Acordo sobre pré-adesão ao RRF entrou em banho maria. Leite complicou o que não estava complicado. STF pode cassar liminar que suspendia pagamento da dívida do RS.

Leite falou demais, criou problema e resolveu viajar para o exterior, deixando incêndio fatal atrás de si. Sartori não engoliu as críticas do sucessor.

O governo estadual gaúcho não tem agendada nova reunião para discutir a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal.

Sartori pretendia assinar com o presidente Temer uma espécie de acordo para a assinatura do pré-adesão. Estava tudo afivelado, mas o governador eleito Eduardo Leite resolveu cutucar a onça com vara curta e publicamente desautorizou a movimentação, oferecendo duas restrições:

1) Desqualificou o acordo que seria assinado entre Sartori e Temer, considerando-o sem valor jurídico, coisa que as partes nunca disseram que tinha, já que o objetivo do ato tinha conteúdo político e até visava conter a revogação da liminar do STF que impede bloqueios de recursos do Tesouro para pagar as prestações da dívida com a União.

2) Avisou que faria revisão do que seria acertado entre Sartori e Temer.

O governador Sartori, que negociou duramente o acordo durante três longos anos, ficou incomodado, e o MDB também  ficou.

Sem a assinatura do acordo, o ministro Marco Aurélio Melo poderá cassar sua liminar e com isto a Secretaria do Tesouro Nacional poderá bloquear imediatamente R$ 1,2 bilhão das prestações atrasadas e mais R$ 350 milhões da parcela do mês.

Este desastre será debitado na conta de Eduardo Leite, que falou demais, criou constrangimentos e viajou para Londres, onde fará um cursinho inútil por conta do dono da Brahma.