Logo que Dilma o acusou e mandou Graça Foster demiti-lo, Cerveró mandou seu advogado dizer que a presidente mentiu e que ele tem provas para garantir o que afirma. Depois, calou-se, mas mandou recado dizendo que não cairá sozinho. Cerveró não está sendo acusado de nada em qualquer das investigações em curso e parece ter muita autoridade moral para falar o que falará hoje.
Se o governo imaginou que a fala da presidente da
Petrobrás, Graça Foster, ontem, no Senado, aliviaria as pressões pela CPI,
enganou-se muito, porque ao final do depoimento de sete horas é o que está
estampado nas manchetes de quase todos os jornais de hoje:
- Foster admite que comprar Pasadena foi um mau negócio.
. A presidente da Petrobrás disse muito mais coisas, mas
principalmente ouviu desaforos impensáveis por parte de senadores da oposição. E isto que não se trata de uma investigação própria de CPI, mas de um depoimento no qual o dono da bola é quem fala.
. Os jornais de hoje replicam a principal declasração de Graça Foster e com isto pressionam a ministra Rosa Weber (primeira na foto ao lado) para decidir o pedido de CPI exclusiva feito pela oposição. A declaração de Graça Foster sobre a fatídica nota de
Dilma, denunciando que o Conselho de Administração foi mal instruído pelo então
diretor Nestor Cerveró, 2006, e que por isto admitiu a compra da refinaria,
será confrontada hoje no próprio Senado, porque ali irá pela primeira vez o
ex-diretor da Área Internacional da Petrobras.
. Nestor Cerveró deve prestar depoimento nesta
quarta-feira à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para
falar sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O negócio
trouxe prejuízo de 1 bilhão de dólares à empresa. Expectativa da oposição é de
que ele se contraponha à versão da presidente Dilma Rousseff, corroborada na
terça-feira por Graça Foster, da omissão de informações ao Conselho de
Administração.
. "A presidente da Petrobras está acusando o Cerveró
de ser o responsável pelo prejuízo. É a hora de ele responder", afirmou o
vice-líder do PSDB na Casa, Vanderlei Macris (SP). As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
. Desde que o jornal divulgou que Dilma havia dado aval à
compra de Pasadena, a presidente sustenta que só aprovou a transação porque
recebeu um “resumo falho” elaborado por Cerveró sobre o negócio. O resumo não
relatava, por exemplo, a cláusula Marlim, de garantia de dividendo mínimo à
sócia belga da Petrobras, Astra Oil, mesmo em caso de prejuízo da refinaria.