Zé Otávio e Farias, no plenário da Câmara.
A vinculação do parlamentar à empresa é reforçada pelo
registro de uma visita feita em 10 de dezembro de 2008. Germano, que já era
deputado na época, entrou no edifício sede pelo subsolo para visitar Costa. O
formulário da Petrobras prevê a indicação do nome, do documento e da empresa do
visitante. No campo destinado à empresa está registrado “Fiens”, com o nome da
construtora grafado de forma incorreta.
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No caso dos outros políticos investigados que visitaram a
empresa — 26 conforme revelou o GLOBO — ficou registrado que eram deputados ou
senadores, ou o campo ficou sem a informação. No dia em que se identificou com
o nome da Fidens, Germano entrou no prédio da Petrobras às 10h51m e saiu 40
minutos depois.
Segundo o relato de Costa, Germano e o também deputado
Luiz Fernando Faria (PP-MG) lhe solicitaram que a Fidens passasse a ser
convidada a participar das licitações da Petrobras. Entre 2010 e 2011, segundo
o delator, os dois lhe convidaram para um encontro em um hotel no Rio e lhe
entregaram R$ 200 mil como um “agrado” da empresa.
Costa destacou que a situação era inusitada porque, nesse
caso, não tinha havido pedido de propina da parte dele.
“Não tratei nada de percentual com eles, não discuti
nenhum assunto em relação a isso. Obviamente que a empresa ganhando deve ter
dado comissão para eles. Aí eles me chamaram e disseram: “Olha, a empresa
mandou aqui um agrado para você”. Os dois me chamaram e me disseram que a
empresa mandou lá os R$ 200 mil. Não cobrei nada, não pedi nada”, disse Costa,
em depoimento prestado em 11 de fevereiro deste ano.
Costa afirmou que o pagamento foi feito no Hotel Fasano,
em Ipanema, no Rio, no qual os deputados estavam hospedados. Ele recebeu o
dinheiro em uma sacola e levou para casa. Entrou e saiu do hotel pela porta
principal. O Ministério Público Federal pediu que sejam verificados os
registros do Fasano, para tentar comprovar essa parte da acusação.
Na Petrobras, além da visita em dezembro de 2008, Germano
esteve com Costa em agosto de 2007, junho e julho de 2008, janeiro, fevereiro e
dezembro de 2010. O deputado voltou à Petrobras duas vezes após a saída de
Costa da companhia.
Ele visitou em dezembro de 2012 e em fevereiro de 2013
José Carlos Cosenza, sucessor de Costa na diretoria de Abastecimento. O
primeiro registro da presença de Germano na Petrobras é de 2007, quando esteve
com o então presidente José Sérgio Gabrielli.
O GLOBO entrou em contato com o gabinete dos dois
parlamentares. Ambos recomendaram procurar o advogado Marcelo Bessa, que os
defende. O advogado não atendeu aos telefonemas nem retornou mensagem com
questionamentos sobre o tema. A Fidens foi procurada e não respondeu.
Um comentário:
Mas os encontros dele com a Petrobrás não foram na Condição de Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados???????
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