- O MP precisa manter sua posição de modo inflexível, porque a proliferação de moradores de rua é incompatível com o modo de vida civilizado. Abordagens como aquelas que resultaram na remoção de crianças das sinaleiras de Porto Alegre podem e devem ser repetidas no caso de adultos abandonados. Isto inclui exame caso a caso, inclusive de reinserção familiar daqueles que possuírem famílias, tratamento psiquiátrico, treinamento profissional e até auxílio-moradia por tempo determinado, tudo mediante exame de resultados em cima de objetivos previamente determinados.
A Promotoria de Justiça de
Direitos Humanos do Ministério Público tem orientado para que os
sem-teto deixem as ruas e para que órgãos e instituições
auxiliem os moradores de rua a procurar albergues e abrigos da prefeitura para
não correrem o risco de se tornarem vítimas de violência.
. A promotora Liliane Dreyer Pastoriz expediu a
recomendação com base em diretrizes do Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP) com o objetivo de guiar o comportamento das polícias e órgãos como a
Guarda Municipal durante o período do Mundial. Medidas semelhantes estão sendo
tomadas em todas as capitais que receberão jogos.
— Pedimos que seja intensificada a abordagem de rua no
sentido de que os moradores sejam orientados desde logo a sair da rua e buscar
abrigos e os albergues voluntariamente para evitar eventuais conflitos e não se
submeter a riscos — explica a promotora.
Ainda que preventiva, a recomendação é embasada na
ocorrência de casos como os de Salvador e Recife, onde moradores de rua foram
levados a locais distantes das áreas centrais das duas cidades durante a Copa
das Confederações de 2013.