Justiça Eleitoral tromba com manobra cartorial de Marchezan Júnior e garante vitória de Lucas Redecker

Se não quiser rachar o Partido no RS, Aécio terá que conter seu pupilo Marchezan Júnior e buscar composição com Lucas Redecker (à direita). -


O deputado Jorge Pozzobom já conseguiu antecipação de tutela junto à Justiça Eleitoral, visando garantir os 18 votos dos delegados eleitos na última convenção tucana de Santa Maria, dia 29 de maio,  anulando ato da Comissão Executiva Nacional que impedia a participação de todos eles na convenção estadual do próximo domingo, quando o PSDB elegerá seu novo presidente.

Igualmente o advogado Décio Itiberê ajuizou ação própria e conseguiu resgatar os direitos de outros 18 delegados, estes de Caxias do Sul.

O candidato Marchezan Júnior, que disputa a presidência contra o deputado Lucas Redecker e o ex-vice-governador Vicente Bogo, tenta ganhar a convenção no tapetão da direção nacional.
No domingo, poderão votar 298 votos, mas Marchezan Júnior conseguiu impugnar 1/3 deles em Brasília.

Sem conseguir reverter a decisão da direção nacional, cada diretório impugnado busca proteção judicial.

Nesta terça-feira, o advogado Décio Itiberê buscará antecipação de tutela também para Porto Alegre, Dom Pedrito e São Leopoldo.

Saiba quantos votos cada município terá na convenção de domingo
Porto Alegre = 52
Dom Pedrito     03
São Leopoldo    18
Sta Maria          18
Caxias               18
No total, são 108 votos.

E não são votos de Marchezan Júnior, mas de Lucas Redecker.


As decisões da Comissão Executiva Nacional não são assinadas por Aécio, que já conversou com Marchezan Júnior e Lucas Redecker para buscar uma composição, enquanto seu vice, Bruno Araújo, acionado por Marchezan Júnior e com pleno conhecimento de Aécio, trabalha para assegurar a vitória do seu pupilo, que quer ser presidente estadual do PSDB, presidente metropolitano do PSDB e candidato do PSDB em Porto Alegre, mesmo que tenha que derrotar seus adversários internos no tapetão. 

Artigo, Luis Milman - A lista Burmann-Schlosser e o ativismo comunista atual

O artigo Serão os semitas humanos? (revista Caros Amigos, nº 68, novembro de 2002), do jornalista Georges Bourdoukan, é uma arenga antissemita que ao leitor atento, judeu ou não, só pode causar repulsa. Mas é importante começar este texto com uma menção a ele, porque Bourdoukan, que tem muito influência no meio trotskista, reproduz a revelação de uma história, segundo ele, secreta do sionismo, elaborada e difundida ainda nos tempos da extinta União Soviética, a partir da segunda metade dos anos 1960 e, hoje, propagada mundo afora, por movimentos pró-palestinos, como o tal Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino, ligado ao Foro Social Mundial Palestina Livre. E não esqueçamos: O Foro se reuniu em Porto Alegre, há dois anos, com o apoio do governo Tarso Genro, que é egresso do PC do B e fundador do PRC (Partido Revolucionário Comunista), sigla com a qual veio a abrigar-se no PT. O texto, enfim, reproduz, além de outras fabulações, a narrativa de Ralph Schoenmann, um trotskista americano, no livro The Hidden History of Zionism, de 1988. Em entrevista concedida à revista Teoria e Debates do PT (edição nº 9, janeiro-março de 1989), para Marcus Sokol, líder, até hoje, da tendência petista O Trabalho, ele afirmava que “em 1941, o partido de Itzchak Shamir ( hoje, o Likud de Benjamin Netaniahu) concluiu um pacto militar com o 3º Reich, que consistia em lutar ao lado dos alemães e fundar um estado autoritário colonial, sob direção nazista.”.

A afirmativa era uma variante do material de propaganda soviético produzido em ampla escala. Na militância comunista-confessional, atuante nos campi universitários, no meio cultural e político partidário, difunde-se esta ideologia, que também está na base da fundação do movimento internacional BDS (Boicote, Desenvestimento e Sanções) contra Israel, criado em 2005 e financiado por ONGs internacionais, Irã, Arábia Saudita e Qatar (para detalhes, ver Edwin Black, Financing the Flames, 2013). Artigos e livros como os de Bourdoukan e Schoenmann explicam o recente pedido, feito à Reitoria da UFSM, pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) e associações de alunos e professores da UFSM, por uma lista de alunos e professores israelenses “presentes ou em perspectiva” naquela universidade. No Brasil, este confessionalismo antissemita tem abrigo junto a petistas das tendências Democracia Socialista (DS) e O Trabalho, além do PSOL, PC do B, PSOL, PSTU e PCO. Todos atacam Israel de forma incendiária, em revistas como Vermelho, Marxismo Vivo e Caros Amigos. O antissemitismo desta pregação é autoexplicativo, seja pelo uso essencialista, depreciativo, do termo "judeu", na menção que fazem a políticos israelenses, seja porque, entre outras barbaridades racistas, afirmam que os judeus sionistas foram os maiores aliados dos nazistas e corresponsáveis, acreditem, pela criação dos campos de concentração!

Nos últimos 50 anos, o antissemitismo tornou-se mais fácil de ser praticado sob o nome de antissionismo ou anti-israelismo. Basta ler os textos dos seus expoentes, como Roger Garaudy, Robert Faurisson, Pierre Guillaume, David Irwing, Serge Thion, Israel Shamir e Noham Chomsky, para citar alguns dos mais conhecidos antissemitas e antissionistas de hoje, alinhados à esquerda ideológico-confessional, que praticam distorções cínicas e se valem de um arsenal de acusações mentirosas e depravadas para defender, alegadamente, a causa palestina. Este ativismo tenta demonstrar a todo custo que Israel não pode existir, porque é racista, fundamentalista, imperialista e por aí vai.

Bourdoukan representa o tipo de militância intelectual profissionalizada antissemita dos atuais comunistas, a exemplo dos franceses Thion e Guillaume, que dizem repudiar o racismo e orientar-se pelo internacionalismo anti-imperalista. Eles reivindicam, obviamente, o marxismo como fonte inspiradora. Há um manifesto de Guillaume, sobre a linha de pensamento da editora antissemita Velha Toupeira (Paris), que invoca a "autoridade do texto fundador de Karl Marx, ‘Sobre a questão judaica’", de 1843, para defender o "antijudaismo radical sempre proclamado urbi et orbi ( ...)". (P. Guillaume, Carta a Phillip Randa, La Vielle Taupe, 1998).

Eliminar o judaísmo, o sionismo e o Estado de Israel é, como propugna Guillaume, e as seitas confessionais trotskistas que pululam nos campi universitários do mundo todo, em apoio à causa palestina, é uma coisa. Eliminar fisicamente os judeus, como os nazistas pretenderam, é outra. Os sionistas, segundo eles, gostam de embaralhar tudo. Os judeus são pessoas como todo mundo, mas o judaísmo e o sionismo, vade retro. Afinal, qual a razão do sofrimento dos povos, da existência das guerras? Quem está promovendo o genocídio palestino? A dominação judaica (dos governos, dos bancos, da mídia, dos cartéis de petróleo)! Assim, na guerra santa contra os judeus-sionistas e Israel, é preciso revelar como as coisas realmente são. Esta é a missão revolucionária de Bourdoukan e da militância ligada ao movimento BDS, que, diga-se em tempo, a cumprem de maneira metódica, como prova o caso de Santa Maria, onde o DCE e as associações de docentes e funcionários da UFSM se organizaram para solicitar aquela que, agora, é conhecida com a Lista Burmann-Schlosser. Cito algumas das revelações de Bourdoukan: o hierarca nazista Heirich Heidrych era judeu. A russa judia Golda Meir dizia que as crianças palestinas eram animais de duas patas, e Israel foi criado pelos nazistas. Quem garante, surpreendam-se, é Hannah Arendt e os arquivos da União Soviética!
Quem, pela primeira vez, passou a propagar esta espécie de “revelação”, foram os soviéticos, depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967. E qual era a versão soviética para o surgimento do movimento sionista? A campanha antissemita dos soviéticos, um aspecto permanente do regime totalitário depois de 1967, era conduzida pelo nome em código de “antissionismo”, que se tornou uma dissimulação para toda a variedade de antissemitismo. Nesta condição, foi transplantado para a tese do anti-imperialismo leninista (ver o texto de Lênin, canônico para todos os comunistas, Imperialismo, a fase adiantada do capitalismo, de 1916). Os soviéticos, em sua doutrina oficial, adaptaram o conceito de sionismo ao de colonialismo; e o estado sionista foi transformado num posto avançado do imperialismo.

