O economista Gustavo Grisa, sócio da Agência Futuro, que trabalhou como analista de risco político nos EUA, está preparando um relatório com cenário político e de ambiente econômico e empresarial de alguns países da América Latina. Seguem alguns pontos, respondendo a perguntas do editor:
Como fica o ambiente econômico da América Latina, com tantas incertezas?
Estamos vivendo um momento de transição rápida, essa é a parte positiva. O efeito dos estragos causados pela lógica populista e pela polarização ainda vão durar mais um pouco. No Brasil, temos uma sequencia de impeachment, recessão, Presidente preso por corrupção (Temer) e Bolsonaro ainda oscilando entre reformas e retórica conservadora/populista. A Argentina dependerá fortemente das eleições desse ano, e o do que virá depois. O ciclo bolivariano na Venezuela já venceu, há uma dúvida de como será a transição. O Peru também tem traumas, Presidente que renunciou e preso por corrupção (PPK), e ex-presidente que se suicidou (Alan Garcia). São coisas que assustam os investidores e empresas internacionais. Sem falar no México, que volta a ter um Presidente “nacionalista”. O Chile é mais independente, tem economia mais setorizada e globalizada. Uruguai, estável mas de baixo impacto.
E a Venezuela? Tem chance de se recuperar rápido?
O ciclo bolivariano está com os dias contados, de um jeito ou outro.
Na Argentina, teremos eleições esse ano.
Sim, se Macri for reeleito, se buscará saber qual o repertório para novo mandato; se voltarem Kirschner ou o peronismo, não há limites para o nível de risco em que se pode chegar.
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