O Jornal Nacional desta quinta-feira informou que a Justiça Federal determinou a quebra do sigilo bancário
e fiscal do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, do irmão dele Luiz Eduardo
de Oliveira e Silva e da empresa JD Assessoria e Consultoria Ltda., que
pertence aos dois. Para o Ministério Público Federal, há indícios de que a
empresa tenha recebido recursos de empreiteiras ligadas ao esquema de corrupção
na Petrobras, desvendado pela Operação Lava Jato. Com a quebra de sigilo, os procuradores querem saber se os pagamentos feitos à JD Assessoria e Consultoria foram para o pagamento de propinas, tal como ocorria em empresas de fachada comandadas pelo doleiro Alberto Youssef, também preso na Operação Lava Jato.
De acordo com a decisão, a JD Assessoria e Consultoria
recebeu, entre 2009 e 2013, R$ 3.761.000,00, das construtoras Galvão
Engenharia, OAS e UTC Engenharia.
As três empresas tiveram executivos presos no
início de dezembro, quando foi deflagrada a sétima fase da Lava Jato.
O MPF chegou à empresa de Dirceu ao analisar documentos
contábeis das empreiteiras.
Em uma das lisas, da Galvão Engenharia, aparece a rubrica
genérica de "consultoria", para justificar pagamentos mensais de R$
25 mil à JD Assessoria e Consultoria. O total desses pagamentos soma R$ 725
mil. Da mesma forma, nos livros da OAS, os procuradores encontraram pagamentos
mensais de R$ 30 mil, que totalizaram outros R$ 720 mil.
No caso da UTC, foram encontrados apenas dois pagamentos.
Um no valor de R$ 1.337.000,00, em 2012, e outro de R$ 939 mil, feito em 2013.
Em ambos, a justificativa anotada nos documentos era de "consultoria,
assessoria e auditoria".
De acordo com a Procuradoria Geral da República, o
esquema do mensalão foi usado para comprar apoio de parlamentares no Congresso.
O advogado de Gerson Almada, vice-presidente da construtora Engevix, preso na
sétima fase da Lava Jato, afirmou em uma petição enviada à Justiça Federal que
um esquema semelhante foi montado na Petrobras, para captar recursos a serem revertidos
para deputados.