MPF acusa policiais federais "dissidentes" que forjaram denúncias para desestabilizar Lava Jato

O MPF identificou os policiais federais dissidentes. Eles agiram para desestabilizar seus colegas da Lava Jato e com isto forjar provas de nulidade, beneficiando os ladrões do Petrolão - petistas, petroleiros e empreiteiros. O caso do grampo encontrado por Youssef, foto ao lado, foi uma emboscada. - 


Ministério Público Federal denunciou na última semana formalmente por calúnia o delegado e o agente da Polícia Federal que acusaram irregularidades e coação envolvendo a cúpula de delegados da Operação Lava Jato, em Curitiba (PR) – onde estão concentradas as apurações de corrupção e cartel na Petrobrás. 

A reportagem é de Ricardo brandt, Fausto Macedo e Júlio Affonso, do Estadão de hoje.

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A acusação entregue à Justiça Federal no dia 11 é a primeira ofensiva contra suposta tática de contrainteligência que investigadores da Lava Jato identificaram, a partir do final de 2014. A estratégia seria desestabilizar as apurações e tentar algum tipo de nulidade legal na condução do caso, que atingiu a partir de novembro do ano passado as maiores empreiteiras do País e seu papel e conluio com os dois principais partidos do governo federal, PT e PMDB. Um rombo de pelo menos R$ 19 bilhões nos cofres públicos até aqui.

O delegado Mário Renato Castanheira Fanton e o agente federal Dalmey Fernando Werlang foram denunciados criminalmente à Justiça Federal pelo procurador Daniel Holzmann Coimbra, do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial da Procuradoria.

Eles são acusados de se associarem “para ofender a honra dos colegas”, apontando grampos ilegais na cela do doleiro Alberto Youssef – peça central da Lava Jato, e cujo fato teria poder de anular provas da investigação – e vícios na sindicância aberta para conduzir o caso.

A Procuradoria pede abertura de ação penal por calúnia,  que prevê pena de seis meses a dois anos de prisão e multa,  aumentada em um terço da pena por envolver vítima agente público no exercício da função.

Vítimas. As supostas vítimas dos dois federais são seis delegados da Lava Jato, alguns deles que integram a cúpula da Polícia Federal, em Curitiba, como Rosalvo Ferreira Franco, superintendente regional no Paraná, e Igor Romário de Paula, delegado regional de combate ao crime organizado. Além do delegado Mauricio Moscardi Grillo, responsável pela apuração interna sobre o suposto grampo clandestino na cela do doleiro.

Narra a denúncia que em março de 2015, o delegado Fanton, lotado na delegacia da PF em Bauru (SP), de Polícia Federal, desembarcou em Curitiba – sede das investigações da Lava Jato, envolvendo alvos sem direito a foro especial – para cumprir “missão” de “conteúdo sigiloso” na Superintendência da Polícia Federal no Paraná.

“Antes da conclusão do apuratório, no dia 30 de abril de 2015, não foi dada continuidade à missão, pelo que Fanton deveria retornar à delegacia de origem”, registra o procurador da República Daniel Holzmann Coimbra.

Nesse período, o agente Werlang cumpria função no Núcleo de Inteligência da PF (NIP), em Curitiba, comandado pela delegada Daniele Rodrigues – também alvo das supostas calúnias. Os dois federais denunciados teriam se encontrado entre os dias 2 e 3 de maio, “imediatamente após o afastamento de Fanton”.

O assunto seria o afastamento do delegado. “Após esses encontros, associaram-se para ofender a honra dos colegas que entendiam ser os responsáveis pelo afastamento”, registra a denúncia.
A partir de então, os dois passaram a apontar que a escuta encontrada em abril e a sindicância que apurou o caso. Para isso, teriam se envolvido em suposto plano que incluiu um depoimento colhido de forma ilegal do agente Dalmey, um depoimento à Corregedoria da PF em que Fanton comunicou falsa coação a um terceiro agente envolvido no episódio da escuta na cela de Youssef.

“Na segunda-feira (04 de maio), no hotel em que Fanton estava hospedado, e sem nenhum procedimento formalmente instaurado, ele tomou depoimento de Dalmey, o qual relatou supostos vícios na sindicância 04/2014, sindicância esta acerca da escuta ambiental localizada por Alberto Youssef no forro da cela que ocupava”, registra a Procuradoria.

No mesmo dia, o delegado Fanton levou ao Ministério Público Federal acusação de que três delegados das investigações da Lava Jato, Igor, Daniele e Moscardi, “coação no curso do processo”. “Fui coagido a manipular provas no inquérito pelo dpf Igor, sua esposa dpf Daniele, dpf (delegado da Polícia Federal) Moscardi e ate do escrivão do feito”, escreveu ele em mensagem eletrônica encaminhada à Procuradoria.

Na Corregedoria-Geral da Polícia Federal, dois dias depois, Fanton também disse que agente federal conhecido como “Bolacha” sofreu algum tipo de pressão para não indicar eventuais culpados “no decorrer da sindicância” realizada em 2004.

“Bolacha” é o agente Paulo Romildo Rossa Filho. Responsável pela carceragem da PF, ele havia prestado depoimento na sindicância 04/2014 conduzida pelo delegado Moscardi e concluída em setembro de 2014, após localização de aparelho de captação de áudio na cela em abril, informa a denúncia contra os dois federais. A conclusão foi que não houve irregularidades e que o equipamento era inativo.

