Artigo, Elio Gaspari, jornal Cruzeiro do Sul - A transformação do jornalismo

A ilustração é de Vanessa Tenor, do jornal Cruzeiro do Sul,. Sorocaba, de hoje. 


Numa época em que se discute a crise da imprensa, os "Panamá Papers" mostraram mais uma vez que o jornalismo é imortal. Durante seis meses, 374 repórteres de 109 redações em 76 países trabalharam em cima do banco de dados com 11 milhões de documentos da fábrica de "offshores" Mossack Fonseca e estremeceram a banca e a política mundiais com seus achados. Não houve qualquer vazamento, por mínimo que fosse.
 
O jornalismo não acaba porque se transforma. Sabe-se lá quando ele começou. Talvez tenha sido quando um macaco fez sinal para outro avisando que havia um leão atrás do arbusto. Quando seu negócio é a notícia, torna-se imortal.
 
Nos "Panamá Papers" a primeira mudança aconteceu quando uma fonte ainda desconhecida entregou ao jornal Süddeutsche Zeitung o arquivo de 2,5 terabytes com operações do escritório panamenho de 1997 a dezembro de 2015. O jornal não poderia digerir o material e procurou um parceiro. Achou-o no Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, o Icij, um braço do Center for Public Integrity, organização sem fins lucrativos criada pelo repórter Charles Lewis em 1989 e sediada em Washington. Ele trocou uma carreira bem-sucedida nas redes de televisão pela de fiscal de malfeitorias. Ninguém dava nada pela ideia.
 
Enquanto a crise da imprensa é acompanhada pelo noticiário econômico (um bilionário mexicano comprou um pedaço do New York Times, Jeff Bezos arrematou o Washington Post, os japoneses levaram o Financial Times), no mundo da notícia abre-se um novo caminho, o dos consórcios de repórteres e publicações. Tem ao seu lado uma revolução tecnológica.
 

Os documentos da Mossack Fonseca são de uma espécie que remonta aos famosos "Pentagon Papers", de 1969.

CLIQUE AQUI para ler tudo, conforme original do jornal Cruzeiro do Sul. 

2 comentários:

Anônimo disse...

Imaginem se uma Rosane de Oliveira, uma Mônica Bergamo, pegassem a tal lista logo no princípio, jamais o mundo conheceria a íntegra.

Anônimo disse...

Elio Gaspari não disse tudo.. há também a variedade macacus FSP que ganha jabá do leão para não avisar os outros macaquinhos quando haveria caçadas...

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