Analistas subestimaram potencial do militar
Leitor, esse texto é mais longo do que o usual. Contudo,
a análise do resultado da eleição presidencial termina na metade, em seguida há
um detalhamento que diz respeito à questão econômica e ao Estado do Rio de
Janeiro. É possível parar no meio caso o leitor deseje apenas saber o que
elegeu Bolsonaro.
Bolsonaro foi eleitoralmente subestimado pela maioria dos
analistas, dentre os quais me incluo, por 2 motivos. O 1º tem a ver com o que o
político defendeu e afirmou durante sua trajetória: assassinato de milhares de
pessoas, incluindo Fernando Henrique Cardoso, preferir ter um filho morto a um
filho gay, ter como livro de cabeceira algo assinado pelo maior torturador da
ditadura militar, fraquejar ao conceber uma filha mulher, não estuprar alguém
porque esse alguém não o merecia, que torturar e não matar foi um erro, que dar
porrada corrigiria um filho gayzinho, que Pinochet deveria ter matado mais
gente, que gastaram muito chumbo para matar o Lamarca, pois ele merecia ter
sido morto por coronhadas, que ele –Bolsonaro– sofria preconceito
heterossexual, para ficar em apenas algumas afirmações.
Muitos de nós, em função de nossos valores, jamais
imaginávamos que alguém que falasse essas e outras coisas do mesmo naipe
pudesse ter a maioria dos votos dos brasileiros. A nossa crença era de que o
brasileiro médio é pacífico, cristão, que valoriza a vida e a convivência
humana harmoniosa, e que por isso, ao ser informado das falas e dos valores de
Bolsonaro, iria passar a rejeitá-lo e não o elegeria. O mesmo fenômeno
aconteceu com Trump nos Estados Unidos. O brasileiro média não mudou, porém ele
desconsiderou tais características de Bolsonaro, e isso tem a ver com o que
motivou o voto que lhe deu a vitória.
O 2º motivo que resultou em sua subestimação eleitoral é
o conjunto de variáveis políticas.
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