Esse receio amplia a demanda por
proteção cambial neste momento e faz os juros futuros dispararem. Figueiredo
acredita que esse movimento pode ser classificado de "overshooting"
(desvalorização excessiva), ciclo que só poderá ser rompido com um "choque
de credibilidade", ou seja, um sinal firme por parte da presidente da
República, Dilma Rousseff, de que há compromisso com um superávit primário.
Caso esse sinal não venha e o nível atual de juros futuros e de câmbio se
mantenha nos próximos três meses, então o país pode entrar em recessão.
. A
seguir, os principais trechos da entrevista: Valor:
Os mercados voltaram a
viver dias de forte volatilidade, com dólar e juros disparando. Qual é o ponto
central desse momento de estresse?
Luiz Fernando Figueiredo: Existe uma mudança
importante acontecendo lá fora, principalmente nos Estados Unidos, que é uma
redução dos estímulos que têm sido dados nos últimos anos. Então, os juros por
lá já subiram: saíram de 1,70% para 2,88% [rendimento do título do Tesouro
americano de 10 anos]. Então, esse é um processo que está acontecendo. E ele
não vai gerar uma situação insustentável para o mundo. Pelo contrário. É
possível que o mundo saia de um crescimento perto de 2% para algo perto de 3%
nos próximos anos, o que é uma notícia boa.
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Um comentário:
Tem coisas difícil de explicar, como o Paraguai consegue um PIB 10x maior que o nosso só exportando maconha e bujigangas.
Eduardo Menezes
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