Alguém pode lembrar, aqui, que a União Soviética de Stálin foi o primeiro país a reconhecer o Estado de Israel, depois de sua criação, em 1948. Certo. Mas Stálin foi motivado por razões geopolíticas: ele pretendia marcar, através de Israel, a presença russa no Oriente Médio, para contrapor-se aos EUA, Inglaterra e França. Como não conseguiu, desde o começo da década de 1950, a propaganda antissionista soviética sempre foi intensificada e tornou-se mais abrangente, acentuando os vínculos entre o sionismo, os judeus em geral e o judaísmo. Centenas de artigos, em revistas e jornais por toda a União Soviética, retratavam os sionistas e os líderes israelenses como elementos comprometidos em uma conspiração internacional, lado a lado com as diretrizes dos antigos Protocolos dos Sábios de Sião, esta fraude apócrifa clássica sobre a existência de um governo mundial judaico secreto, produzido pela polícia czarista, no início do século XX (para mais detalhes, ver Paul Johnson, História dos Judeus, 1987; Walter Laqueur, The Changing Face of Anti-semitism, 2008).
Nos anos que se seguiram à Guerra dos Seis Dias, até o colapso da máquina de propaganda soviética, em 1990, a URSS tornou-se a fonte principal de material antissemita do mundo. Ela reunia matérias de praticamente todo segmento arqueológico da história antijudaica, desde a antiguidade clássica até o hitlerismo. O volume destes materiais começou a igualar-se com os que os nazistas produziram. O talvez mais famoso livro deste acervo de propaganda (que se espalhava por incessantes e repetitivos artigos e radiodifusões até brochuras dirigidas) chama-se O Judaísmo e o Sionismo, de Trofim Kychko (1968), no qual ele expõe “a ideia chauvinista da escolha de Deus pelo povo judeu, da propaganda do messianismo e ideia de reinar sobre os povos.” Em A Rastejante Contra-Revolução, de 1974, em outro livro clássico desta propaganda, escrito por Vladimir Begun, se lê que “... a Bíblia é um insuperável manual de sanguinolência, hipocrisia, traição, perfídia e degenerescência moral.” As mesmas afirmações foram feitas, anos depois, por José Saramago, o conhecido escritor português, que jamais negou seu stalinismo.

Agora, chamo atenção para a pedra de toque deste antissemitismo descarado, de amplitude global, defendido, hoje, pelos movimentos comunistas pós-soviéticos e trotskistas e transmutado em humanismo. A história começou a circular na década de 1970 e apregoava que os sionistas (israelenses) eram sucessores dos nazistas, afirmação “comprovada pela evidência” de que o próprio Holocausto de Hitler fora uma conspiração judaico-nazista para se livrar dos judeus pobres, que não podiam ser usados nos planos sionistas. Na verdade, conforme se alegava, o próprio Hitler tirava seus planos de Theodor Herzl, o fundador do sionismo político, em 1898. A revelação soviética seguia: os líderes judaico-sionistas, que agiam sob as ordens de judeus milionários que controlam o capital financeiro internacional, ajudaram a SS e a Gestapo a arrebanhar judeus indesejados, ou para as câmaras de gás ou para os kibutzim, iniciando a colonização judaica moderna da Palestina, e desterrando a população árabe nativa, dando origem à dramática situação do povo palestino. Essa conspiração judaico-nazista foi usada como fundamento, pela propaganda soviética, para acusações de atrocidades contra os governos israelenses, sobretudo durante e depois da Guerra do Líbano de 1982. A ilação, aqui, era direta: como os sionistas já haviam se sentido felizes em se juntar a Hitler no extermínio de seu próprio povo (isto foi publicado no Pravda, edição de 17 de março de 1984), não causaria espanto que agora massacrassem árabes libaneses e palestinos , que eles consideravam sub-humanos. A acusação repetiu-se na 2ª Guerra do Líbano, em 2002 e nas guerras contra o Hamas, em 2013 e 2014. Judeus massacrando crianças palestinas em nome de sua política colonialista.
Mesmo o mais singelo senso de prudência é mandado às favas pelo fervor militante do antissemitismo comunista.  Deve-se acentuar que é grotesca a mentira sobre Golda Meyer, que jamais se referiu aos palestinos de forma abjeta, como Bourdoukan afirma; e que o conhecido texto de Hannah Arendt, Heichmann em Jerusalém, foi conspurcado pelo racismo hidrófobo do articulista de Caros Amigos e da milícia da esquerda confessional..O que ocorreu foi que as críticas de Hannah Arendt ao julgamento de Eichmann a antipatizaram com a liderança do Mapai (o partido social-democrata, à época no poder em Israel, sob a liderança de Ben Gurion), mas nem de forma remota este fato respalda o delírio que Bourdoukan escreve, nos passos de Schoennman e dos propagandistas soviéticos, de que Israel foi criado pelos nazistas!

O antissemitismo é uma patologia moral e política que pode produzir um subtexto eivado de fantasmagoria em mentes menos preparadas para discernir contra-informação e propaganda, por um lado, de informação, por outro. Mas já produziu desastres suficientemente conhecidos para ser tolerado, seja lá a que pretexto for. A verdade é que seus propagadores comunistas sempre o exercitaram metodicamente com cinismo, em nome da fraternidade dos homens, e com isto obtêm respaldo de organizações e grupelhos de fanáticos, de prosélitos imbecilizados, adeptos de um marxismo-leninismo apodrecido e engajado numa suposta luta de vale-tudo contra o opressivo Estado Judeu.

Bourdoukan é antissemita e escreve em Caros Amigos, uma revista de esquerda, adepta do mesmo trotstkismo internacionalista sindical-proletário-camponês-libertário-guevarista-maoísta- humanista-revolucionário, que distingue a militância da Democracia Socialista/PT, PSOL, PC do B, PSTU, PCO e do MST. A obsessão antijudaica nestes, digamos, setores ideológicos, chegou a tal ponto que, em 1998, o jornalista José Arbex Junior, editor especial da revista Caros Amigos, que se diz ultrapacifista e também é muito ligado ao Movimento de Trabalhadores sem Terra (MST), de João Pedro Stédile, escreveu um longo comentário sobre uma notícia do Sunday Times, de Londres, segundo a qual os israelenses haviam sintetizado um vírus letal que contamina apenas os árabes e poderia ser propagado por ar ou água. Assim, a disseminação não apresentaria qualquer risco aos judeus, se viesse a ocorrer nos territórios palestinos ocupados. A tolice era explícita: afinal, para atingir o objetivo, o tal vírus teria de ser imbecil a ponto de se achar capaz de distinguir entre o DNA de árabes e de judeus ou de seja lá de quem for. O ponto aqui é que vírus não têm crenças, logo não podem ser idiotas. Por isto, jamais haverá um tão tolo como os antissemitas que acreditam, a exemplo de Arbex, que um vírus étnico possa existir. Dias depois de sua publicação no Sunday Times, descobriu-se que a notícia reproduzia parte uma novela de ficção de terceira-linha, jamais publicada e escrita por um ex-funcionário de um instituto de pesquisas israelense.

A asneira, inspirada na acusação medieval de que os judeus envenenavam os poços durante a época da Perste Negra, na Europa, serviu para Arbex discorrer sobre a sinistra ciência praticada secretamente pelo governo israelense. Com base nela, o jornalista advertia para a degeneração moral dos genocidas sionistas, capazes de criar um monstro que faria Hitler babar de inveja. E, obviamente, esbravejava contra o silêncio da mídia mundial - controlada pelos sionistas - sobre a revelação alarmante. O artigo de Bourdoukan foi publicado no lugar certo. Depois de oferecer uma antevisão do Armagedon racial made in Israel, Caros Amigos voltou a insistir na revelação de que os sionistas foram corresponsáveis pela criação dos campos de concentração nazistas. Afinal, alguém duvida do que são capazes os sionistas? Não dizia o russa Golda Meyer, segundo Bourdoukan, que as crianças palestinas são bestas caminhando sobre dois pés? Os antissemitas sempre foram assim mesmo. Se há algo degenerado que ninguém seria capaz de fazer, então aparece algum judeu ou sionista, como Golda Meyer, e faz. Nada que venha a causar estranheza. Afinal, os judeus-sionistas eram os maiores aliados dos nazistas e inventaram um vírus que dizima os árabes.