“Ao contrário do que insistem os acusados em dizer, não houve nenhuma espécie de coação sobre o agente Romildo no que diz respeito ao seu depoimento perante a sindicância realizada no ano de 2014″, sustenta o procurador do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF.
“Tampouco existiu a afirmada coação a Fanton por parte dos delegados Igor, Daniele e Moscardi.”
O procurador encerra a denúncia com a afirmação de que “Fanton e Dalmey tinham plena ciência, a todo tempo, de que essa coação não existiu”. No pedido de abertura de ação penal por calúnia, Coimbra arrolou como testemunha de acusação o agente Rossa Filho, conhecido como Bolacha. O procurador não integra a força-tarefa da Lava Jato.
relatorio da pf odebrecht

Dissidentes. A denúncia do órgão, externo à Lava Jato, reforça as suspeitas dos investigadores de que o episódio pode ter relação com suposta tática adotada por empreiteiras do cartel para tentar anular a Lava Jato.

Em maio, investigadores descobriram que assessorias de imprensa contratadas por empreiteiras do cartel, entre elas a da construtora Norberto Odebrecht, ajudaram a “difundir” para os jornais, rádios e TVs o conteúdo dos depoimentos dos dois federais denunciados.

No dia 2 de julho, os dois policiais federais foram convocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás, após essa divulgação dos depoimentos dos dois acusados, onde confirmaram a existência das supostas escutas ilegais.

No relatório que pediu seu indiciamento, a PF aponta como figura central desse suposto plano o presidente da empreiteira, Marcelo Bahia Odebrecht – preso desde o início de julho.
Trecho de relatório de indiciamento de presidente e executivos da Odebrecht
Trecho de relatório de indiciamento de presidente e executivos da Odebrecht que cita ‘dissidentes’ da PF

O delegado Eduardo Mauat da Silva chama a atenção para as anotações do empresário feitas após sua prisão, que registram “trabalhar para anular (dissidentes PF…)”.

“Uma referência clara à Polícia Federal, ou pelo menos a alguns de seus servidores”, informa o delegado. “Marcelo teria a intenção de usar os ‘dissidentes’ para de alguma forma atrapalhar o andamento das investigações, e, se levarmos em consideração as matérias (grampo na cela, descoberta de escuta, vazamento de gás, dossiês) veiculadas nos vários meios de comunicação, nos últimos meses, que versam sobre uma possível crise dentro do Departamento de Polícia Federal, poder-se-ia, hipoteticamente, concluir que tal plano já estaria em andamento.”


Os policiais federais Fanton e Werlang não foram localizados pela reportagem para comentar o caso. A Odebrecht nega que tenha adotado medidas para atrapalhar as apurações da Lava Jato.

Pressão aumenta para que Dilma livre Lula da cadeia, nomeando-o para ministro do governo do PT

São enormes as pressões políticas para que Dilma nomeie Lula para o ministério. Seria a única maneira de livrá-lo da carceragem da Polícia Federal do Paraná.

Ministros têm foro privilegiado.

Ele seria investigado pela PGR, do amigo Janot, e julgado pelo STF, do seu amigo Lewandowsky, e não mais pelo juiz singular, o incorruptível Sérgio Moro.

Cerco da Lava Jato a Lula começa a se estreitar

Ha pelo menos um  mês, a revista Veja anunciou que tinha chegado a vez delle.


Em texto publicado neste sábado, o colunista Ricardo Noblat, do Globo, avisa que o ex-presidente Lula será o próximo alvo da Operação Lava Jato – entre os aliados de Lula, defende-se a tese de que ele seja ministro para não ficar à mercê da primeira instância do Poder Judiciário.

Leia, abaixo, o texto de Noblat
Cerco da Lava Jato a Lula começa a se estreitar
Ricardo Noblat
Lula é um descuidado. Ou pelo menos foi quando telefonou para Alexandrino Ramos Alencar, executivo da empreiteira Odebrecht, no dia 15 de junho último.
Eram 20h06. O telefone de Alexandrino estava grampeado pela Polícia Federal com autorização da Justiça.
Uma voz de homem que se identificou como “Moraes” perguntou a Alexandrino se ele poderia atender “o presidente”.
“Lógico”, respondeu Alaexandrino. Que dali a quatro dias acabaria preso pela Lava Jato que investiga a roubalheira na Petrobras.
Aqui, a transcrição da conversa.
Observem o tratamento de amigos, parceiros, íntimos conferido por Lula a Alexandrino. Os dois já viajaram juntos ao exterior a serviço da empreiteira.
Observem também como Lula parecia preocupado com a acusação de que o BNDES poderia ter beneficiado a Odebrecht.
Os dois não dizem, mas na época fora levantada a suspeita de que Lula, lobista da Odebrecht, usara do seu prestígio para que o BNDES financiasse negócios da empreiteira no exterior.
Lula deixa mal o ex-ministro Delfim Netto, seu amigo e assessor informal de Dilma, ao mencionar artigo que ele publicaria no jornal VALOR justificando os financiamentos dados pelo BNDES à Odebrecht.
Não fica claro se Lula encomendou o artigo a Delfim. Mas fica parecendo algo combinado entre os dois.
No artigo, Delfim disse a certa altura: “É abusivo dizer que o BNDES é uma ‘caixa preta’ e é erro grave afirmar que deve dar publicidade às minúcias das suas operações, o que, obviamente, revelaria detalhes dos contratos de seus clientes que seriam preciosas informações para nossos concorrentes e, portanto, contra o Brasil."
(Música aos ouvidos de Lula e de Alexandrino.)
Lula pergunta a Alexandrino como se comportaram os palestrantes do seminário organizado pelo VALOR. E Alexandrino detalha a participação de cada um.
Todos, segundo Alexandrino, se saíram muito bem. O que estava em questão era o papel do BNDES nos negócios da Odebrecht.
O Marcelo citado por Alexandrino é Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira, que ainda não fora preso.
O Emílio que Lula afirma que pensara procurar é o pai de Marcelo.
Essa é a primeira vez que Lula aparece em grampos da Lava Jato.
Em nota oficial, o BNDES lamentou as 'tentativas de manipular diálogo entre Lula e executivo'.
Nota sem sentido. Lula não é mais presidente da República. Assim, o BNDES não está mais obrigado a sair em seu socorro. Por que saiu?
O cerco a Lula no caso da Lava Jato começa a se fechar.


