Nesta reportagem de Rubens Valente, intitulada "Doleiro diz que Planalto escolhia diretores quando
partidos divergiam", fica clasro que o doleiro e delator Alberto Youssef citou nominalmente Dilma Roussef e Lula, ao denunciar que o ex-presidente e a atual presidente sempre souberam da roubalheira na Petrobrás, concordavam com ela e dirigiam tudo desde o Palácio do Planalto, tanto que em casos de conflitos nas escolhas dos diretores por partes de PT, PP e PMDB, eram eles quem faziam a mediação.
Apesar da clareza das denúncias e da nominação dos líderes, Lula e Dilma não constaram da Lista de Janot e nem o ministro Teori Zavascki devolveu a papelada como imprestável, exigindo novas petições.
O doleiro Alberto Youssef afirmou em delação premiada que
o Palácio do Planalto era o responsável final pela escolha dos diretores da
Petrobras quando surgiam divergências entre os partidos políticos em torno da
indicação de nomes para os cargos.
A íntegra do depoimento foi incluída nos autos da
Operação Lava Jato que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal).
"Eram comuns as disputas de poder entre partidos
relacionadas à distribuição de cargos no âmbito da Petrobras e que essas
discussões eram finalmente levadas ao Palácio do Planalto para solução;
[Youssef] reafirma que o alto escalão do governo tinha conhecimento", diz
o depoimento, dado em 3 de outubro.
Youssef disse a chefia da Petrobras e o Planalto sabiam
do esquema. "Tanto a presidência da Petrobras quando [quanto] o Palácio do
Planalto tinham conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse
de comissões no âmbito da estatal".
O doleiro nominou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, a atual presidente, Dilma Rousseff, e os ex-ministros José Dirceu,
Edison Lobão, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann, Gilberto Carvalho e Antonio
Palocci entre os nomes do Planalto que sabiam do esquema.
No mesmo depoimento, quando indagado diretamente sobre a
participação da ex-presidente da Petrobras Graça Foster, o doleiro Alberto
Youssef não foi assertivo. "O declarante esclarece acreditar que a mesma
soubesse da estrutura de repasses das construtoras para partidos, mas não pode
afirmar".
"Entretanto, a prática da indicação de cargos
político visando pagamentos é rotineira e ocorre em todos os casos."