Resta-nos esperar que o Ministério Público Federal e, logo depois, o Poder Judiciário, revelem as razões pelas quais essa gente, que acredita e propaga esta espécie de lixo pelos campi universitários, digam quais foram seus motivos para obter uma relação de israelenses na UFSM. Talvez tenham descoberto que esta tara antissemita seja a expressão da luta humanista pela libertação dos povos, em especial dos palestinos. Pode ser que provem que o ódio aos judeus é inofensivo e progressista. E é de se crer que não admitam ter cometido crime de ódio, pela certeza que têm de uma invertida noção de legalidade, que os fez pedir uma lista de estudantes e docentes israelenses à UFSM, além da convicção de contar com o respaldo dos setores políticos da esquerda confessional. Considerada a naturalidade com que queimam bandeiras de Israel nas ruas e que acusam Israel de atrocidades constantes, em fóruns de debates, seminários e outros convescotes, não é de se estranhar que, neste imbroglio todo, pensem eles ser as verdadeiras vítimas das conspirações sionistas mundiais.

Entrevista, Zilá Breitenbach - O PSDB gaúcho precisa fazer a composição para buscar a unidade

ENTREVISTA
Zilá Breitenbach, deputada estadual e ex-presidente do PSDB

Virou guerra aberta a disputa entre as chapas lideradas pelos deputados Marchezan Júnior e Lucas Redecker. O nível das eleições para a presidência estadual do Partido aqueceu muito. O que acontecerá ?
Também há a chapa liderada pelo ex-vice-governador Vicente Bogo, mas de fato os ânimos estão muito acirrados e isto não é bom para o projeto nacional do nosso senador Aécio Neves, nosso presidente.

A coisa já desbordou até para o Judiciário.
Judicializar a política não é caminho para o embate partidário, que deve buscar a melhor unidade, mesmo entre grupos declaradamente contrários. O contraditório e a disputa são combustíveis democráticos e civilizatórios.

Por que razão ?
Ano que vem teremos eleições e bons resultdos na convenção de domingo pesarão no nosso desempenho em cidades importantes como Porto Alegre.

O que a senhora defende ?
É preciso ir até a composição, buscando a unidade partidária. Sei que é isto que Aécio quer. Os dois lados precisam mais esforço para superar as divergências, que no momento parecem insançáveis, embora na política nada seja insanável.

TCU vai responsabilizar Mantega e Augustin pelas pedaladas fiscais

É alta a chance de o Tribunal de Contas da União, que analisa as contas do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, considerar irregulares as chamadas "pedaladas fiscais";.

O Palácio do Planalto já teria até sido avisado de que a corte responsabilizará administrativamente o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin pelo que a oposição chama de "manobras".

Dilma sabia, autorizou e foi cúmplice das pedaladas.

O tema dará mais força para os ataques da oposição, que chegou a pedir impeachment com base na irregularidade

Sartori muda modo de gozo das licenças-prêmio dos servidores estaduais

De acordo com decreto publicado no Diário Oficia a utilização do benefício de licenças-prêmio na administração estadual passará a beneficiar servidores a, preferencialmente, usufruírem da licença-prêmio nos cinco anos seguintes a aquisição do benefício.

Para isso, o funcionário deverá apresentar um requerimento junto à chefia, que deverá responde-lo em até 15 dias.

As informações são do próprio governo gaúcho. 

No caso de o servidor não usufruir do benefício e havendo vencido um novo período para obtenção de mais uma licença-prêmio, o Estado deverá notificar o servidor, a fim de lembrá-lo. Conforme a Casa Civil, os servidores têm direito a três meses de licença-prêmio a cada cinco anos de trabalho.
Pela primeira vez, também está regulamentada a forma de pagamento, para aqueles servidores que vão se aposentar ou que vão deixar a administração estadual e ainda não usufruíram da licença. Atualmente, é comum que servidores prestes a se aposentar — e que possuem licenças-prêmio a usufruir - acabem entrando na Justiça para conseguir receber os valores em dinheiro.


Conforme o decreto publicado hoje, o pagamento dos valores aos quais os servidores têm direito será parcelado. Se for menor que R$ 6 mil, serão seis parcelas mensais. A partir de R$ 6 mil até R$ 12 mil, serão doze parcelas. Acima de R$ 12 mil até R$ 32 mil serão 18 parcelas. Já para valores acima de R$ 32 mil até R$ 95 mil, o pagamento será em 36 parcelas. Serão 60 parcelas no caso de os valores excederem R$ 95 mil.

Guru indiano dos economistas, Damodaran, diz que bagunça não consegue largar a Petrobrás

Damodaran, o indiano, professor da Universidade de Nova York e sumidade no valuation de companhias, afirmou o seguinte sobre a Petrobrás:
- A Petrobras já é a companhia do setor de óleo e gás mais alavancada do mundo, mais endividada do que qualquer outra do setor, e o que eles estão fazendo? Emitindo mais dívida. O que a Petrobras precisa fazer é aumentar o capital da companhia e não reduzi-lo com mais dívida. Eu nem vou comentar se um bônus de 100 anos faz sentido. Na verdade não faz sentido emitir nenhum [tipo de] dívida no momento. Eles precisam descobrir como trazer a alavancagem para baixo. É muita dívida e enquanto esse problema estiver sobre a cabeça da companhia não é possível fazer nada para sair dessa bagunça.

Apenas isto.

O editor alerta para golpe com fraude em boleto

O editor também recebeu boletos aparentemente confiáveis, mas não abre nada. Estes são os cuidados que recomenda:

Manter sistema anti vírus atualizado;
Não abrir link de origem desconhecida principalmente e-mails contendo anexos;
Bancos, receita federal, banco central e outras repartições públicas não enviam e-mail solicitando qualquer informação;
Todo e qualquer e-mail de origem desconhecida, por segurança deve ser deletado.
Uma das formas de evitar o risco do boleto bancário é aderir em seu Banco ao DDA ( Débito Direto Autorizado )
Cuja apresentação se dá através de meio eletrônico, ou seja, você terá que entrar em sua conta corrente através de
Seu computador/smartfone/iphad  e autorizar/Programar para débito em conta corrente o respectivo compromisso. O Banco sempre avisa
Através de torpedo (SMS), para o telefone cadastrado que existe um novo compromisso.

A seguir, vale a pena examinar reportagem de hoje do jornal Brasil Econômico sobre o assunto:

O consumidor deve verificar os dados impressos, como número do banco
Antes de pagar qualquer boleto bancário, o consumidor deve verificar os dados impressos, como número do banco, se o número do código de barra corresponde ao da parte de cima da fatura, CNPJ da empresa emissora do boleto, data de vencimento do título e se o valor cobrado corresponde ao devido pelo consumidor. A dica vale tanto para os boletos impressos pelo consumidor através de sites na internet quanto para os que chegam na residência pelos Correios.
O alerta é dos órgãos de defesa do consumidor, que registram casos de fraude em boletos bancários. De acordo com o diretor jurídico da Secretaria de Estado de Proteção e Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro(Procon-RJ), Carlos Eduardo Amorim, quando a autarquia recebe esse tipo de reclamação, verifica se houve falha na relação de consumo ou descuido da pessoa. Mas, como se trata de um crime, o consumidor lesado deve procurar a polícia.
"No Procon há gente que reclama que fez a compra e o produto não foi entregue. Aí a gente tem que ver se houve fraude ou se é problema na relação de consumo. Se o boleto foi enviado para a casa da pessoa por um criminoso, é questão de polícia, não é questão de Procon. Pelo boleto, a polícia consegue identificar para que conta esse depósito foi feito e descobre um laranja ou outra pessoa e consegue chegar ao fraudador", disse.
Amorim ressalta que, caso o boleto falso tenha sido emitido no site da loja, a empresa também é responsável. "Se o boleto foi realmente emitido no espaço seguro da loja, a loja é responsável, mas se é um boleto que a pessoa recebe por e-mail e paga ou pelo correio e a empresa não enviou, isso é fraude. Há muita coisa que é golpe, questão de polícia. Mas se você entra no site da empresa, o verdadeiro, não o site forjado, emite o boleto e o boleto sai forjado, aí é responsabilidade da empresa".
Para a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, as empresas podem ser responsabilizadas por possíveis fraudes, já que é dever delas se cercar dos cuidados necessários para que o consumidor não seja penalizado.
"Se o consumidor for vítima do golpe, deve fazer contato com a empresa, mostrar os comprovantes de pagamento realizados. Mesmo que seja uma fraude de terceiros, esse é um vício oculto de serviço, que o cliente não tem como identificar e portanto a empresa emissora do boleto tem que ser solidária e tem que responder por esse problema", disse.
De acordo com ela, é possível que a fraude ocorra na emissão de segunda via dos boletos e também que a abordagem ocorra por telefone. "O estelionatário liga, se passa pelo credor e o consumidor acaba repassando os seus dados, inclusive os dados do boleto original para o falsário, que emite um novo documento com alteração da fonte que vai receber o valor a ser pago".
De acordo com a Polícia Civil, o crime que envolve boleto falso é registrado como fraude e entra nas estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP) como estelionato, sem tipificação específica. Os dados do ISP mostram que, de janeiro a abril desde ano, houve 11.470 casos de estelionato no estado, que incluem também outros tipos de tentativa de se obter vantagem indevida com prejuízo alheio.