Gleisi Hoffmann é de novo acusada, desta vez na Operação Pixuleco 2

Ao lado, Gleisi e o marido com Eduardo Gaievski, que seria seu coordenador de campanha ao governo do Paraná, ano passado, mas que resultou preso sob acusação de pedofilia. Gleisi nuna mais falou no petista. - 


A senadora Gleisi Hoffman e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, ambos do PT, estão de novo no olho do furacão, tudo por conta da Operação Pixuleco 2, 18a. fase da Lava Jato, que resultou na prisão do ex-vereador petista Alexandre Romano, que coletou R$ 40 milhões da empresa Consist, que prestava serviços de computação ao ministério do Planejamento, justamente em 2010, quando o maridão de Gleisi era ministro.

A propina tinha entre beneficiários o escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves, que atuaram nas campanhas eleitorais da senadora Gleisi e também na defesa de Paulo Bernardo em vários processos judiciais. O escritório também trabalha para o diretório do PT no Paraná e para Itaipu Binacional, na qual vaccari foi conselheiro.

Os pixulecos para Romano foram pagos até omês passado.

Gleisi Hoffmannn já é investigada por ter recebido R#$ 1 milhão do doleiro Youssef, mas seu caso está na órbita do STF.

Artigo, Igor Gielow, Folha - Enredos possíveis

A gestão Dilma-2, como já dito aqui, acabou antes de começar. Subsiste uma presidente, cujo partido se desintegrou sob o peso da corrupção, tirando fotos com claque a soldo e convivendo com o governo de fato do PMDB, que entrega a sua Agenda Brasil cheia de coisas inexequíveis, oportunidades de negócios e alguns pontos interessantes.

Algo pode até virar realidade, mas a agenda não passa de um McGuffin, um recurso narrativo típico dos filmes de Alfred Hitchcock destinado a esconder a verdadeira trama. Como a dinheirama roubada por Marion Crane, que domina o início de "Psicose" só para escamotear a história do "über-psicopata" Norman Bates.

No filme patrocinado por Lula para desarmar o impeachment de Dilma, cuja gestação encontrava-se adiantada, Renan Calheiros ganha algo a ser desvelado para travar tudo. Isso, somado ao respiro que Joaquim Levy ganhou da Moody's, deu um alento inesperado ao governo.

Para o público, vende-se uma reedição do parlamentarismo branco do primeiro semestre, desta vez com a chancela do Planalto. Só que falta combinar com a Câmara sob o vilão predileto de todos, Eduardo Cunha.

Mas o McGuffin pode também desviar a atenção de um enredo peemedebista que vislumbra a queda de Dilma. Se ela ganhou alguma sobrevida na semana, suas fragilidades continuam as mesmas, e a vocação do PMDB não sugere solidariedade.

A presença ostensiva de Romero "líder de qualquer governo" Jucá e das digitais de José Serra na Agenda é detalhe nada desprezível. O PMDB toca então barco, à espera de uma Lava Jato cada vez mais aguda, inclusive contra si, e talvez novidades nas apurações do TSE.


E há também os atos de rua deste domingo (16), quando será possível aferir se as manifestações da era da rede social têm musculatura para ultrapassar a categoria de "evento de Facebook" e influenciar de forma mais decisiva o debate.

Cairolli foi à Festa do Porco em Palmitinho

O vice-governador José Cairolli participou, ontem, da Festa do Porco. Foi em Palmitinho.

Brasília espera protesto-monstro contra Dilma neste domingo

Relatórios do departamento de Inteligência da Polícia Militar do DF mostram que a expectativa para os protestos contra o governo Dilma é de que o número de manifestantes seja pouco maior que no último protesto, em abril, que reuniu mais de 35 mil pessoas, em Brasília, e cerca de 1,2 milhão no restante do País. 

O problema, segundo o setor de Inteligência da PM, serão os protestos de movimentos sindicais em apoio ao governo: eles prometem “confusão” com os anti-dilmistas.

Ajude a cobrir os atos brasileiros contra Dilma, Lula e o PT. Use o Whats App.

O editor recebeu muitas mensagens de Whats App na tarde e na noite deste sábado. Foram mensagens de Rio Branco, São Paulo, Brasília, Rio, Florianópolis, Vitória, Uruguaiana, Gramado e Porto Alegre. Esta corrente é importante para melhorar a percepção sobre os protestos. - 

Participe desde já da cobertura das manifestações deste domingo em todo o País. Mande seu Whats App com torpedos, fotos e filmes para o seguinte número:

051.8434.4403

Também via e-mail polibioadolfobraga@gmail.com

Só em São José do Rio Preto: OAB, MPE e PM pedem e juiz proibe menores nos atos de amanhã contra Dilma

O site www.uol.com.br desta tasrde de sábado informa que a Justiça proibiu menores de 16 anos de participar das manifestações deste domingo, 16, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Se quiserem participar ou mesmo acompanhar as manifestações de perto, os menores precisam estar acompanhados de pais ou responsáveis legais.

O juiz avisou que também serve ordem judicial. 

A decisão é do juiz da Infância e Juventude de Rio Preto, Evandro Pelarin, que atendeu ofício da PM coronel Helena dos Santos Reis, comandante da Polícia Militar no município. A PM se preocupa com a possibilidade de ocorrências de violência entre participantes e policiais, que não poderiam proteger os menores em caso de confronto com black blocs, por exemplo.

