Independentemente de uma surpresa aqui e ali no segundo
turno da eleição municipal, que sai neste domingo, o resultado desse pleito
atípico, que se ressentiu da falta da costumeira contribuição das empreiteiras,
já é conhecido desde o primeiro turno.
Ao contrário do que reclamam alguns, o eleitor não pendeu
para a direita. Até porque no contexto de mundo atual o conceito de direita e
esquerda ficou bastante ultrapassado. O sociólogo José de Souza Martins,
respeitado pensador político do País, por exemplo, diz que hoje o PT é de
direita, porque se agarrou ao poder pelo poder, e que o PPS, que os petistas
dizem ser de direita, é hoje o partido que se destaca na esquerda doutrinária.
Bem, então vamos lá. Não é que o eleitor pendeu para a
direita. Usando as urnas como arma de seu protesto, ele reagiu imediatamente ao
caos econômico e político em que o País foi jogado pelo governo de Dilma
Rousseff e à identificação do PT com a corrupção. Uma parte do eleitorado
procurou na eleição municipal aquele que julga ser o que pratica a maior
responsabilidade fiscal, que é o PSDB, partido que mais ganhou prefeituras
importantes. Outra optou pelo PMDB, que está no poder e é muito enraizado no
interior, em qualquer parte do País. Outra, considerável, preferiu não aparecer
para votar, ou, se votou, apertou a tecla do branco ou do nulo. Acha que assim
está dizendo aos políticos que os rejeita.
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