Artigo, João Ubaldo Ribeiro - A culpa não é da imprensa

- O artigo a seguir é de João Ubaldo Ribeiro, conforme publicado no Caderno 2, página D3 deste domingo.
(...)
Num aparente acesso de onipotência, decidiram que sórdidas práticas velhas, como a compra de apoio e de votos, nas mãos deles de alguma forma não apenas se justificavam, mas quase se legitimavam. Montaram um esquema cujos riscos não avaliaram e que talvez desmoronasse inevitavelmente, mesmo que não houvesse sido ruidosamente delatado - havia gente demais envolvida e buracos demais; o vazamento era sempre uma possibilidade. Não me refiro a deslizes éticos ou ações criminosas, mas a barbeiragens motivadas pelo excesso de confiança e pelo desdém pela inteligência alheia. Espertos demais, com as cabeças envoltas pelas nuvens do poder e da glória, erraram nas manobras e não por culpa da imprensa ou de ninguém, mas da própria inépcia, que redundou em ações incompetentes. O que previram, naturalmente, também se revelou errado. Em certo momento do desenrolar da história, pareceu até que o ex-presidente Lula achava que os ministros do Supremo por ele indicados eram ocupantes de cargos em comissão. Nomeados por ele deviam votar com ele, não foi para isso que os nomeou, onde já se viu uma aberração dessas? Por que não é possível demiti-los por quebra de confiança?

Em suma, alçados ao poder, ainda rodeados da aura ética e ideologicamente definida que publicamente os caracterizava, consagrados por uma votação expressiva e imersos numa onda de popularidade incontestável, os novos governantes e estrategistas avaliaram mal a situação, superestimaram a si mesmos e, paralelamente, subestimaram os obstáculos que enfrentariam. Viam-se talvez como praticantes sagazes e habilidosos de uma eficiente Realpolitik e seus planos para a obtenção da sempre lembrada governabilidade. Claro que, como disse Kennedy uma vez, a vitória tem muitos pais, mas a derrota é órfã. Ninguém entre os atingidos deve desejar ser o pai dessa grande derrota. Mas os pais são eles mesmos. Armaram um esquema cheio de si, acreditaram nos falsos indícios que às vezes entontecem os poderosos e quebraram a cara. Pois, afinal, as condenações são a demonstração de que o esquema armado para governar, em vez de sabido, era burro e que os novos generais engendraram e puseram em ação um plano gravemente equivocado e desastroso.

A culpa não é da imprensa, nem de ninguém, a não ser dos autores e agentes da estratégia. Supondo-se malandros, demonstraram-se otários. 
 
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6 comentários:

Luiz Vargas disse...

site www.claudiohumberto.com.br:
14/10/2012 | 00:00
Frouxidão e crime
Há clima de guerra em São Paulo provocado pelas execuções de PMs ordenadas pelos criminosos do “PCC”. O governo tucano é acusado nas redes sociais de ser frouxo e de pegar leve com bandido.

Os quadrilheiro$ PeTralha$ já mandaram o seu braço criminoso cadeiero agir e fazer o serviço sujo. Por que será que sempre que tem eleições (desde 2006) este tipo de coisa ocorre???

Anônimo disse...

Quando LULLA declarou que no congresso tinha 300 picaaretas foi dado o ponta pé inicial para o que depois virou Mensalão. Ele sempre tratou os depetudados como mercadoria, até que se tornou refém deles e botaram os seus podres para fora.

Anônimo disse...

A suposta compra de votos do mensalão se refere a reforma da Previdencia e outra. A reforma tributária (Emenda 41) alterou a CF e foi aprovada por maioria absoluta nas duas casas, com votos do PSDB, DEM e PPS, além dos votos do Partido de apoio ao governo federal. Então porque não "apareceram" mais deputados "comprados" e nenhum senador!!!!!

Vem aí a ADIn da Reforma da Previdencia. Se foi aprovada com compras de votos é justo que a Emenda 41 seja anulada pelo STF.

Anônimo disse...

Folha SP - em 26/09/2007


Azeredo afirma que ajudou na campanha de FHC em 98
Segundo senador, dinheiro arrecadado foi usado por comitês do ex-presidente

Sobre Walfrido, o tucano diz que o ministro não tinha o papel de coordenador, mas que "participou da campanha ativamente"

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pivô do escândalo que colocou o PSDB sob suspeita de ter se beneficiado do valerioduto, o senador Eduardo Azeredo (MG) afirmou que prestações de contas de campanhas políticas, no passado, eram mera "formalidade", que não "existia rigor". Azeredo disse que teve "problemas" ao prestar contas, mas que a campanha envolvia outros cargos e partidos.
Disse que contou na eleição para o governo de Minas, em 1998, com o apoio do ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais), inclusive na captação de recursos. Segundo o senador, Walfrido não tinha o papel de coordenador, mas participava de tudo.
Azeredo afirmou ainda que o dinheiro arrecadado para sua campanha -oficialmente foram gastos R$ 8,5 milhões- foi usado para campanhas de deputados e senadores da sua coligação e, até mesmo, do então candidato à Presidência Fernando Henrique. "Ele não foi a Minas, mas tinha comitês bancados pela minha campanha."

Anônimo disse...

Na imprensa só tem reporter "santinho" - todos são imparciais, em seus espaços na midia, permitem o contraditório - MENTIIIIRAAA.

Quem sabe se coloca uma "auréula" na cabeça desses elementos.

Graças a imprensa Vargas caiu; graças a mprensa Janio foi cassado; Graça a imprensa o regime militar se manteve por muito tempo, inclusive dando "carona" para agentes do serviço secreto em seus carros para que prendessem pessoas; graças a imprensa Collor foi eleito.

VIVA A IMPRENSA MARROM GLACE - OS DONOS DA VERDADE - ACIMA DA LEI E DA ORDEM.

Anônimo disse...

Eles estão cumprindo seu projeto, se não fosse pelo julagamento do mensalão a coisa ficaria PIOR, alinhamento da esquerdalhas retrógradas na AL, esceto alguns países, intervenção do Estado na economia, enfim: Dilma/Lula tem um projeto de poder e não de país, e esperem, quererão calar a imprenssa e subjulgar o judiciário!!!

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