A proibição tem o apoio do Ministério Público Estadual, que foi favorável à representação feita pela PM.


É a terceira vez que a Justiça cas didade proíbe os menores nos protestos, as outras foram nas manifestações de 15 de março e 12 de abril, quando a proibição valia para menores de 18 anos. A redução da idade ocorre porque a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recorreu e conseguiu habeas corpus no Tribunal de Justiça (TJ), que por sua vez, estabeleceu a idade mínima em 16 anos.

Para o impeachment de Dilma, falta apenas o povo na rua

CLIQUE AQUI para examinar comentário do editor, intitulado "Para o impeachment de Dilma, falta apenas o povo na rua".

E a oportunidade é fazer isto neste domingo.

Sol, nuvem,chuva no domingo de protestos em Porto Alegre

Amanhã, domingo, dia de manifestações de rua em Porto Alegre, o Climatempo prevê tempo nublado com possibilidade de chuva e sol.

A temperatura oscilará enter 16 e 21 graus.

CLIQUE AQUI para examinar mais informações sobre o tempo em todo o País.

Cerveró revela que assinou contrato superfaturado para pagar dívidas da campanha de Lula

A reportagem a seguir é assinada pelo jornalista Robson Bonin, Veja desta semana:


No início de 2007, a Petrobras experimentava uma inédita onda de prosperidade estimulada pelas reservas recém-descobertas do pré-sal. O segundo mandato de Lula estava no começo. Com a economia aquecida e o consumo em alta, a ordem era investir. A área internacional da companhia, sob o comando do diretor Nestor Cerveró, aportou bilhões de dólares na compra de navios-sonda que preparariam a Petrobras para a busca do ouro negro em águas profundas. Em março daquele ano, uma operação chamou atenção pela ousadia. Sem discussão prévia com os técnicos e sem licitação, a estatal comprou uma sonda sul-coreana por 616 milhões de dólares. E, ainda mais suspeito, escolheu a desconhecida construtora Schahin para operá-la, pagando mais 1,6 bilhão de dólares pelo serviço. Um negócio espetacular – apenas para a empresa que vendeu a sonda e para a construtora, que tinha escassa expertise no ramo. A Lava-Jato descobriu que, como todos os contratos, esse também não ficou imune ao pagamento de propina a diretores e políticos. O escândalo, entretanto, vai muito mais além.
Em delação premiada, o operador Julio Camargo, que representava a Samsung na transação do navio-sonda Vitória 10?000, confessou ter pago 25 milhões de dólares em propinas a diretores e intermediários, incluindo aí o próprio Cerveró. Com o esquema em torno da sonda revelado, faltava descobrir o papel da Schahin na operação. E é exatamente Nestor Cerveró, preso em Curitiba e agora negociando a sua delação premiada, quem revela a parte até aqui desconhecida da história. Em um dos capítulos do acordo que está prestes a assinar com o Ministério Público, o ex-diretor da área internacional conta que os contratos de compra e operação da sonda Vitória 10?000 foram direcionados à construtora Schahin com o propósito de saldar dívidas da campanha presidencial de Lula, em 2006. E, por envolver o caixa direto da reeleição do petista, a jogada foi coordenada diretamente pela alta cúpula da Petrobras.
Nos primeiros relatos em busca do acordo, Cerveró contou que o PT terminou 2006 com uma dívida de campanha de 60 milhões de reais com o Banco Schahin, pertencente ao mesmo grupo que administrava a construtora. Sem condições de quitar o débito pelas vias tradicionais, o partido usou os contratos da diretoria internacional para pagar a dívida da campanha. Então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli incumbiu pessoalmente Cerveró do caso. O ex-diretor recebeu ordens claras para direcionar o contrato bilionário da sonda à Schahin. Uma vez contratada pela Petrobras, a empreiteira descontou a dívida do PT da propina devida aos corruptos do petrolão. Para garantir o silêncio sobre o arranjo, a Schahin também pagou propina aos dirigentes da Petrobras envolvidos na transação. Os repasses foram acertados pelo executivo Fernando Schahin, filho do fundador do grupo, Milton Schahin, e um dos dirigentes da Schahin Petróleo e Gás. Fernando usou uma conta no banco suíço Julius Baer para transferir a propina destinada aos dirigentes da estatal para o banco Cramer, também na Suíça. O dinheiro chegou a Cerveró e aos gerentes da área Internacional Eduardo Musa e Carlos Roberto Martins, igualmente citados como beneficiários dos subornos.
Além de amortizar as dívidas da campanha de 2006, o contrato da sonda Vitória 10?000 serviu para encerrar outro assunto nebuloso envolvendo empréstimos do Banco Schahin e o PT. A história remonta ao assassinato do prefeito petista Celso Daniel, em Santo André, em 2002. Durante o julgamento do mensalão, ao pressentir que seria condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal, Marcos Valério, o operador do esquema, tentou fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Em depoimento na Procuradoria-Geral da República, ele narrou a história que agora pode se confirmar no petrolão. Segundo Valério, o PT usou a Petrobras para pagar suborno a um empresário que ameaçava envolver Lula, Gilberto Carvalho e o mensaleiro preso José Dirceu na trama que resultou no assassinato de Celso Daniel.
Valério contou aos procuradores que se recusou a fazer a operação e que coube ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Lula, socorrer a cúpula petista. Segundo ele, Bumlai contraiu um empréstimo de 6 milhões de reais no Banco Schahin para comprar o silêncio do chantagista. Depois, usou sua influência na Petrobras para conseguir os contratos da sonda para a construtora. O próprio Milton Schahin admitiu ter emprestado 12 milhões de reais ao amigo de Lula. “O Bumlai pegou, sim, um empréstimo, como tantas outras pessoas. Mas eu não sou obrigado a saber para que o dinheiro foi usado”, disse recentemente à revista Piauí.
Eivada de irregularidades, a contratação da Schahin tornou-se alvo de investigação da própria Petrobras. A auditoria da estatal concluiu que a escolha da Schahin se deu sem “processo competitivo” e ocorreu a partir de índices operacionais de desempenho artificialmente inflados para justificar a contratação. Os prejuízos causados pela transação em torno da Vitória 10?000 foram classificados pelos técnicos como “problemas políticos”, que deveriam ser resolvidos pela cúpula da estatal. Não fosse pela Lava-Jato, a trama que envolve a campanha de Lula e os contratos na Petrobras permaneceria oculta nos orçamentos cifrados da estatal. A Schahin, que vira seu faturamento saltar de 133 milhões de dólares para 395 milhões de dólares durante os oito anos de governo Lula, seguiria faturando sem ser importunada.
O cerco, porém, está se fechando. Os números das contas usadas no pagamento de propinas no exterior e até detalhes das viagens de Fernando Schahin à Suíça já foram entregues pelos ex-dirigentes da Petrobras aos procuradores. Apesar dos claros sinais de fraude no processo, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli defendeu a compra da sonda ao depor como testemunha de defesa de Cerveró na Justiça. Procurados, os advogados de Cerveró disseram que não poderiam se pronunciar sobre o andamento do acordo de delação com o Ministério Público. Os demais citados negaram envolvimento no caso. Ao falar da ordem para beneficiar a Schahin, Cerveró reproduziu a frase que teria ouvido de Gabrielli: “Veio um pedido do homem lá de cima. A sonda tem de ficar com a Schahin”. E assim foi feito. Cerveró ainda não revelou quem era o tal “homem”.