Artigo, Gustavo Grisa - 2016: o marco zero da gestão pública no Brasil?

O ano de 2016 pode acabar sendo, por força das circunstâncias, um importante divisor de águas para a organização da gestão pública no Brasil, em todas as instâncias, de abandono definitivo do modelo populista genérico, que gera custos crescentes e uma grande dificuldade de gestão.

A crise está colocada, a oportunidade é concreta. Na persistência do problema, todos perdem

A situação financeira crítica da União, estados e municípios é a face mais aparente de um colapso institucional, gerado principalmente por uma procrastinação de 30 anos, pelo menos, na busca de um modelo institucional mais apropriado a um país de renda média e com maior inserção tecnológica, e do fim de um aumento descoordenado das estruturas, em todas as instâncias. O resultado desse crescimento vegetativo e da noção das estruturas e atribuições do Estado como infindáveis levou a operações que se tornaram impagáveis e difíceis de se administrar. A perspectiva de tornar-se gestor público, de cidade média ou estado no Brasil, pode aproximar-se de um pesadelo. A maioria das estruturas municipais e estaduais do Brasil cresceu de 30 a 50% nos últimos dez anos.

A grande questão é que as necessidades e a capacidade de suporte da nação brasileira em relação ao tamanho e funções da sua gestão pública estão totalmente desajustadas. A falta de direcionamento estratégico nas organizações que sejam efetivamente colocados em prática, tanto no estágio municipal, quanto estadual e federal, talvez tenha um reflexo tão grave quanto o crescimento desordenado de sua estrutura, e seja também uma de suas principais causas.

O ano de 2016, a partir do agravamento das crises financeiras e institucionais, poderá ser o início da busca por um modelo de gestão pública mais adequado às reais necessidades da sociedade brasileira, em seus diversos segmentos de população, e na abertura de alguns tabus regulatórios que são anacrônicos e inviáveis já no curto prazo. Este tema deve ser alvo de debate nacional, e de incorporação de melhores práticas e novos modelos institucionais, e desvalorização de práticas populistas e soluções “mágicas” por parte de agentes políticos em torno da noção de que gestão responsável também gera votos, e do crescimento da noção de que uma gestão mais profissional se dará com a perda de privilégios corporativistas. Configura-se uma inédita situação potencialmente geradora de um pacto diante do colapso de todo o sistema. Os limites para se repassar os custos através de ajustes fiscais convencionais com aumento da carga tributária já foram atingidos. Portanto, o ajuste precisa avançar do outro lado da conta. De forma sistêmica, e não emergencial.
A crise está colocada, a oportunidade é concreta. Na persistência do problema, todos perdem. Na possibilidade de uma solução, o início de um avanço institucional de 50 anos.

 * O autor, Gustavo Grisa é gaúcho, economista e especialista do Instituto Millenium. Ele escreve esporadiamente para esta página, normalmente a convite. 


Saiba quais foram as empreiteiras que participaram do escândalo da Barragem Arvorezinha, Bagé, RS

Este caso da barragem de Arvorezinha é parecido com o caso do Petrolão, envolvendo crimes muito semelhantes, cujo vetor é sempre o mesmo: acumpliciamento com servidores públicos, licitação de cartas marcadas, obras mal feitas, falta de fiscalização e aditivos milionários.

A PF estourou a vigarice quando o governo federal já tinha desembolsado R$ 11,3 milhões, dos quais R$ 2 milhões tungados do dinheiro da viúva. A obfra, orçada inicialmente em R$ 19,3 milhões, já está em R$ 51,1 milhões.

As obras completaram três anos de embargo em junho deste ano.

O prefeito do PT de Bagé, que deveria fiscalizar a obra, não fez isto.  PF informou que ele poderá ser investigado, mas que possui foro privilegiado. Servidores seus foram indiciados. 

As empreiteiras e empresas indiciadas pela Polícia Federal (leia nota a saeguir) já são velhas conhecidas:

- A empresa responsável pela execução das obras embargadas era a Marco Projetos e Construções. Era fiscalizada pela Engeplus Engenharia e Consultoria. As duas empresas são sócias de uma terceira e, pela Lei de Licitações, uma não pode fiscalizar a outra. Conforme a Polícia Federal, a Magna tem participação no capital da Marco, e a Engeplus seria formada por engenheiros que se desligaram da Magna.

– A Magna deu origem à Engeplus e à Marco Projetos. É um elo entre as duas – afirmou o delegado Carlos Fagundes Vieira, da PF de Bagé.
Segundo a Justiça Federal, a divulgação dos nomes tem o objetivo de reforçar a determinação de que cessem os contratos com o poder público.

Outras empresas envolvidas são Ecochapa Tecnologia Industrial (que têm Engeplus e Marco como sócias), ACL Assessoria e Consultoria (elaborou projeto básico de Arambaré com a Engeplus e depois foi incorporada pela empresa), Sampatricio Indústria e Comércio (fornecedora das motobombas para Arambaré), Asteca Topografia (investigada por medição de serviços não executados) e Civilpoa Empreendimentos e Construções (os donos seriam os mesmos da Marco).

Polícia Federal divulga detalhes do inquérito criminal da Barragem da Arvorezinha, Bagé, RS, sob administração do PT Crime é semelhante ao do Petrolão.

O site do jornal Folha do Sul, Bagé, RS, informou nesta manhã de segunda-feira que a  Polícia Federal indiciou 10 diretores de empresas, três engenheiros, assim como cinco servidores públicos do executivo municipal de Bagé por irregularidades no processo licitatório, na execução e fiscalização da obra da Barragem da Arvorezinha. Os crimes apontados pelo inquérito são associação criminosa, falsidade ideológica, peculato - que se trata da apropriação indébita de dinheiro público - e corrupção. O delegado Federal Mauro Silveira explicou que um servidor municipal é indiciado por tal crime porque solicitou dinheiro para uma das empresas investigadas. Ele comenta que, na ligação telefônica interceptada, não fica claro o motivo pelo qual ou em troca de que esse trabalhador pede o dinheiro. Contudo, apenas o fato de ter se aproveitado de uma relação como essa já justifica o indiciamento por tal crime. Trata-se de um cargo de confiança (CC).

Leia toda a reportagem

O inquérito policial foi instaurado no dia 26 de junho de 2012 para investigação de possíveis crimes ambientais, fraude de licitação e desvio de recursos públicos. Em agosto de 2012, a Justiça Federal autorizou a quebra do sigilo de dados telefônicos dos investigados, a pedido da Polícia Federal de Bagé. A Controladoria Geral da União passou a atuar em conjunto com a Polícia Federal, com compartilhamento de provas. Foram 10 meses de captações de áudios de 42 terminais telefônicos. No total, foram ouvidas e analisadas 102.184 ligações telefônicas. Dessas, 822 foram transcritas e foram elaborados 17 autos circunstanciados.

