Documentos obtidos com exclusividade por ISTOÉ mostram
que supostos serviços prestados pela gráfica "fantasma" VTPB teriam
sido bancados com dinheiro desviado da Petrobras para a UTC, segundo revela o jornalista da revista Istoé, Claudio Dantas Sequeira (claudiodantas@istoe.com.br).
Leia toda a reportagem:
No último dia 29, o ministro Gilmar Mendes,
vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, tomou uma decisão que pode
agravar a situação da presidente Dilma Rousseff, hoje emparedada por uma crise
político-administrativa que se aprofunda a cada dia. O ministro enviou um
ofício à Polícia Federal solicitando a apuração de diversas irregularidades nas
contas da campanha à reeleição. A diligência levará a PF a entrar nas
investigações contra a presidente. No documento, ao qual ISTOÉ teve acesso,
Mendes pediu atenção especial à Focal Comunicação Visual. A empresa recebeu R$
24 milhões na campanha. Envolvida também no escândalo do mensalão, a Focal foi
contratada para montar os comícios da candidata nas eleições de 2014. No bojo
da investigação da PF também está a VTPB, a “gráfica fantasma”, uma espécie de
escritório virtual que recebeu quase R$ 23 milhões da campanha de Dilma para
intermediar a contratação de serviços de impressão de santinhos. Na
documentação enviada por Mendes foi anexado ofício de caráter sigiloso contendo
os achados de um relatório de inteligência elaborado pelo Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf) a respeito da VTPB. A existência de
comunicações de movimentação atípica pode indicar crime de lavagem de dinheiro.
A iniciativa de Gilmar abre mais um flanco para um possível afastamento da
presidente Dilma. Embora já haja um processo em curso no TSE destinado a apurar
irregularidades na campanha, a entrada da PF na investigação pode agregar novos
elementos ao caso.
Caberá à PF avaliar se há indícios suficientes para abrir
um inquérito. Seja como for, o imbróglio envolvendo a prestação de contas de
Dilma já extrapolou os limites da Justiça Eleitoral e pode levar seus
envolvidos ao banco dos réus da Justiça comum. Como revelou ISTOÉ em sua edição
de 15 de maio, parte dos serviços da VTPB teria sido bancada com dinheiro sujo,
desviado da Petrobras para o caixa da UTC Engenharia, de Ricardo Pessoa. Agora
surgem novos fatos. Pessoa confirmou em delação premiada ter doado à campanha
de Dilma, por pressão do então tesoureiro Edinho Silva, um total de R$ 7,5
milhões. O dinheiro teria origem no Petrolão. O primeiro depósito ocorreu em 5
de agosto, segundo os extratos de transferências bancárias. No mesmo dia,
Edinho transferiu R$ 5 milhões para a conta da Polis Propaganda e Marketing,
empresa do marqueteiro João Santana – o valor exato foi de R$ 4,69 milhões,
descontados os impostos. A segunda doação da UTC foi feita no dia 27 do mesmo
mês. Com dinheiro em caixa, o tesoureiro fez uma série de pagamentos. Entre
eles, quatro depósitos na conta da VTPB num total R$ 1,7 milhão. Outros R$
672,6 mil abasteceram a Focal Comunicação. As duas empresas são suspeitas de
servir para lavagem de dinheiro. Santana recebeu da campanha de Dilma um total
de R$ 70 milhões e, em tese, não tem responsabilidade pela origem do dinheiro.
O mesmo vale para a VTPB e a Focal, desde que provem que prestaram
integralmente os serviços contratados. Em todo caso, cabe ao ex-tesoureiro
Edinho Silva e à própria Dilma responderem às suspeitas sobre a origem ilícita
das doações. Ambos negam veementemente as afirmações do dono da UTC. As
empresas VTPB e Focal garantem que prestaram os serviços e negam qualquer
irregularidade.
Para um integrante da força-tarefa da Lava-Jato, a descoberta
de que o dinheiro sujo entrou na campanha petista e saiu de lá no mesmo dia
para pagar fornecedores suspeitos pode complicar a situação de Dilma. “Não há
mais dúvidas de que os recursos desviados da Petrobras percorreram um caminho
sinuoso que passa pelas empreiteiras e deságua nas contas dos fornecedores”,
diz o procurador. Segunda empresa que mais recebeu recursos da campanha de
Dilma, atrás apenas da Polis Propaganda, a Focal está em nome de um motorista e
da filha de Carlos Cortegoso, o verdadeiro proprietário. Em 2005, a empresa foi
apontada pelo publicitário Marcos Valério como destinatária de recursos do
mensalão.