Só no Face do MBL existem 66 mil adesões para os atos de amanhã em Porto Alegre

Até ontem a noite, sexta-feira, a página do Facebook do Movimento Brasil Livre tinha registrado 66 mil adesões às manifestações de domingo a tarde no Parcão. O grupo Vem pra Rua, registra manifestações em 20 cidades gaúchas.

Os atos ocorrerão em todas as Capitais, além de 200 cidades do interior do País.

O MBL não é o único grupo que se mobiliza pelos atos de protesto.

O mais aguerrido é o grupo Vem pra Rua, mas há também o Revoltados on Line.

Sem aparecer como grupo organizado empenhado exclusivamente nas manifestações, vários Partidos e entidades mobilizam-se no RS, como PSDB, PP e franjas do PMDB, como também a Força Sindical e diretórios estudantis de todo o Estado.

Em Porto Alegre, 400 homnes da Brigada Militar farão a segurança da passeata que sairá do parcão.

Jucá, líder do PMDB, avisa: "Ou o governo muda ou o povo muda o governo"

O senador Romero Jucá (PMDB-RR), o cérebro por trás dos 27 pontos colocados pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros, para debelar a crise política, faz uma previsão negativa quanto à situação do país, em entrevista neste sábado:

- O quadro econômico e político vai se agravar cada dia mais. Cada domingo será pior, pois haverá mais pessoas chorando desemprego, lojas fechando, pessoas sem pagar o carnê na segunda, devendo cheque especial.

Segundo ele, a presidente Dilma precisa mudar o governo e diz que o quadro é reversível caso ela se entenda com a sociedade:

- Ou o governo dá um cavalo de pau radical ou ele não se sustenta. Mas tenho esperança. Para que existe UTI? Para reanimar o cidadão. O governo está na UTI. Pelo amor de Deus, não racionem o oxigênio! Porque depois vai morrer e aí não adianta, porque já passou a hora. Ou o governo muda, ou o povo muda o governo.

Saiba como Lula gastou os R$ 27 milhões que ganhou das empreiteiras. As revelações são da revista Veja.

Oficialmente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é investigado pela Operação Lava Jato, o que já foi dito por diversos integrantes da força-tarefa paranaense. No entanto, surgem indícios eloquentes de que Lula talvez seja o próximo alvo da operação. Ontem, o jornal Estado de S. Paulo divulgou uma conversa grampeada pela Polícia Federal entre ele e Alexandrino Alencar, um dos diretores da Odebrecht presos na Lava Jato (leia mais aqui).

Hoje, a revista Veja quebra o sigilo bancário do ex-presidente. Segundo a publicação, os dados foram obtidos a partir de um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) enviado à Polícia Federal e aos integrantes da força-tarefa paranaense.

De acordo com o relatório, a LILS, empresa de palestras do ex-presidente Lula, faturou R$ 27 milhões, desde que ele deixou a presidência da República. Destes, cerca de R$ 10 milhões teriam vindo de empresas investigadas na Lava Jato, como Odebrecht (R$ 2,8 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 1,5 milhão) e OAS (R$ 1,4 milhão).

Essa devassa bancária contra o ex-presidente da República apontou também a destinação dos recursos. 

De acordo com o relatório, a LILS aplicou R$ 12,9 milhões, fez um plano de previdência privada no valor de R$ 5 milhões, recolheu R$ 3 milhões em impostos e fez transferências de R$ 4,3 milhões.

A quebra do sigilo bancário aponta até os repasses feitos por Lula a alguns de seus filhos:

Lurian recebeu R$ 385 mil. 
Luis Claudio ganhou R$ 209 mil 
Sandro recebeu outros R$ 80 mil.

Veja abre sua reportagem dizendo que palestras de ex-presidentes não são ilegais. A revista afirma que Fernando Henrique Cardoso faz isso com frequência e que Bill Clinton é um dos campeões da modalidade, tendo recebido centenas de milhões de dólares por essa trabalho.