No dia 11 de junho de 2013 foi deflagrada a fase ostensiva, ou seja, a operação Paralelo 31-S, com apreensão de documentos e mídias. Foram analisados 32 terabytes de dados. Concomitantemente a deflagração da operação, houve o embargo, pela Justiça Federal, da obra da Barragem da Arvorezinha, assim como o bloqueio financeiro e de bens dos investigados. O delegado explica que isso buscou garantir um ressarcimento futuro. É importante explicar que as investigações começaram em Bagé, mas que foi verificado que o grupo possuía atuação nacional. A análise dos dados foi concluída no dia 20 de janeiro de 2015. Após, começou a oitiva de investigados e testemunhas. Em março, foi afastado o sigilo fiscal e bancário dos investigados.

Como atuavam as empresas
As empresas investigadas pertencem ao mesmo grupo econômico, que mediante a prévia negociação com suas concorrentes, participavam de licitações de obras públicas. A empresa fiscalizadora da obra também foi a responsável pelo projeto do empreendimento. No projeto básico, havia falhas que não comprometiam a execução – uma análise constatou isso. Porém, a fiscalizadora (que também foi a projetista), após a aprovação de tal projeto e começo da obra, apontou os problemas para que fosse elaborado um novo projeto, que elevaria consideravelmente o valor do empreendimento, favorecendo a executora (também investigada). Ao mesmo tempo, as empresas lançavam mão de medidas protelatórias, visando aditivos de prazos.
Diante de um novo projeto e da elevação dos valores, o Ministério da Integração Nacional recorreu a um consultor. Esse profissional alegou que as alterações tinham justificativa técnica, mas a afirmação das empresas de que tais mudanças reduziriam custos e tornariam o empreendimento melhor, não se sustentavam. Ele alegou que mesmo que as explicações técnicas fossem plausíveis, havia formas mais econômicas de execução. Porém, a fala desse consultor foi desconsiderada pelo Ministério da Integração Nacional e o projeto que passou a ser executado foi o alterado.

Durante a execução
As empresas simulariam execuções e cobrariam em duplicidade. Além disso, utilizariam materiais de péssima qualidade. Em uma das ligações interceptadas, fala-se na utilização de “cascalhos podres” (trata-se, apenas, de um exemplo do que foi constatado).  O material utilizado no núcleo do empreendimento também não teria sido o ideal. Inclusive, os indiciados teriam se referido aos materiais com palavras de baixo calão. O delegado explica que o objetivo do inquérito criminal não é investigar ou atestar a qualidade da obra, mas os crimes praticados antes e durante a execução. Contudo, a Polícia pode opinar e a afirmação é de que essa obra poderia por em risco a comunidade.
O topógrafo da empresa foi um dos únicos envolvidos que colaborou com as investigações. Ele explicou como funcionavam alguns esquemas. À imprensa foi apresentada uma lista de planilhas, encontradas no computador do profissional: há várias versões de documentos, que eram adaptados até chegar ao valor que as empresas queriam em determinado momento. Esses arquivos costumavam ser encaminhados para a fiscalizadora, que apenas alterava seus nomes. Ou seja, não havia fiscalização.

Prejuízo para os cofres públicos
O valor inicial do empreendimento era de R$ 19.344.421,32. Quando a obra foi embargada, o investimento previsto já era de R$ 51.163.579,66. É importante explicar que tal valor ainda não contava com a licitação da adutora, cuja empresa ganhadora para realizar a execução não estava definida. Desse montante, R$ 39.119.801,23 seriam destinados às empresas, ou seja, 76,46% do total. Até o embargo, foram pagos R$ 11. 319.014,22 – teriam sido desviados R$ 1.991.678,19. Só o valor do pagamento por serviços não feitos foi de R$ 845.933,84; e o pagamento por transporte de areia não realizado foi de R$ 84.802,62 – mais dois exemplos de como ocorria o desvio de valores. Se a obra fosse concluída sem a intervenção dos órgãos públicos, o desvio chegaria a R$ 7 milhões na conclusão da barragem.

Participação dos servidores
A participação dos servidores do município não foi meramente culposa. É o que afirma o delegado Mauro Silveira. O inquérito aponta a omissão na tarefa de fiscalizar o trabalho da executora e da fiscalizadora da obra. Ele explica que o fato do empreendimento contar com uma empresa fiscalizadora não eximia o município de fiscalizar o empreendimento e que os envolvidos estavam cientes disso. Ao mesmo tempo, o inquérito mostra que quando as investigações, pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União, começaram, esses servidores passaram a desempenhar tal tarefa. “Eles assumiram o risco. Por isso, são indiciados por crime doloso”, diz.

Os nomes
O delegado explicou que a Polícia Federal não divulga os nomes dos indiciados. Trata-se de uma orientação geral quanto à pessoas físicas. Sobre a sugestão de uma investigação da conduta do prefeito Dudu Colombo e de outros dois servidores municipais, ele ponderou que eles não foram objetos desse inquérito. Também por uma questão legal, uma vez que o prefeito tem foro privilegiado (os outros dois servidores não têm). A sugestão pode ser acatada ou não pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. “Não estamos dizendo que o prefeito cometeu crime”, enfatizou, ao explicar que a sugestão é justificada pelas funções dos três nomes sugeridos.

Ministério Público Federal
A reportagem procurou o juiz que responde pelo Ministério Público Federal e sua assessoria informou que o inquérito foi recebido, mas que o magistrado se encontra em viagem. Ou seja, só se manifestará na segunda-feira. A assessoria, porém, lembra que se trata de um assunto que está sob sigilo judicial. A assessoria de comunicação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região explicou que a condução da ação civil pública prossegue e que não há alterações diante da conclusão do inquérito criminal. Também lembrou que o Ministério Público Federal, agora, pode denunciar à Justiça Federal, que aceitará ou não tal pedido.

Prefeito se manifesta

O prefeito Dudu Colombo esclareceu que sabe, apenas, sobre ao que já foi divulgado pela imprensa e que não recebeu nada oficial sobre a sugestão de investigação de sua conduta. “Ficamos no aguardo de uma possível demanda”, disse, por telefone. Ele ponderou que tem “total e absoluto interesse na equação desses problemas”.

Mercado eleva projeção da inflação pela 9ª vez seguida

O mercado voltou a prever uma piora no quadro da economia brasileira neste ano, com inflação mais elevada e um recuo ainda mais acentuado do Produto Interno Bruto (PIB). Em um momento em que o Banco Central tenta conter a pressão inflacionária aumentando os juros, os economistas projetaram uma alta no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 8,46% para 8,79% em sete dias. Trata-se da nona semana consecutiva em que os analistas ouvidos pelo BC para elaboração do Boletim Focus reajustam o índice para cima.

Se a projeção for concretizada, a inflação ficará bem acima do teto da meta, de 6,5%, para 2015, e registrará o maior índice desde 2003, quando chegou a 9,3%.

Com a inflação corroendo o rendimento dos trabalhadores e os juros altos inibindo os financiamentos, os analistas preveem uma contração na economia de 1,35% - na semana passada, a estimativa era de um recuo de 1,30%. Esta é a quarta vez seguida que o índice é ajustado para baixo. Se for confirmado, este será o pior resultado do PIB em 25 anos - em 1990, a economia encolheu 4,35%.

Já em relação à taxa básica de juros (a Selic), o mercado apostou que ela se manterá em 14% ao ano, a mesma projeção da semana passada. Na primeira semana de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic de 13,25% para 13,75%, o maior nível desde 2009. Desta forma, os analistas preveem um aumento de 0,25%. No entanto, esperam que, assim que a inflação começar a cair, os juros diminuam também. Para 2016, o boletim projeta uma Selic de 12% ao ano e uma inflação de 5,5%.

China é o principal destino (40% do total) das exportações feitas pelo Porto de Rio Grande

País asiático foi o destino de mais de 40% do volume que foi exportado pela estrutura gaúcha entre janeiro e maio de 2015. - 

O setor de estatística da Superintendência do Porto do Rio Grande realizou o levantamento dos principais destinos das exportações realizadas pela estrutura gaúcha entre os meses de janeiro e maio de 2015 e os números mostram que a  China aparece em primeiro lugar, com mais de três milhões de toneladas, quase 8,5 vezes mais carga que a Coréia do Sul, que aparece na segunda posição. 

As dez primeiras posições representam 75,7% do total exportado.

O que mandou dizer ao editor o superintendente do Porto de Rio Grande, Janir Branco:

- Esse relatório mostra   que dos cinco meses analisados, a China ocupa a primeira posição em três: março, abril e maio. São 3.505.634 toneladas exportadas enquanto para a Coréia do Sul que ocupa a segunda posição foram 418.126 toneladas. No total de exportações entre todos os países foram movimentadas 8.062.305 toneladas. O total chinês representa 43,48% do quadro geral.

