Reinaldo Azevedo diz por que não acredita numa só palavra do que disse a advogada Catta Preta

Da mesma forma que o editor, também o jornalista Reinaldo Azevedo achou que a advogada Catta Preta não foi clara na entrevista que concedeu ontem a noite ao jornalista Cesar Tralli, Jornal Nacional. Ele avisa no comentário a seguir: "Não acreditei numa só palavra do que ela disse". Reinaldo é insuspeito no caso, porque tem tomado a defesa da advogada em todos os casos anteriores, inclusive no caso da convocação para que ela preste depoimento na CPi da Petrobrás. 

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Vamos lá. Começo pelo óbvio e não mudei de ideia: continuo a me opor à convocação da doutora Beatriz Catta Preta pela CPI da Petrobras porque acho que isso abre a porta para relativizar o direito de defesa. E fui o primeiro na grande imprensa a me insurgir contra isso. Como me insurgi contra a tentativa de transformar Dora Cavalcanti em ré. Mas daí a acreditar no conteúdo da entrevista de Beatriz, concedida a Cesar Tralli, que foi ao ar no Jornal Nacional desta quinta, vai uma diferença abissal.
A criminalista Beatriz poderá procurar com lupa nos meus posts uma só acusação contra ela. Não haverá. Não é do meu feitio. Não sou procurador, delegado ou juiz. Eu lido com a lógica e com os fatos que apuro. Não acreditei em uma palavra do que ela disse. Nada! E esse é um direito que eu tenho. E não acreditei porque a sua narrativa é um apanhado de absurdos e de despropósitos. Mais: serve para demonizar a CPI da Petrobras — e, por consequência, o Congresso. Quer dizer que doutora Beatriz acha um absurdo falar a uma CPI, mas pensa ser razoável jogar acusações ao vento no Jornal Nacional?
Antes que avance: tudo certo com a entrevista de Cesar Tralli. Fez boas perguntas, não todas as boas que poderia, e, a meu juízo, intencionalmente ou não, contribuiu para revelar o que acho ser peça de ficção. De saída, eu tenho uma questão para a doutora Beatriz. Se ela quiser responder, publico. É um dos pontos centrais do imbróglio.
Se Julio Camargo, seu ex-cliente, falou a verdade quando afirmou ter pagado US$ 5 milhões em propina ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, então esse mesmo Camargo mentiu nos depoimentos iniciais, já sob delação premiada. Doutora Beatriz, me conte: ele mentiu para a senhora ou vocês dois mentiram para a Corte? Essa resposta precisa ser dada, não é mesmo?
Eu sou muito atento à linguagem. Eu tenho apreço pelo sentido das palavras. Tralli quis saber por que Camargo negava antes o pagamento de propina a Cunha e só o admitiu depois. Ela respondeu: “Receio. Ele tinha medo de chegar ao presidente da Câmara”. E pergunta o JN: “E por que ele muda de ideia? O que o faz mudar de ideia?”. Aí Beatriz dá a resposta impossível, leiam: “A colaboração dele, a fidelidade, a fidedignidade da colaboração, o fato de que um colaborador não pode omitir fatos, não pode mentir, o levaram então a assumir o risco. Aquele risco que ele temia, e levar todos os fatos então à Procuradoria-Geral da República”.
Entendi. O medo fez Camargo mentir. E uma súbita coragem, saída sabe-se lá de onde, o fez falar a verdade? É nesse ponto que caberia e cabe a pergunta que não quer calar: “A senhora sabia que ele estava mentindo?”. A propósito: quem mente por medo uma vez não pode mentir uma segunda em razão de um medo ainda maior? Pergunta agora ao mundo jurídico: uma delação premiada pode ser um “work in progress”? Um advogado acerta os termos de uma delação premiada ou de uma conta de chegada, alterando a narrativa ao sabor dos ventos e da metafísica influente? É assim que se faz no resto do mundo? Ninguém precisa me responder. Eu sei a resposta. Não é.
O verbo “fugir”
Doutora Beatriz estava logo ali, em Miami. Como diria Gilberto Gil na excelente música “Parabolicamará”, para ela mandar uma mensagem ao Brasil, leva “o tempo que levava a Rosa para ajeitar o balaio, quando sentia que o balaio ia escorregar”. Deixou que prosperasse por aqui a informação de que havia fechado o escritório, que se mudaria para aquela cidade americana, de que trabalharia lá, onde tem (ou tinha?) um escritório. E nada de desmentido.  Ao contrário: foram se acumulando os boatos de que teria sido ameaçada por Cunha etc. — versão que ela endossa, ainda que de forma enviesada.
Bastou que começassem a surgir por aqui notícias sobre a sua impressionante proximidade com a força-tarefa de Curitiba, sobre o modo como trabalharia alinhada com o Ministério Público — de sorte que seu escritório é chamado por alguns de “anexo da força-tarefa” — e sobre a abordagem algo heterodoxa que seu marido faz com os clientes, e ela decide desmentir, então, a informação de que deixaria o país, o que poderia ter feito logo no primeiro dia.
E, ora vejam, a primeira pergunta feita a ela — o que pode ser parte da combinação para conceder a entrevista (e não há mal nenhum nisso!) — é esta: “A senhora está morando em Miami?”.
E ela responde:
“De forma alguma. Eu saí de férias. Aliás, eu costumo sair de férias e viajar pra lá, sempre que os meus filhos estão em período de férias escolares. Nunca cogitei sair do país, ou fugir do país como está sendo dito na imprensa.”
Foi ela quem usou o verbo “fugir”, não a imprensa. Fiquei com a impressão, e tenho o direito de tê-la, de que ela está mandando um recado a alguém — alguéns?: “Não vou fugir!”. Fugir de quê? Ela é uma penalista. Conhece o peso dessa palavra. Certamente não está dizendo a seus supostos perseguidores “que não vai fugir”, certo?
Ademais, desde que com os devidos papéis, não há nada de errado em morar em Miami, especialmente alguém que se diz sob perseguição. A negativa não precisa de ênfase.
Beatriz é incapaz de dizer que tipo de ameaça sofreu. Afirmou: “Não recebi ameaças de morte, não recebi ameaças diretas, mas elas vêm de forma velada. Elas vêm cifradas”. Certo! E isso fez, meus caros, atenção, com que ela desistisse não só dos clientes: BEATRIZ USOU O JORNAL NACIONAL PARA ANUNCIAR QUE ESTÁ DEIXANDO A ADVOCACIA!