Nas últimas semanas, o ex-presidente tem sido aconselhado por aliados a aceitar ser ministro do governo Dilma. Assim, ele passaria a ter direito ao foro privilegiado e só poderia ser alvo de ações movidas nos tribunais superiores.

Prefeito de Uruguaiana pede redução do próprio salário

Já tramita em regime de urgência o projeto enviado pelo prefeito Luiz Augusto Schneider, que propõe reduzir seu próprio salário, do vice  e dos 11 vereadores.

O salário do prefeito cairia de R$ 14,3 mil para R$ 10mil e os salários dos vereadores seriam reduzidos de R$ 6,7 mil para R$ 4,7 mil.

Levy negará aval para novos empréstimos do governo do RS

O ministro Joaquim Levy avisou ao governador José Sartori que o governo federal não avalizará nenhum  novo pedido de empréstimo do governo do RS.

E nem de governo algum.

Veja revela que Lula levou R$ 27 milhões em propinas de empreiteiras investigadas pelo Petrolão

A revista Veja que já está nas bancas de São Paulo, a exemplo da Istoé (leia ab aixo) publica extensa reportagem de capa,  mostrando que o ex-presidente Lula faturou R$ 27 milhões com sua empresa L.I.L.S. Palestras, Eventos e Publicações Ltda. Do total, R$ 10 milhões foram pagos por empreiteiras investigadas no Petrolão.

A reportagem denuncia que o dinheiro todo é tráfico de influência.

A foto da capa aí lado é de Vaccari Neto, o ex-tesoureiro nacional do PT, preso no Paraná por ordem do juiz Sérgio Moro.

O PT já tem dois tesoureiros nacionais presos por corrupção, no caso Delúbio Soares, Mensalão, e Vaccari Neto, Petrolão, mas apesar disto continua no governo e prossegue ameaçando a sociedade brasileira e a oposição até por ações de violência física que pretende usar em caso de confronto político mais agudo.

A bola da vez é Lula, o verdadeiro chefe da República do Pixuleco.

Pegar Dilma e deixar Lula solto e o PT de pé não vai adiantar nada.

O Petrolão, o sr. Itaipava e a campanha de Dilma

A revista Istoé desta semana, que já circula em São Paulo, volta a desvendar os descaminhos percorridos pelo ex-presidente, poque conseguiu reunir documentos mostram que o empresário Walter Faria, dono da Cervejaria Petrópolis e amigo de Lula, se tornou um dos principais financiadores das eleições de Dilma e do PT, depois de receber propinas do esquema que desviou bilhões da Petrobras

A reportagem de seis páginas é de Mário Simas Filho.

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Quando terminar o rastreamento da propina de US$ 15 milhões paga pelo ex-executivo da Toyo Setal, Júlio Camargo, ao esquema do Petrolão, os procuradores da Operação Lava Jato chegarão à mais forte conexão encontrada até agora entre os desvios ocorridos na Petrobras e as campanhas eleitorais do PT e da presidente Dilma Rousseff em 2010 e em 2014. Documentos obtidos por ISTOÉ mostram pela primeira vez desde o início das investigações o envolvimento de um empresário que nada tem a ver com empreiteiras ou com o setor de óleo e gás como beneficiário do Petrolão. Trata-se de Walter Faria, dono da Cervejaria Petrópolis -- que produz a cerveja Itaipava – e amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os documentos mostram que Faria se tornou um dos maiores financiadores das campanhas de Dilma depois de receber propina do Petrolão em uma conta na Suíça. Na disputa eleitoral do ano passado, Faria destinou R$ 24,8 milhões para o PT e seus aliados. Para a conta da então candidata Dilma Rousseff foram remetidos R$ 17,5 milhões em um intervalo de apenas cinco dias, entre 29 de setembro e 3 de outubro. São valores que fizeram da cervejaria sediada em Boituva (SP) a quarta maior financiadora da campanha da presidente, com R$ 10 milhões a mais do que foi doado pela Ambev, a gigante do setor de bebidas, e atrás apenas de potências empresariais como o Grupo JBS, a Andrade Gutierrez e a OAS. Segundo membros do Ministério Público Federal em São Paulo ouvidos por ISTOÉ na última semana, o fato de não estar ligado a obras da Petrobras e nem ao setor de petróleo indica que Faria pode ter atuado como intermediário para levar às campanhas parte dos bilhões desviados da estatal. Um elo fundamental em todo o esquema, que vem funcionando desde 2006 e envolve uma complexa movimentação financeira que passa por contas e empresas na Suíça, em Montecarlo e no Uruguai.

Para os procuradores ouvidos por ISTOÉ, o fato de a Cervejaria Petrópolis se tornar um dos maiores financiadores das campanhas de Dilma e do PT é parte de um milionário tomá-la-da-cá nada republicano. No ano passado, dias antes de destinar uma parcela de R$ 5 milhões para a campanha da reeleição de Dilma, o Sr. Itaipava, como Faria é conhecido no meio político, obteve benesses do Banco do Nordeste impensáveis em uma operação normal. No começo de 2013, Faria conseguiu um empréstimo de R$ 375 milhões no BNB para construir uma fábrica na Bahia. Como sua empresa acumulava dívidas de aproximadamente R$ 400 milhões com a Receita, o BNB exigiu que Faria apresentasse como garantia uma carta-fiança de outro banco, o que representa um custo anual que pode chegar a 3% do total do empréstimo. O Sr. Itaipava reclamou muito, mas acabou aceitando. Em abril de 2014, o mesmo BNB, com as mesmas condições, disponibilizou mais R$ 452 milhões ao cervejeiro, para a construção de uma unidade em Pernambuco. Em setembro de 2014, a direção do banco mudou e apadrinhados da presidente Dilma e do então governador baiano, Jaques Wagner, assumiram o comando. Com a mudança, em apenas 24 horas Faria conseguiu se livrar das cartas fianças e apresentar garantias que, segundo analistas, jamais seriam aceitas por um banco privado. “Como alguém que carrega uma dívida de R$ 400 milhões com a Receita consegue tanto privilégio de um banco público?”, questiona o deputado Rubens Bueno (PPS-PR). É provável que a resposta esteja nas relações políticas. No ano passado, além de se tornar a quarta maior doadora da campanha presidencial de Dilma, a Cervejaria Petrópolis foi, na Bahia, a principal financiadora da campanha do governador petista, Rui Costa, sucessor de Jaques Wagner. Segundo os registros do TSE, a Cervejaria de Faria repassou R$ 6,2 milhões para a campanha do governador, R$ 2 milhões a mais do que a OAS, a segunda maior fornecedora de recursos para o PT baiano.

