Barak Obama não dá nem um passo à frente
Clipping / Jornal Zero Hora / 30 de agosto
O artigo a seguir é do diretor de redação do jornal Zero Hora, Marcelo Rech, filho do coronel Luiz Antonio Rech. Um bom texto e uma ótima análise sobre as eleições americanas. Trata-se de um momento de lucidez do jornalismo brasileiro, ultimamente empenhado em eleger Barak Obama a qualquer preço.
ELEIÇÕES NOS EUA - Nem um passo à frente
Há pouco mais de quatro anos, contagiado pela erupção de Barack Obama na convenção do Partido Democrata, escrevi um artigo para a edição de Zero Hora de 29 de julho de 2004 (ao lado) que se iniciava assim: “Guarde esse nome que parece lapidado em origem islâmica e africana: Barack Obama será um dia presidente dos Estados Unidos ou, no mínimo, circunavegará a Casa Branca com a intenção de apropriá-la para um novíssimo fenômeno da política americana, a do candidato com real chance de subir sem fazer parte da elite branca, protestante e anglo-saxônica”.O discurso de Obama na convenção que sagrara John Kerry candidato à Casa Branca hipnotizara a todos que o assistiram. Então com 42 anos, ele surpreendeu o mundo com seu carisma, seu sorriso franco e uma mensagem de harmonia e justiça social, mas também de firmeza, que assumira tonalidades épicas em meio a um convulsionado ano pós-invasão do Iraque.Estranhamente, o Barack Obama que discursou na quinta-feira à noite cercado pela multidão no estádio de Denver parece ter estacionado no mesmo palanque de quatro anos atrás. Para quem esperava que Obama brilhasse como a luz da humanidade a galgar o último degrau antes de salvar a América e o mundo, a aparição foi uma decepção. A não ser pelo fato de suas duas lindas e simpáticas filhas terem crescido bastante, Obama permaneceu no mesmo lugar, no mesmo tom, na mesma mensagem de 2004, com a desvantagem de não contar mais com o fator surpresa. No que deveria ser sua noite de consagração, ele se mostrou o extraordinário orador de sempre, mas não avançou o suficiente para arrebatar de vez os EUA e se tornar o próximo inquilino do Gabinete Oval.Obama seguirá sendo muito mais popular no Exterior do que seu adversário, John McCain, mas o americano médio quer segurança e não ser surpreendido por mudanças bruscas no seu estilo de vida. Obama não ofereceu muito mais do que um sonho, McCain oferece certezas. Na noite de quinta, Obama ficou um pouco mais longe da Casa Branca. marcelo.rech@zerohora.com.br
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