Confirmando a dinâmica benigna dos núcleos de inflação,
com um recuo atípico em itens do grupo saúde e cuidados pessoais, o IPCA de
novembro registrou queda de 0,21%, de acordo com dados divulgados no final de semana pelo IBGE.
O resultado, que veio abaixo da nossa projeção da mediana das expectativas do mercado (-0,09%), fez com que o índice
acumulasse alta de 3,59% neste ano – corroborando nossa revisão baixista do
cenário para 2018, para 3,8%. O recuo em
relação a outubro, quando o índice avançou 0,45%, refletiu principalmente as
desacelerações nos itens de transportes e habitação. A desaceleração de
gasolina (-3,07%) foi o principal vetor do movimento, refletindo tanto a
dinâmica de câmbio mais apreciado em relação aos últimos meses, quanto a baixa
nas cotações do petróleo – gerando o reajuste do preço final do combustível. Já
em habitação, o item energia elétrica continua trazendo os efeitos da mudança
de bandeira tarifária, com variação de -4,04% em relação a outubro. Além disto, o comportamento incomum de artigos de higiene pessoal foi
determinante para a queda mais acentuada, tendo registrado -0,71% ante a alta
de 0,27% no mês anterior. Este, aliás, foi o fator que contribuiu
majoritariamente para o nosso erro de projeção. Com relação aos outros grupos,
destaque para a desaceleração de alimentação e bebidas (0,39%) – sendo leite um
dos principais vetores da queda, com deflação de 7,52% –, devendo seguir
trajetória descendente, conforme observado também nos recuos de preços de
alimentação no atacado. Vestuário, no mesmo sentido, seguiu sua sazonalidade,
com variação de -0,43%, refletindo a dissipação dos efeitos da entrada de nova
coleção, enquanto os outros grupos ficaram próximos à estabilidade.
Em
doze meses, o IPCA acumulou alta de 4,05% e se espera, para dezembro, que a
inflação continue contida, com uma ligeira alta.