Também nesse caso, pareceu-me um recado: “Ok, pessoal, estou fora dessa profissão. E não vou fugir”. Sigo no post abaixo. Encerro este tentando a sugerir a Beatriz que arrume uma Beatriz em benefício de uma narrativa mais verossímil.

18 comentários:

Anônimo disse...

QUEM ESTA A PAGAR HONORÁRIOS PARA OS ADVOGADOS DAS EMPREITEIRAS ?

QUEM PAGOU E ESTA A PARGAR ADVOGADOS DO MENSALÃO ?

ESTE É O CAMINHO. SÓ PODE TER "ALGO" GRAVÍSSIMO.

CARTÃO CORPORATIVO NÃO PODE SER. É SECRETO. LIMITE ILIMITADO PARA SAQUE BOCA DE CAIXA.

Anônimo disse...

NÃO FOI CLARA ? MENTIU NA CARA > ATÉ COM LÁGRIMAS DE CROCODILLO. E BEM FOCADO PELA GLOBO. QUEM TERÁ SITO O MAQUIADOR QUE COLOCOU LAGRIMOL NOS SÍLIOS DELLA.

NA HORA H > CHORA > COMO NOVELA.

Anônimo disse...

Dra Catta, que historinha é essa ?

Quem, dra Catta, quem a ameaça tanto ?

Como se sabe, a dra Catta foi ao jornal nacional dizer que foi intimidada por membros da CPI. (Lembra daquela testemunha bomba do Fantástico, a dra Venina ? A Globo faz qualquer papel, amigo navegante …)

Quem, dra Catta, quem a ameaçou?

Um advogado diz que a ilustre advogada foi ameaçada por uma “gangue”.

Quem ?

Quem compõe a gangue ?

Nomes !

Quem ameaça a integridade dra Catta ?

E o Stanley Burburinho, dra Catta ?

O Stanley é implacável.

Ele achou a sua empresinha em Miami – será próxima da empresinha da filha do Cerra com a irmã do Daniel Dantas ? – bem antes de a senhora se sentir terrivelmente intimidada.

