Este é apenas mais um escândalo do ex-tesoureiro de Dilma. Nas redes sociais, ele é percebido da forma que se encontra ao lado.
A escabrosa história a seguir, foi contada para a revista
Época desta semana pelo lobista João Augusto Henriques. Ela envolve diretamente
a Odebrecht, dona da Braskem, proprietária do Pólo de Triunfo, RS. A Odebrecht
é a entidade corruptora, porque entregou US$ 8 milhões para o caixa 2 da
campanha de Dilma Roussef em 2010, dez dias antes do segundo turno. Foi resultado de
um acordo pelo qual o senador Romero Jucá, então líder do PMDB no Senado,
abriria mão da CPI da Petrobrás, desde que saísse o dinheiro e o contrato com a
Odebrecht. Depois que a Odebrecht pagou US$ 8 milhões para o deputado João
Vaccari, PT, o presidente da Petrobrás, José Gabrielli, não quis honrar o
acordo e se negou a assinar qualquer coisa com a Odebrecht, o que só aconteceu assim que saiu mais propina, desta vez para o PT. Leia a reportagem da revista:
Ao cabo de duas horas de revelações, João Augusto parece
pronto para contar sua maior proeza, de acordo com os outros lobistas do PMDB:
o contrato de quase US$ 1 bilhão entre a Área Internacional da Petrobras e a
empreiteira Odebrecht, fechado às vésperas do segundo turno da eleição de 2010.
Pelo contrato, a Odebrecht cuidaria da segurança ambiental da Petrobras em dez
países.
- E a Odebrecht?
- Odebrecht? Eu montei tudo.
João Augusto diz que, no auge da CPI da Petrobras no
Senado, no segundo semestre de 2009, o relator da comissão, Senador Romero
Jucá, do PMDB, que também era líder do governo, convocou-o para uma reunião em
Brasília. Disse que fizera um acordo com o então presidente da Petrobras,
Gabrielli: o PMDB ajudaria a enterrar a CPI, que já estava morna, e, em troca,
Gabrielli não criaria dificuldades à aprovação, pela diretoria executiva da
Petrobras, do "projeto" Odebrecht. "Manda o João
apresentar", disse Gabrielli a Jucá, segundo o relato de João Augusto.
Logo depois, em dezembro de 2009, Jucá apresentou seu relatório final que
isentava a Petrobras de irregularidades. A CPI morria conforme o previsto.
(Jucá nega ter chamado João Augusto a Brasília para tratar do contrato entre
Petrobras e Odebrecht. "Não houve nenhum tipo de conversa com o Gabrielli
sobre qualquer contrato em troca de CPI. Até porque eu era líder do governo, eu
estava tratando com seriedade").
Para fazer o contrato, João Augusto diz que fez "um
grupo de trabalho, técnico, sério". "Trabalhamos um ano nisso. A
Petrobras precisava mesmo consolidar essas operações de meio ambiente lá fora.
A empresa não sabia o tamanho do passivo, quem cuidava do quê. Era preciso
centralizar", diz João Augusto. Por que não fazer uma licitação? "A
Odebrecht tinha de ganhar. Foi até ideia minha. Pelo tamanho dela. Pelo
padrão", diz. A Petrobras convidou formalmente outras empreiteiras. Todas
declinaram. Deu Odebrecht. Ouvida a respeito do caso, a Odebrecht nega ter
feito contrato com João Augusto Henriques. E afirma, em nota: "A afirmação
que a Odebrecht pagou o equivalente a US$ 8 milhões para a campanha de 2010 da
presidente Dilma Rousseff, por intermédio do secretário de Finanças do PT, João
Vaccari, não procede. A Odebrecht faz suas doações dentro de uma visão republicana
e em prol da democracia e do desenvolvimento econômico e social do país,
respeitando rigorosamente os limites e condições impostas pela legislação
eleitoral".
. No momento em que Gabrielli deveria cumprir sua parte do
acordo com Jucá, o PMDB foi traído, diz João Augusto. "Quando ela (a
Odebrecht) ganhou, Gabrielli fez de tudo para derrubar na diretoria. A CPI,
claro, já tinha passado. Quis f... o negócio. O contrato entrava na pauta da
diretoria, mas eles enrolavam." Com sua experiência política, João Augusto
sabia o que fazer. Conta que conversou primeiro com seus parceiros na
Odebrecht. Em seguida, procurou Vaccari, também tido como homem do PT na
Petrobras. "Avisei a ele: a Odebrecht vai ajudar vocês na campanha. Vai lá
e acerta com eles", diz João Augusto. Qual o valor acertado? "Deram,
mais ou menos, o equivalente a US$ 8 milhões para o Vaccari", afirma.
As dificuldades na diretoria prosseguiram por mais
algumas semanas. Em 26 de outubro de 2010, a cinco dias do segundo turno entre
Dilma e José Serra, do PSDB, a diretoria da Petrobras aprovou o contrato.
"Todo mundo recebeu. O partido, eu e as pessoas que ajudam. Quem ajuda,
ganha", diz João Augusto. E quem recebeu? Ele não responde. "Pessoas
de dentro (da Petrobras) que eu pago." Quanto o PMDB recebeu? "Foram
US$ 10 milhões ou US$ 11 milhões. Não mexo com dinheiro dos outros. A Odebrecht
tem os canais dela com os partidos", diz ele. E como se dava o pagamento?
"A parte deles (PT e PMDB) eu não sei. A minha foi lá fora", disse. "Todos
os contratos são assim."
CLIQUE AQUI para ver e ouvir Dilma falando sobre doações à campanha do PT. O video é do debate com Serra.