Até 2005, Faria era visto como um grande sonegador. Detinha apenas 2% do mercado cervejeiro. Depois que se aproximou do ex-presidente Lula e passou a receber propinas do Petrolão, a Cervejaria Petrópolis ganhou rápida musculatura. Um relatório elaborado pela consultoria inglesa Plato Logic’s registra que a Itaipava, principal marca do grupo, é a quarta cerveja do mundo com maior crescimento no mercado entre 2005 e 2010. Nesses cinco anos, segundo o relatório internacional, as vendas da cerveja cresceram 50%. No ano passado, o grupo de Walter Faria se consolidou em segundo lugar no ramo de bebidas, com participação de cerca de 12%, perdendo apenas para a Ambev. Especialistas do setor de bebidas avaliam que esse crescimento está diretamente relacionado às relações políticas e a um complexo esquema de distribuição que protagoniza milionários casos de sonegação. 

Os documentos em poder de ISTOÉ ilustram as estreitas relações entre as falcatruas do Sr. Itaipava e suas generosidades com as campanhas políticas. Um dos casos mais emblemáticos envolve duas antigas distribuidoras do grupo: a Praiamar Industrial Ltda e a Leyros. Atualmente a Praiamar está desativada depois de multada em R$ 100 milhões por causa de sonegação e de ser investigada pela Receita Federal, pela Secretaria da Fazenda de São Paulo e pelo Ministério Público Federal em Santos. Em 2010, por intermédio das distribuidoras Praiamar e Leyros, Faria repassou R$ 30 milhões para campanhas eleitorais, a maior parte destinada ao PT e a seus aliados e principalmente à campanha presidencial de Dilma Rousseff. A doação eleitoral chamou a atenção dos auditores do setor de inteligência da Secretaria da Fazenda de São Paulo. Em um extenso relatório que faz parte de um processo que tramita na 3ª Vara Cível da Comarca de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, os auditores analisam o repasse eleitoral e afirmam: “Quando são consideradas as doações oriundas das duas maiores distribuidoras do Grupo Petrópolis, o valor doado supera os R$ 30 milhões (mais do que o dobro doado pela Schincariol e sete vezes mais do que a contribuição feita pela Ambev)”. No mesmo documento, o setor de inteligência da Secretaria da Fazenda adverte que os bancos Itaú, Bradesco e Santander fizeram doações políticas inferiores àquelas provenientes do Sr. Itaipava.

A LIGAÇÃO 
COM O PETROLÃO

A força-tarefa da Operação Lava Jato vai chegar ao Sr. Itaipava assim que detalhar as investigações sobre a delação premiada do executivo Júlio Camargo. Para vencer a disputa pelo afretamento do navio-sonda Petrobras 10000, em 2006, Camargo pagou US$ 15 milhões de propina. O juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato já sabem que o dinheiro foi depositado pela Piemont Investment Corp., uma empresa offshore de Camargo localizada no Uruguai, em diversas contas no exterior, todas elas indicadas por Fernando Baiano (apontado como lobista do PMDB) e Nestor Cerveró, ex-diretor Internacional da estatal. “Fernando e Cerveró indicavam as contas que deveriam receber o dinheiro, mas não sei a quem elas pertencem”, disse Camargo na delação feita para a equipe do procurador Deltan Dallagnol. Os documentos agora revelados mostram que a conta que ficou com a maior parte do dinheiro foi a Headliner Limited. Sediada em Lugano, na Suíça, em apenas oito meses a Headliner recebeu US$ 3 milhões de Camargo. Foram três depósitos de US$ 500 mil e um de US$ 1,5 milhão. A conta Headline, segundo os extratos bancários e declarações de renda obtidos por ISTOÉ, pertenceria a Walter Faria (leia quadro na pág.32). Apesar das evidências, na sexta-feira 14 Faria afirmou à ISTOÉ que não é o dono da conta.

A movimentação financeira registrada na Suíça revela que além de receber as propinas provenientes do Petrolão, a conta Headliner era corriqueiramente abastecida com recursos depositados pela Zucchetti International LTD, por intermédio do banco BSI, em Montecarlo. Normalmente eram feitas transferências de US$ 4 milhões. A Zucchetti também pertence a Faria, como comprova sua declaração de renda entregue à Receita Federal no início deste ano. “Parece evidente que Walter Faria fazia uma constante movimentação entre contas tentando dificultar o rastreamento de dinheiro de origem ilegal, seja por pagamentos de propinas, seja por sonegação ou outros delitos contra o sistema financeiro nacional”, disse à ISTOÉ um procurador da República em São Paulo que teve acesso a parte dos documentos e que já investigou empresas ligadas ao Sr. Itaipava. 

