O leitor talvez não tenha percebido, mas sempre que é posto contra a parede de modo que não tenha como se defender, o ex-presidente Lula submerge, voltando à ribalta apenas quando o grosso da tempestade passou e ele considera que acumulou força suficiente para ressurgir das cinzas. Foi o que aconteceu novamente esta semana, quarta-feira, no ressurgimento via SBT, numa entrevista sob encomenda para o jornalista Kennedy Alencar, cujo irmão, Beckenbauer Rivelino Alencar, levou R$ 16 milhões de Edinho Silva, para prestar serviços para a campanha de Dilma, tudo através da sua gráfica fantasma (
clique aqui para examinar detalhes). Mas não é sobre isto que o editor quer falar. O que importa é saber de fato o que aconteceu para Lula reaparecer e avisar em tom desafiador que não tem medo de ser preso, quando já deveria estar na cadeia há muito tempo. Ora, durante a semana passada, registre-se: 1) Lulazinho prestou depoimento na Polícia Federal quando quis e onde quis, dizendo o que quis. 2) Eduardo Cunha e Renan Calheiros, obedecendo acordo com Lula, bloquearam os pedidos das quebras dos sigilos bancário de Lulazinho e Gilberto Carvalho na CPI do Carf, que junto com Erenice Guerra e Antonio Palocci, também não terão mais que depor ali.. 3) Os algemados foram postos para fora da Câmara. 4) Dilma antecipou sua defesa no caso das pedaladas fiscais. 5) A juiza que mandou devassar os escritórios de Lulazinho em SP, foi removida apressadamente do caso, substituída por juiz mais dócil que estava no STJ. 6) O STF continua apertando o cerco sobre a Lava-Jato. Os acordos beneficiando Lula, sua família, o governo e o PT, tiveram como uma das contrapartidas a blindagem do deputado Eduardo Cunha na Comissão de Ética da Câmara e na própria Câmara, nos quais o Partido e as lideranças do governo já deixaram claro que não meterão mais lenha na fogueira. É claro que tudo isto também ocorreu porque a oposição não consegue avançar, os movimentos sociais pró-impeachment perderam força em relação ao desalento popular diante da impunidade e fatos novos dramáticos ainda não saíram do caldeirão incandescente da Justiça Federal do Paraná. Alguém duvida sobre o próximo passo do acordo que consagrou a imoralidade nas relações do Congresso (Câmara e Senado) com os governos do PT ? Pois será o sepultamento do pedido de impeachment.
O grande teste para vencer o desânimo e o conformismo popula, dependem, agora, das ruas, como já aconteceu antes. O acampamento instalado diante da Câmara, que será engordado formidavelmente nesta segunda, mais a greve políica dos caminhoneiros, ambos pedindo o impeachment de Dilma Roussef, poderão ser o grande fato novo e mobilizador da semana.
E dia 15, teremos concentrações de massa nas principais cidades do País. Em Porto Alegre, 14h, no Parcão.
CLIQUE AQUI para ler, também , "O predomínio da imoralidade", editorial do Estadão de sábado.