PROCESSO CONTRA ANDRÉS SANCHEZ NO STF
RESPINGA NAS CONTAS DA PRESIDENTE
Outra transação feita por Edinho, no mesmo dia das
transferências para VTPB e Focal, envolveu a realização de oito pagamentos num
total de R$ 1,83 milhão à “Rede Seg Gráfica e Editora Eireli”, uma empresa
individual que funciona numa pequena sala de um sobrado vazio, no bairro
Veleiros, zona sul de São Paulo. Essa suposta gráfica, que como a VTPB não
possui maquinário, recebeu ao todo mais de R$ 6,15 milhões, valor superior ao
limite legal permitido para esse tipo de pessoa jurídica. Ela está em nome de
Vivaldo Silva, beneficiário de verba da cota parlamentar do deputado Vicente
Cândido (PT/SP), parlamentar muito ligado a Edinho Silva.
No material encaminhado por Gilmar à PF há ainda indícios
de emissão de notas fiscais frias e ocultação de despesas. A análise das notas
registradas no site do TSE indicam inconsistências, duplicação de valores e
interrupção na sequência de notas emitidas. A Focal, por exemplo, emitiu duas
notas fiscais sob o mesmo número 1303 para campanhas diferentes: de R$ 143,1
mil para a campanha de Dilma e de R$ 432 para a campanha do deputado Vicentinho
(PT-SP). No caso da VTPB os problemas são mais flagrantes. A empresa diz que
encomendou à gráfica Ultraprint quase a totalidade do material de propaganda
para a reeleição. Ocorre que a Ultraprint também foi contratada diretamente
pela campanha, o que levanta dúvidas sobre a necessidade de se pagar um
intermediário.
Uma outra análise das notas fiscais emitidas pela VTPB
reforça a impressão da existência de irregularidades. As séries das notas
fiscais não são contínuas e há dezenas de notas faltando. Além disso, quando as
notas anexadas ao processo de prestação de contas são cotejadas com as
registradas eletronicamente no TSE, observa-se contradições importantes. Em 22
de agosto, por exemplo, a VTPB emitiu duas notas fiscais (nº 492 e nº 506) de
R$ 667,8 mil cada. No processo físico, porém, não existe a nota 506.
A FOCAL E A VTPB SÃO SUSPEITAS DE LAVAREM
DINHEIRO PARA A CAMPANHA DE DILMA
Não bastassem as frentes de investigação já existentes
contra Dilma, em outro processo em tramitação no Supremo Tribunal Federal as
contas de campanha da presidente poderão ser devassadas. Trata-se da ação que
investiga o deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP). Ex-presidente do
Corinthians, Sanchez é acusado de falsificar sua declaração de bens à Justiça
Eleitoral e a prestação de contas. Ele responde ainda por crime contra a ordem
tributária. No dia em que Mendes emitiu seu ofício à PF no TSE, o ministro do
Supremo Luiz Fux, que está com o caso de Sanchez, autorizou diligências
solicitadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ante os
“indícios da prática delituosa”.
Tanto a campanha de Dilma como a de Sanchez abasteceram
outra empresa suspeita, a Dialógica Comunicação e Marketing, de Keffin Gracher,
auxiliar de confiança de Edinho Silva. Gracher acompanha o petista há anos,
integrou seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo e foi nomeado há
poucas semanas como assessor especial do ministro, no Palácio do Planato. A
Dialógica foi criada em 2013 e encerrou suas atividades no dia 30 de junho. No
ano passado, ela recebeu quase R$ 1,5 milhão de campanhas petistas, sendo que
mais de R$ 420 mil foram pagos pelo próprio Edinho ao assessor. A Dialógica
funcionou numa sala comercial em Araraquara, berço político de Edinho. Gracher
ainda é proprietário da 2K Comunicação, também contratada por Sanchez.
9 comentários:
OPT além de ser uma organização criminosa, uma legítima MÁFIA, é a maior lavanderia do planeta!
toffoli sabe e tá junto nessa também. lewandowski em portugal já deve ter "acertado" com dillma o preço para "darem um jeito".
a kroll tem gravações e contas onde ministros ganharam um "dindinho", e alguns ainda ganham uma "mesada".
Alem das maracutaias da Petrobras e Eletrobras uma coisa que me intriga são as doações da Friboi, num total de 361,741,374.50, para a campanha de 2014, que é 3% do empréstimo do BNDES, que foi de 10 bilhões de reais. Tem merda por aí.
O cerco já se fechou, o que estão esperando?
Que indignação é essa, gauchada politizada que vota em olivio e atraso genro?
Nada que uma campanha na midia, bem cara, não mascare qualquer coisa nesse bananão.
Ou vocês acham mesmo que tem oposição quando corre solto os cargos, emendas parlamentares, mordomias sem fim para a casta dos soviets.
Em 2018 - todos com o chefe de todas as quadrilhas!
https://www.youtube.com/watch?v=hR-FIVkBaMA
Sujeira é com Lulla e suas ovelhinhas, lembram-se daquelas mãos sujas do "pré-sal" na Petrobrás? Vejam no que deu, acabaram com a maior empresa do Brasil, só restaram as dívidas e desculpas esfarrapadamente canalhas.
"supostos"?????? supostos não são nem indícios, quanto mais provas.
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