas lavaram a alma de membros do governo que há muito tempo defendiam que o vice-governador não fosse mais tratado como adversário político,mas como inimigo.
. Esta noite, aliás, Yeda mandou dizer que não tomará decisões até segunda-feira, mas que concorda com os adjetivos desferidos por Busatto contra Feijó e acha que ele é mesmo mau caráter. O Piratini considera que Feijó, ao gravar traiçoeiramente uma conversa privada, fez seu próprio haraquiri político, já que ninguém mais acertará qualquer situação com ele daqui por diante, temendo ser gravado. Não foi por outra razão que o cacique Juruna morreu politicamente depois que resolveu gravar tudo que ouvia. Em favor de Juruna está o fato de que ele não gravava ninguém traiçoeiramente, sem que o interlocutor soubesse o que ele estava fazendo.
. Yeda ceder à pressão de quem quer ver o circo pegar fogo, deixando-se governar pelos exageros e arapucas de seus opositores, acabará refém de que a quer longe do Piratini.
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