Dra Catta, dra Catta … olha o que o Stanley achou:​

1) O Globo diz que a advogada dos delatores da Lava Jato disse que deixou os clientes e foi para os EUA(Miami) para trabalhar como consultora por que se sentiu ameaçada aqui no Brasil, devido à Lava Jato, suponho.

“Ameaçada, advogada de delatores da Lava-Jato diz que vai abandonar profissão.”

http://glo.bo/1LTSwHc

2) Acontece que a sra. advogada dos delatores, Beatriz Lessa da Fonseca Catta Preta, abriu a empresa de consultoria nos EUA(Coral Gables, Miami – FL), no dia 20 de outubro de 2014, há 9 meses, segundo o registro do site dos EUA, Corporationwiki. Veja abaixo:

http://www.corporationwiki.com/p/2furg2/catta-preta-consulting-llc

3) É coincidência ou já ​em outubro de 2014, há 9 meses, a sra. advogada já sabia que seria ameaçada em 2015?

Navalha

A dra. Catta vai para o Guiness – livro dos records.

Ela é a campeã mundial da delação super-premiada.

Esse berloque da Vara de Guantánamo que se omite diante do JS, Dantas e assemelhados, mas é implacável na tarefa de detonar a Dilma e o PT.

A dra Catta prestou relevantíssimos serviços à Vara de Guantanamo.

Por exemplo: a dra Catta Pretta foi a responsável por levar Paulo Roberto Costa, à época defendido por Nélio Machado (que era contra a delaçao premiada), a fazer um acordo com o Juiz Sérgio Moro, em agosto do ano passado.

De lá para cá tornou-se a representante dos principais delatores: além de Costa, Augusto Mendonça (Toyo Setal), Pedro Barusco e Júlio Camargo, que denunciou o achaque de Eduardo Cunha.

O Dr Moro lhe deve muito !

E o PSDB também !

Anônimo disse...

Pura encenação, estratégia de advogado para tentar melar a Lava Jato.

Anônimo disse...

Que o Eduardo Cunha não é um frade franciscano, todos sabemos, mas que esta advogada está sendo bem dissimulada não há dúvida, pois ao se sentir pressionada sobre a origem do pagamento de seus honorários, os quais em grande parte podem ter vindo do nosso bolso, já que é oriundo de dinheiro surrupiado da Petrobras, resolveu dar uma de "ameaçada". Contudo, tem uma empresa em Miami.

Anônimo disse...

Sempre achei muito estranha essa situação. Uma mulher que se casa com um homem que transporta dólares falsos e estava envolvido com trafico de pedras preciosas não é nada abonador, ainda mais quando exerce o ofício de advogada. Estranho, muito estranho!

Anônimo disse...

Cuidado Polibio e demais leitores - Reinaldo de Azevedo andou mudando o tom de suas criticas, meio que protegendo MO e a Monstra-Tapir. Ou devido a conhecida vaidade que fizeram-no crer ser um novo Pontes de Miranda ou devido a algum agrado escuso da Odexxxxx, nao sabemos.

Vem perdendo leitores a uma velocidade grande, devido a se postar contra o Sergio Moro e o impeachment.

Informacao pura, sem interesses escusos, hoje em dia - o Antagonista, only.

Mordaz disse...

Por que os milionários réus da lava jato escolheram uma advogada sem banca importante para sua defesa exótica? Uma advogada que de tão sem clientes diz de uma hora para outra que não brinca mais?

Anônimo disse...

Não confio no Reinaldo Azevedo, na Catta Preta, no Cunha nem na minha sombra. Estão todos querendo detonar a Lava Jato e o juiz Moro e sua trupe. Só confio em ti, Políbio.

Anônimo disse...



Anônimo das 10:46: A pergunta é: porque será que o antagonista de Diogo Mainardi, assim, do nada e de repente, começou a "paulear" Reinaldo Azevedo?? Será mesmo pelas razões que mencionou???

Anônimo disse...