Para não deixar vestígios sobre o recebimento do dinheiro desviado da Petrobras no esquema do Petrolão, em 2009 Walter Faria encerrou a conta Headline. A operação, porém, deixou rastros que, segundo procuradores ouvidos por ISTOÉ, apenas confirmam a propriedade da conta na Suíça. Os documentos mostram que em 3 de junho de 2009 a Zucchetti, empresa de Montecarlo registrada no Imposto de Renda de Faria, transferiu US$ 24,085 milhões para uma outra empresa chamada Gendell Corp. Uma semana depois, a Gendell repassou US$ 24 milhões para a Headliner e US$ 85 mil para a Vale Frondoso S.A, no Uruguai. Em 17 de junho, a Headliner e a Gendell repassaram o saldo que possuíam para a Vale Frondoso. O que dá aos procuradores a certeza de que todo o dinheiro movimentado pertence ao Sr. Itaipava é um documento datado de 11 de novembro de 2010. Trata-se de um pedido de crédito de US$ 80 milhões feito pela Vale Frondoso junto ao banco BSI, na Suíça. O documento é assinado por Walter Faria. “Está provado que Walter Faria é dono da conta que recebeu dinheiro do Petrolão e que depois disso ele promoveu uma série de manobras bancárias na Suíça e no Uruguai com o objetivo de dificultar qualquer rastreamento sobre os recursos não declarados”, avalia o procurador da República em São Paulo que teve acesso á documentação. Nas próximas semanas, a força tarefa da Operação Lava Jato começará a receber os dados sobre as contas no Exterior que receberam a propina paga por Júlio Camargo. Certamente terão acesso a toda a movimentação feita pela Headliner e Faria deverá ser convocado para dar explicações.


As relações do Sr. Itaipava com o PT e especialmente com o ex-presidente Lula se estreitaram a partir de 2006, quando Faria, no auge do escândalo do Mensalão, acolheu o publicitário Marcos Valério em uma de suas empresas (leia reportagem na pág. 36). Nos últimos anos, segundo ex-diretores da Cervejaria Petrópolis, os contatos com João Vaccari, ex-tesoureiro petista, se tornaram freqüentes e, mesmo estando fora do governo, Lula nunca deixou de brindar com o amigo cervejeiro. Em novembro de 2013, quando já estava há mais de dois anos longe do Palácio do Planalto, Lula prestigiou a inauguração de uma unidade da Cervejaria em Alagoinhas, cidade situada a 100 quilômetros de Salvador. Na ocasião, foi dito por alguns veículos de imprensa da Bahia que o ex-presidente teria recebido R$ 300 mil por uma palestra motivacional para a equipe de vendas de Faria. Oficialmente a empresa nega a remuneração. O último encontro público de Lula e o Sr. Itaipava ocorreu em 17 de abril. O ex-presidente foi à inauguração da fábrica da Cervejaria em Itapissuna, cidade próxima a Recife (PE). Na ocasião, almoçou com Faria, fez uma palestra para os funcionários e um discurso condenando a “elite pessimista” e defendendo o ajuste fiscal do ministro Joaquim Levy. Sobre o Petrolão, Lula disse: “Quem roubou está sendo preso e não podem ser confundidos com outras pessoas.”

Tribunal de Contas encontrou 600 servidores ganhando mais do que o teto de R$ 30,5 mil mensais

O Tribunal de Contas do Estado do RS revelou ontem que existem mais de 600 casos de servidores estaduais recebendo salários de mais de uma fonte, o que resulta em remuneração acima do teto constitucional, de R$ 30.471,00. A informação foi obtida por meio do cruzamento de dados das folhas de pagamento da administração direta, demais poderes e órgãos, incluindo o próprio TCE, em auditoria que ainda está em andamento.

Após aprofundar a composição destes valores, o TCE irá notificar o gestor do órgão responsável pelo pagamento do segundo benefício e, posteriormente, poderá determinar o corte imediato da parcela excedente ao teto.

O TCE verificou que existem servidores bem remunerados que se beneficiam até de Bolsa Família. 

De acordo com as informações obtidas até agora pelos auditores, grande parte dos casos envolve acúmulos de vencimentos ou proventos e pensões pagos pelo Instituto de Previdência do Estado.


A estimativa é a de que o TCE termine o pente-fino nas folhas de pagamento em 60 dias. A partir de então, poderá ser feita projeção de quanto foi o prejuízo gerado por pagamentos indevidos aos cofres públicos.

EUA confirmam que forte El Niño afeta mutação do tempo no RS

A Agência de Meteorologia do governo dos Estados Unidos confirmou esta semana que clima passa por um episódio de El Niño forte e que vai se intensificar, atingindo o seu pico no final da primavera e começo do verão no RS e boa parte do Brasil.


“Prevemos que este episódio de El Niño figure entre os mais fortes nos registros que temos desde 1950 ao lado dos eventos de 1982/1983 e 1997/1998”, disse numa teleconferência na quinta o vice-diretor do Centro de Previsão Climática (CPC) do NOAA Mike Halpert. Os valores semanais já são de El Niño forte, entretanto será a média de várias semanas que determinará a intensidade do fenômeno.

Porto Alegre terá sábado nublado. Interior ficará dividido com chuva, sol e nuvens.

A manhã (7h57min) abriu nublada e quente em Porto Alegre e no interior do RS, cenário que deverá permanecer durante todo o sábado. A chuva que atinge o Oeste e o Sul desde cedo avança e atinge a maioria das regiões da tarde para noite. Em locais da Metade Norte perto de Santa Catarina não deve chover.

As mínimas oscilarão entre os 12°C no Chuí e em Uruguaiana. As máximas podem chegar a 26°C em Erechim. Em Porto Alegre, os termômetros variam entre 17°C e 26°C.
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