No ranking dos países, além da China e Coréia do Sul, aparecem pela ordem até a 10ª posição: 
Vietnã (373.532); 
Tailândia (341.732); 
Bangladesh (311.513); 
Irã (281.465); 
Holanda (274.743); 
Eslovênia (234.340); 
Filipinas (186.619) ; 
Japão (180.558).  

As primeiras posições somam 6.108.262 toneladas enquanto os demais países representam 1.954.043. 

Governo gaúcho rebaixa 23 oficiais que Tarso tinha promovido contra o que diz a Constituição

O governo gaúcho rebaixou de posto 23 oficiais da Brigada Militar, que tinham sido promovidos durante a gestão Tarso Genro. Com o ato administrativo, sete coronéis voltam a ser tenentes-coronel e 16 militares voltam ao posto de major, perdendo a posição de tenente-coronel. A medida atende a uma decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, de outubro de 2014, que anulou as promoções de oficiais ocorridas desde janeiro de 2012. O rebaixamento foi publicado no Diário Oficial do Estado de sexta-feira. Os militares rebaixados podem recorrer da decisão.

Os magistrados consideraram uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) movida pela Associação dos Oficiais da Brigada Militar (ASOFBM). Segundo a entidade, um dos critérios para a promoção, o de merecimento, passou a valer 18 pontos, sendo que valia seis. A mudança teria tornado a avaliação mais subjetiva e vulnerável a interesses políticos. O presidente da Associação, Marcelo Gomes Frota, considera a decisão uma vitória para a categoria.

“Nós oficiais entendemos que o ato administrativo do governo do Estado é uma responsabilidade do governador e do comando da Brigada, além ter atendido a uma demanda judicial. E o compromisso dos oficiais da BM foi cumprido com a proposição de um novo texto para disciplinar a concessão de promoções aos brigadianos”

No ato administrativo do governo, 33 tenentes-coronel foram promovidos a coronéis. Ao contrário da expectativa, foi mantida a promoção do ex-comandante da Brigada durante o governo Tarso, Fábio Duarte Fernandes. Conforme o presidente da entidade que representa os oficiais, Fernandes tem qualificação para manter o cargo como critérios de antiguidade e merecimento. O presidente da Associação dos Oficiais também está entre os policiais que obtiveram promoção.

Na Assembleia Legislativa tramita um projeto de lei do Executivo para regulamentar as promoções dos brigadianos com critérios mais objetivos. A meta é evitar as chamadas promoções “relâmpago

Teto para aposentadorias e pensões públicas gaúchas será de R$ 4.621,43

Como não pode mexer no que passou, o governo estadual proporá teto máximo de R$ 4.662,43 para quem se aposentar depois que for aprovada a lei de reforma da previdência pública gaúcha.

O valor será igual para pensões.

Que valerá para todos os Poderes.

Aqueles que quiserem ganhar mais, pagarão aposentadoria suplementar.

É tudo o que já acontece com os contribuintes que trabalham e não são servidores públicos.

Jornais paulistas e cariocas esquecem que Temer e Padilha são irmãos siameses

Os jornais paulistas e cariocas do final de semana sugerem que Dilma tenta enfraquecer o poder do seu vice, indicando Eliseu Padilha para o ministério das Relações Institucionais, que na prática já está com ele.

Eles esquecem que Temer e Padilha são irmãos siameses.

Vox Populi constata que 17% do eleitorado do Sul odeiam o PT

O instituto Vox Populi, do sociólogo Marcos Coimbra, realizou uma pesquisa inédita para medir o tamanho do ódio ao Partido dos Trabalhadores e chegou à  conclusão de que o diabo não é tão feio quanto parece, porque 1/3 do eleitorado é petista, 1/3 é antipetista e 1/3 é indiferente, embora 12% odeiem o PT,número que sobe para 17% no Sul.

O editor publica o texto a seguir para que o leitor entenda como é que gente alinhadíssima com o governo e os petistas buscam números para demonstrar que o PT não é tão odiado tanto quanto se pensa, o que alivia de certo modo a consciência sem crítica do pensamento chapa branca.

Leia com um pé atrás, mas apenas para tomar conhecimento. As entrelinhas, subterfúgios, evasivas e mau-caratismo intelectual da Vox Populi são conhecidos nacionalmente.

"Quem se expõe aos meios de comunicação corre o risco de nada entender, pois só toma contato com o que pensa um lado. Será majoritária a parcela da opinião pública que se regozija ao ouvir os líderes conservadores e assistir aos comentaristas da televisão despejar seu ódio?", questiona Marcos Coimbra. em entrevista para a revista neoipetista Carta Capital, de Mino Carta. 

O tamanho do ódio

Pesquisa recente do Vox Populi aponta: o eleitorado que diz detestar o PT representa 12% do total. Não é pouco, mas menos do que muitos imaginam

Por Marcos Coimbra, na revista Carta Capital

Nestes tempos em que a intolerância, o preconceito e o ódio se tornaram parte de nosso cotidiano político, é fácil se assustar. É mesmo tão grande quanto parece a onda autoritária em formação? Quem se expõe aos meios de comunicação corre o risco de nada entender, pois só toma contato com o que pensa um lado. Será majoritária a parcela da opinião pública que se regozija ao ouvir os líderes conservadores e assistir aos comentaristas da televisão despejar seu ódio?

Recente pesquisa do Instituto Vox Populi permite responder a algumas dessas perguntas. E seus resultados ensejam otimismo: o ódio na política atinge um segmento menor do que se poderia imaginar. O Diabo talvez não seja tão feio como se pinta.

Em vez de perguntar a respeito de simpatias ou antipatias partidárias, na pesquisa foi pedido aos entrevistados que dissessem se “detestavam o PT”, “não gostavam do PT, mas sem detestá-lo”, “eram indiferentes ao partido”, “gostavam do PT, sem se sentir petistas” ou “sentiam-se petistas”.

Os resultados indicam: permanecem fundamentalmente inalteradas as proporções de “petistas” (em graus diversos), “antipetistas” (mais ou menos hostis ao partido) e “indiferentes” (os que não são uma coisa ou outra), cada qual com cerca de um terço do eleitorado. Vinte e cinco anos depois de o PT firmar-se nacionalmente e apesar de tudo o que aconteceu de lá para cá, pouca coisa mudou nesse aspecto.

Nessa análise, interessam-nos aqueles que “detestam o PT”. São 12% do total dos entrevistados. Esse contingente tem, claro, tamanho significativo. A existência de cerca de 10% do eleitorado que diz “detestar” um partido político não é pouco, mas é um número bem menor do que seria esperado se levarmos em conta a intensidade e a duração da campanha contra a legenda.

A contraparte dos 12% a detestar o PT são os quase 90% que não o detestam. Passada quase uma década de “denúncias” (o “mensalão” como pontapé inicial) e após três anos de bombardeio antipetista ininterrupto (do “julgamento do mensalão” a este momento), a vasta maioria da população não parece haver sido contagiada pelo ódio ao partido.

A pesquisa não perguntou há quanto tempo quem detesta o PT se sente assim. Mas é razoável supor que muitos são antipetistas de carteirinha. A proporção de entrevistados com aversão ao partido é maior entre indivíduos mais velhos, outro sinal de que é modesto o impacto na sociedade da militância antipetista da mídia.

Como seria de esperar, o ódio ao PT não se distribui de maneira homogênea. Em termos regionais, atinge o ápice no Sul (onde alcança 17%) e o mínimo no Nordeste (onde é de 8%). É maior nas capitais (no patamar de 17%) que no interior (4% em áreas rurais). É ligeiramente mais comum entre homens (14%) que mulheres (10%). Detestam a legenda 20% dos entrevistados com renda familiar maior que cinco salários mínimos, quase três vezes mais que entre quem ganha até dois salários. É a diferença mais dilatada apontada pela pesquisa, o que sugere que esse ódio tem um real componente de classe.

Na pesquisa, o recorte mais antipetista é formado pelo eleitorado de renda elevada das capitais do Sudeste. E o que menos odeia o PT é o dos eleitores de renda baixa de municípios menores do Nordeste. No primeiro, 21% dos entrevistados, em média, detestam o PT. No segundo, a proporção cai para 6%.