Cuidado com as armadilhas que estão colocando para melar a Lava-Jato. Vejam o que o petralha das 10:07 escreveu. O caso da advogada Catta Preta está servindo somente para os detratores da Lava-Jato e do juiz Sergio Moro, lançarem dúvidas e colocarem seus planos maléficos em ação. E o ataque é de todos os lados,e servem a causa de todos os interesses, o governo e os petistas usam a renúncia da Catta Preta para atacarem a CPI da Petrobrás e Eduardo Cunha, assim matam dois coelhos de uma cajadada só.E também usam a mudança de depoimento de Júlio Camargo para desacreditar todas as delações com o objetivo de abafar a Lava-Jato. De outro lado os envolvidos beneficiários das propinas também tentam desacreditar o delator J. Camargo e toda a operação para livrarem-se das acusações e afirmam que o governo está por trás desta montagem, como é o caso de Eduardo Cunha.Em relação ao Reinaldo Azevedo equivoca-se o Editor ao afirmar que ele é insuspeito, pois defendia a advogada Catta Preta, na realidade ele não a defendia, mas é contra ela ter que depor na CPI a respeito dos seus honorários, mas ao mesmo tempo levanta dúvidas em relação a sua atuação na Lava-Jato, insinuando inclusive de que ela era o quarto braço da força-tarefa de Curitiba, agindo de uma forma heterodoxa em sintonia com o Juiz Sergio Moro, os Procuradores e P.F., ou seja também tentando macular a operação. E nestes últimos tempos, estranhamente o articulista, um dos maiores adversários do lulopetismo, começou a atacar a Lava-Jato e a defender a empreiteira Odebrecht e Eduardo Cunha. A Lava-Jato tomou proporcões inimagináveis, com desdobramentos até mesmo internacional, como se referiu um advogado na Revista Época desta semana, é uma questão de Estado agora, portanto é uma rede de interesses e de comprometimentos que os atores, mocinhos e bandidos, não sabem mais aonde vai parar e a quem vai atingir, sem contar com a deterioração social e econômica do país.

Anônimo disse...

Quantos comentarios inuteis, querem desviar o FOCO o tem os honorarios da advogada com o R O U B O ??????????????????? Depois dizem que o gaucho é politizado, pobre estado.

Anônimo disse...

Igreja de Cunha também recebeu dinheiro de delator

LUCIO BERNARDO JR/Câmara:

Quebra do sigilo bancário da empresa Treviso, utilizada pelo lobista e delator da Lava Jato Julio Camargo, apontou que R$ 125 mil foram repassados para a igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério Madureira, em Campinas (SP); igreja é próxima do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apontado por Camargo como sendo beneficiário de uma propina de US$ 5 milhões; no início do ano, Cunha trocou a igreja Sara Nossa Terra pela Assembleia de Deus Madureira...

Anônimo disse...

Eu acho que embaixo deste angu tem um baita caroço.
Não acredito em nada do que disse Catta Preta.
Estranho o fato dela não ter desmentido, de imediato, as notícias de que ela tinha abandonado o Brasil.
Estranho o fato de um baita escritório ter sido desmontado da noite para o dia.
Estranho as versões do delator que disse que Cunha não tinha nada a ver em quatro depoimentos, e depois retirar tudo o que tinha dito e afirmar o contrário.
Tem muita sujeira nesta história.
Quem viver verá.

Anônimo disse...

As perguntas da CPI sobre os honorários são pertinentes.Uma vez comentei sobre um traficante do RIO que foi preso e que tinha 19 advogados,perguntei na época:De onde vinha o dinheiro para pagar tantos advogados?Qual a renda do preso? Foi declarado o Imposto de Renda?Os advogados davam recibo?Declararam IR? Acho que a Justiça brasileira que é muito atenta deve ter levado isso em consideração.

Anônimo disse...

Acabo de assistir, mais uma vez, a entrevista dela.
Muito drama, vitimização, e insinuações.
Uma perfeita pau mandado a serviço de alguém.

Anônimo disse...

o MP e a p federal tem o poder dever de investigá-la.

Como Advogada tem imunidade

Mas como esposa de delinquente NÃO

Passou de defensora a membro de societas celeris

se tornou sócia do criminoso

Tem que ser muito investigada. Mesmo.

Só isso.


Anônimo disse...

Comentário de: Jason

O PT está por trás dessas manobras sujas e a intenção é: obstruir a CPI e desestabilizar o Eduardo Cunha. só espero que o juiz Sérgio Moro a proíba dela sair do país, afinal de contas, essa advogada Beatriz Cata Preta tem que depor não só na CPI como também na Polícia Federal. Além de esclarecer essa mentira que ela inventou porque não tinha um álibi contundente para apresentar.

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