Mantega ficou menos de 24h preso em setembro, por ordem de Moro.
A defesa do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega entregou ao juiz Sérgio Moro, nesta segunda-feira, um documento em que reconhece a existência
de uma conta não declarada na Suíça, com saldo de US$ 600 mil (R$ 2 milhões). De acordo com a
petição, o dinheiro foi obtido com a venda de um imóvel que pertencia à família
e não ao suposto recebimento de propina.
No documento, o ex-ministro disse que a conta foi aberta
antes de assumir o cargo na Fazenda. Ele também abriu mão do sigilo fiscal e
repassou às autoridades os dados da conta bancária na Suíça. Ainda de acordo
com o advogado, Mantega não espera ser perdoado pelo erro fiscal, ao não
declarar a conta fora do Brasil.
Alvo da Lava Jato
O ex-ministro da Fazenda foi alvo da 34ª fase da Operação
Lava Jato, deflagrada em 22 setembro de 2016 e batizada de Arquivo X. Ele
é suspeito de ter solicitado pagamentos a campanhas do Partido dos
Trabalhadores (PT), em 2012. O inquérito ainda está correndo na Polícia Federal
e não há um processo aberto contra ele. De acordo com a suspeita, o dinheiro teria sido repassado
ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura. A solicitação, conforme
as investigações, foi feita por Mantega, em novembro de 2012. Mantega chegou a ser preso no início daquela manhã no
Hospital Albert Einstein, onde estava para acompanhar a esposa que tem
câncer, mas a prisão foi revogada no início da tarde.
Moro decretou o bloqueio de até R$ 10 milhões das contas
bancárias do ex-ministro e de mais sete investigados na 34ª fase.