Não vamos de 0 a 100% em nenhuma parte. A sociologia, portanto, não explica tudo: não há lugares onde todos detestam o PT ou lugares onde todos são petistas, por mais determinantes que possam ser as condições socioeconômicas. Há um significativo componente propriamente político na explicação desses fenômenos.

O principal: mesmo no ambiente mais propício, o ódio ao PT é minoritário e contamina apenas um quinto da população. Daí se extraem duas consequências. Erra a oposição ao fincar sua bandeira na minoria visceralmente antipetista. Querer representá-la pode até ser legítimo, mas é burro, se o projeto for vencer eleições majoritárias.

Erra o petismo ao se amedrontar e supor ter de enfrentar a imaginária maioria do antipetismo radical. Só um desinformado ignora os problemas atuais da legenda. Mas superestimá-los é um equívoco igualmente grave.


RS amanheceu muito frio. Geadas ocorreram em algumas regiões. Frio veio para ficar. Outono está no fim.

Ontem, domingo, neblina, frio e chuvas esparsas dominaram o cenário da Serra do RS, como Gramado (foto). Só à tardinha o tempo melhorou na cidade. - 


A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de mínimas negativas no próximos dias em algumas regiões, com formação de geada ao amanhecer.

A mínima será de um grau, e a máxima não passa de 16.

O outono está no fim. 

Uma nova massa de ar frio ingressou no Rio Grande do Sul, derrubando ainda mais as temperaturas a partir de hoje, quando deve gear em todas as regiões, exceto no Leste. 

Amanhã, a previsão é de temperaturas negativas ao amanhecer, com as marcas variando entre dois graus negativos e 18 graus. O céu ficará parcialmente nublado e existe chance de formação de geada em todas as localidades. Na quarta-feira, a instabilidade retorna e pode ter chuva. Os termômetros se elevam um pouco, chegando aos 20 graus. A mínima continuará baixa, próxima dos três graus.


Na Capital, o ar seco e frio de origem polar predomina na cidade hoje. O amanhecer foi bastante gelado, entre seis e oito graus, mas com sensação térmica ainda mais baixa por conta do vento. As máximas ficam entre 13 e 15 graus na maioria dos bairros. Esfria novamente ao entardecer, e à noite a temperatura pode retornar aos seis graus.

Deputado Van Hatten defende corte seletivo nos gastos públicos do RS, preservando saúde, educação e segurança

O Jornal do Comércio, Porto Alegre, resolveu abrir duas páginas de entrevistas com o jovem deputado estadual do PP, Marcel Van Hatten, 29 anos, que avisa com muita propriedade que o dorte de gastos não é caminho exclusivo para o ajuste das contas públicas do governo do RS, mas além disto propõe que o governo Sartori revise prioridades nos contingenciamentos, preservando as áreas de segurança, educação e saúde.  

A entrevista foi conduzida por Marcus Meneghetti.

Leia todo o texto:

O deputado estadual Marcel Van Hattem (PP) - o parlamentar mais jovem da Assembleia Legislativa, com 29 anos - acredita que o contingenciamento orçamentário promovido pelo governo de José Ivo Sartori (PMDB) deve preservar três secretarias: educação, segurança e saúde. Para Van Hattem, é possível economizar mais em outras áreas para preservar as três que, na sua opinião, são as prioritárias. O parlamentar defende que é preciso "eliminar gastos supérfluos, vender empresas estatais que não têm mais sentido".
Van Hattem pondera que ainda é cedo para fazer um juízo da gestão Sartori, mas acredita que o governador vai ter coragem para tomar as medidas necessárias para superar a crise financeira do Estado, que, na opinião do parlamentar, foi bastante agravada pelas gestões petistas dos ex-governadores Tarso Genro (2011-2014) e Olívio Dutra (1999-2002).
Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, diz ainda que há uma "crise moral na política nacional", que, na sua avaliação, foi desencadeada pelos escândalos de corrupção nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010) e da presidente Dilma Rousseff (PT).
Quanto à investigação de parlamentares do PP - inclusive gaúchos - envolvidos nesses escândalos, o deputado estadual se disse surpreso com a menção da bancada do Rio Grande do Sul, mas não com o envolvimento de membros do diretório nacional do seu partido. Van Hattem comenta ainda a reforma política em curso no Congresso Nacional e atribui ao "fisiologismo" a aproximação do PP nacional com o PT.
Jornal do Comércio - Alguns cortes de gastos promovidos pelo governador Sartori neste primeiro semestre de gestão foram bem polêmicos, como, por exemplo, o corte das horas extras na Brigada Militar. Como avalia essas medidas?
Marcel Van Hattem - Vejo como cortes feitos em uma situação emergencial, em um estado que realmente não tem dinheiro em caixa e que precisava achar uma forma de fechar as contas no final do mês. Eu faria toda a força necessária para preservar as principais áreas de atuação do Estado. A primeira delas é segurança. O cidadão não tem como resguardar seus direitos à vida, à propriedade e à liberdade se não houver segurança. As outras duas são educação e saúde. Acredito que o governador quer priorizar essas áreas, seja com os projetos que foram protocolados (na Assembleia) recentemente, seja com os que forem protocolados mais adiante, em uma tentativa de compensar (essas áreas) com algum investimento. Acho que vai priorizar essas áreas, cortando investimento de outras para compensar investir nessas. Mas, para isso, precisa eliminar gastos supérfluos, vender empresas estatais que não têm mais o menor sentido... Por exemplo, a Corag. Não faz sentido o Estado ter uma gráfica pública, ainda que diga que lucra. Bom, lucra, sim. Mas tem condição monopolística do mercado. Desvirtua o foco da ação estatal. Os órgãos públicos, a Assembleia Legislativa só imprimem na Corag. Não há uma livre concorrência.
JC - Há espaço suficiente para avançar em outras áreas do governo para preservar o orçamento da saúde, educação e segurança?
Van Hattem - Acredito que é possível reduzir mais em outras áreas para não precisar cortar nas essenciais. O governador está tendo que tomar medidas contingenciais. Ele assumiu faz pouco tempo. Têm áreas que podem ser melhoradas apenas com a gestão. Educação, por exemplo. Muitas coisas podem ser utilizadas nas áreas de educação inspiradas em sucessos de outros estados. Mais gestão, mais meritocracia fazem com que, mesmo que haja uma redução do orçamento, se ganha produtividade sem mexer em salários, por exemplo.
JC - Embora o governo Sartori não tenha nomeado todos os cargos em comissão (CCs) deixados pelo ex-governador, não excluiu os postos, o que gera a especulação de que podem ser ocupados ao longo da gestão. Qual a sua posição? Os cargos deveriam ser extintos?
Van Hattem - Acho que sim. Acho bom que extinga para não ter a tentação de colocar mais (nomeados nos postos). Depois, vai reduzindo mais. A única direção é para baixo. Reduzindo mais e mais (o número de CCs). O ideal seria a extinção total, ou praticamente total. A administração pública deveria ter caráter técnico. Talvez, uma ou outra diretoria com CC. E deu. De qualquer forma, é bom que o corte seja respeitado pelos secretários para que comecem a entender que a máquina pode andar com um número menor (de CCs). Essa é a pragmática da medida. E, nesse caso, a não nomeação de 30% de cargos em comissão, que foi a determinação do governador Sartori, é um bom número. Além disso, o mesmo problema que existe em Brasília se repete no âmbito estadual, que é o apoio a um governo, a formação de maioria, através da estrutura histórica, da participação no alto escalão, nomeação de CCs. Se desse para ser resolvido de uma vez, tenho certeza que o governador resolveria. Já enxugou o número de secretarias. E acho que dá para enxugar mais. Na visão de um liberal, poderia trabalhar com quatro ou cinco. Mas há de se fazer o possível para ter base dentro do Parlamento também. Então, são coisas gradativas.
JC - Como avalia o governo da presidente Dilma?
Van Hattem - Existe uma crise política evidente, acompanhada de uma crise moral. Fica cada vez mais evidente que o projeto do PT, que entra no 13º ano no governo federal, não é um projeto de governo, mas um projeto de poder. Os escândalos que surgiram nos últimos anos mostram que, para o PT, o importante é manter esses esquemas de corrupção para continuar no poder, mesmo que seja necessário comprar a base aliada. Além disso, o próprio governo Dilma tem uma administração fraca. Tanto que está tendo que fazer, mais uma vez, um ajuste fiscal e colocando, mais uma vez, os custos sob a sociedade que tem que pagar novos impostos. Nada ou muito pouco se faz para reduzir a burocracia que atravanca os empreendimentos. Para se arcar com o custo do governo, se aumenta impostos, aumenta a energia elétrica e não se cortam custos. Não se fala em cortar ministérios, nem em diminuir competências, nem em uma verdadeira reforma política.
JC - Também mencionou uma crise moral na política...
Van Hattem - Percebo dois problemas principais no que diz respeito à crise moral na política brasileira. O primeiro é o fato de que a política virou profissão. Se os políticos têm os seus próprios problemas como uma classe profissional, cada classe cuida dos seus interesses, enquanto eles cuidam dos dele. O problema desse raciocínio é que os políticos acabam se perpetuando no poder. O segundo ponto é o distanciamento dos partidos políticos da sociedade. E isso é culpa do próprio sistema partidário, com partidos de caráter nacional, dominados por caciques que estão ali para distribuir entre seus amigos os frutos obtidos tanto de empresas quanto do setor público. Os partidos não surgem no seio da sociedade civil, porque, para serem criados, são necessárias centenas de milhares de assinaturas. Ou seja, no momento que o cidadão quiser criar um partido, já precisa ter uma estrutura enorme, tanto de recursos financeiros quanto recursos humanos. Por isso, muitos desistem. Um dos motivos por trás disso é impedir que hajam mais partidos para dividir a verba do fundo partidário. Não se quer distribuir esse bolo com mais gente.
JC - É a favor da criação de novos partidos?
Van Hattem - Não defendo nem que haja mais, nem que haja menos. Defendo que cada pessoa possa ter a liberdade para criar o partido se quiser. Pode ser que surjam dois ou 10 mil. Mas o importante é que partido nenhum tenha acesso ao fundo partidário. Não sou favorável ao fundo partidário. Não sou favorável que o dinheiro dos meus impostos sirva para financiar uma ideologia com a qual eu não concordo. Fundo partidário é dinheiro de todo o cidadão brasileiro para financiar partidos brasileiros existentes. Então, se eu concordo com uma ideologia que não é representada em nenhum dos partidos existentes, o meu dinheiro está financiando outras ideologias e não está podendo financiar a minha própria. Acho que partidos políticos devem sobreviver de receitas da população diretamente envolvidas na criação desse partido.
JC - Então, defende que os partidos se autofinanciem...
Van Hattem - Como qualquer associação da sociedade civil. No Brasil, cria-se todos os tipos de subterfúgio para que mesmo as associações da sociedade civil recebam recursos do Estado. A própria discussão sobre financiamento exclusivamente público de campanha é uma cortina de fumaça, utilizada por aqueles que roubaram do patrimônio público para colocar sobre empresas privadas a culpa pelos fatos de eles mesmos serem ladrões.
JC - Então, defende o financiamento privado...
Van Hattem - Pessoa física. Preferencialmente, pessoa física.
JC - Mas não exclui o empresarial...
Van Hattem - Não excluo o empresarial. Prefiro o de pessoa física. E, entre empresarial e público, prefiro o empresarial. Mas, com limites, com regulação. O financiamento público privilegiaria o PT e o PMDB, que são as maiores bancadas, já que a divisão seria proporcional ao tamanho das bancadas na Câmara dos Deputados. É uma discussão patife do início ao fim.
JC - Como avalia o caso do PP, em que a instância gaúcha do partido é dissidente da nacional?
Van Hattem - O PP do Rio Grande do Sul talvez seja o mais ferrenho opositor (ao diretório nacional) dentro do partido. Sempre fomos oposição aos governos do PT. Quando se anunciou que a presidente Dilma buscaria o apoio do PP em sua reeleição, organizei um abaixo-assinado junto às bases. Enviamos ao presidente nacional, que, de forma autocrática e ditatorial, sequer deu conhecimento do abaixo-assinado. Aí, fez aquela negociação deplorável do tempo de TV para apoiar o PT. Enquanto isso, aqui, no Rio Grande do Sul, apoiamos Aécio Neves (PSDB). Quando me filiei ao PP, o partido não fazia parte do governo Lula. E, na verdade, a própria ideologia do partido não tem ponto de encontro com a ideologia do PT. Nunca fez sentido ideológico a participação do PP no governo (federal) do PT.
JC - Se não tem afinidade ideológica, por que aconteceu essa aproximação?
Van Hattem - Fisiologismo. No nosso presidencialismo de coalizão, o presidente precisa buscar apoio no Congresso Nacional depois da eleição. Por isso, a cada votação importante, o governo precisa negociar verbas, cargos e favores. E, para o PT, que tem 16% ou 17% das cadeiras na Câmara dos Deputados, é muito mais interessante conseguir o apoio de bancadas relativamente grandes, que garantam 40 ou 45 votos, do que buscar o apoio dos partidos menores, ainda que sejam ideologicamente mais alinhados com o PT. Esse é o primeiro motivo para o PP ir parar na base do PT. O segundo motivo é que o PP, assim como praticamente todos os partidos no Brasil, justamente pelo fato de o Estado ser tão grande e a sociedade esperar tanto dos políticos, precisa circundar o poder para obter benesses. A principal delas era a emenda parlamentar. Os parlamentares votavam com o governo para garantir a liberação das emendas para a sua região e, por consequência, angariar votos.
JC - Embora o PP gaúcho critique a postura do diretório nacional, todos os deputados federais do PP gaúcho da legislatura passada foram citados na lista de investigados pela Operação Lava Jato. Como recebeu essa notícia?
Van Hattem - Recebi com muita surpresa. As bases, os filiados, quem acompanha política, independentemente de qual partido seja, recebeu a notícia com muita surpresa. Eles foram citados, não são réus, estão agora dando seus depoimentos. Garantem que não têm a ver com o escândalo, e estamos aguardando os pronunciamentos das entidades federais para que essa página seja passada a limpo e virada. Depois da notícia, tive acesso à íntegra da delação premiada, e o que mais me surpreendeu foi que quase todos os deputados foram citados uma única vez, alguns foram citados mais vezes. Mas a presidente foi citada 11 vezes.
Perfil

Marcel Van Hattem nasceu em Dois Irmãos, em 8 de novembro de 1985. É filiado ao PP desde os 17 anos. Sua primeira participação na política aconteceu do Colégio Pio XII, de Novo Hamburgo, em 2002, quando foi eleito vice-presidente do grêmio estudantil. Em 2009, foi um dos líderes da chapa de direita que venceu as eleições para o Diretório Central de Estudantes, da Ufrgs, historicamente comandado por estudantes de esquerda. Em 2004, começou a faculdade de Relações Internacionais na Ufrgs, mas não veio morar na Capital, pois elegeu-se vereador na sua cidade natal. Depois de se formar e cumprir o mandato na Câmara Municipal de Dois Irmãos, concorreu a deputado estadual. Entretanto, não foi eleito e passou a se dedicar aos estudos. Concluiu, em 2008, a pós-graduação na Ufrgs em Economia, Direito e Democracia Constitucional. Em 2011 e 2012, fez o curso de mestrado em Ciência Política na Universidade de Leiden, na Holanda. Neste ano, assumiu como deputado estadual - fez 35.345 votos nas eleições de 2014. 

PT gaúcho tromba com direção nacional do PT

Da mesma forma que já fazem PMDB, PSDB e PP no RS, também o PT gaúcho está em linha de colisão com a direção nacional.

O presidente petista Ary Vannazi, que voltou de Salvador no final de semana, avisou que quer distância do PMDB e que quer Joaquim Levy fora do ministério da Fazenda, teses que o PT não abraçou no seu 5o Congresso.

Férias coletivas da GM começaram com prenúncio de demissões em massa no segundo semestre

O complexo automotivo da GM de Gravataí amanheceu paralisado. A montadora concedeu férias coletivas para seus 4,5 mil trabalhadores.

No País, seis montadoras fizeram o mesmo.

As férias irão até o dia 28.

As indústrias estão com estoques altos, não qwuerem demitir, sabem que não retomarão os níveis anteriores de produção, mas aguardam melhor cenário econômico, que não acontecerá. Demissões em massa são aguardadas para o segundo semestre, mas, além disto, as montadoras serão obrigadfas a reduzir suas margens de lucro para reduzir preços e atender parte do mercado que ainda está disposto a comprar carros.
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