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Na reportagem intitulada "BC diz estar vigilante com Lava-Jato, os jornalistas Eduardo Campos e Felipe Marques, Valor, informam que o Banco Central está de olho sobre a situação dos bancos diante do derretimento das grandes empreiteiras que devem bilhões e poderão não pagar seus empréstimos. O editor tem conversado com empresários e investidores gaúchos, preocupados com a possibilidade de confiscos, quebradeira e estouro de bolhas financeiras e imobiliárias existentes ou não. O que fazer com o dinheiro que está nos bancos ? Ativos reais, como imóveis, ouro, jóias, obras de arte, mas também depósitos em dólar ou euro em bancos de grande porte e reconhecidamente seguros no exterior, são refúgios cada vez mais procurados. O Banco Central, consultores em geral, dizem que não há risco, mas há controvérsia e o editor recebe sinais cada dia mais alarmantes. Leia a reportagem do Valor:
A exposição dos bancos às empresas envolvidas na Operação
Lava-Jato merece "monitoramento permanente" por parte do Banco
Central (BC), mas a autoridade monetária acredita que as instituições
financeiras têm capacidade de absorver todas as perdas relacionadas a essas
companhias. É o que afirmou ontem o diretor de Fiscalização do BC, Anthero
Meirelles, na apresentação do Relatório da Estabilidade Financeira (REF).
O documento apontou a operação da Polícia Federal (PF)
como um dos principais fatores que poderiam elevar a inadimplência bancária
neste ano. "Fizemos trabalhos bastante amplos para entender essa cadeia
[das empresas envolvidas na operação] e o potencial impacto dela no sistema
financeiro. É claro que é um assunto que estamos acompanhando e temos segurança
na capacidade do sistema financeiro de absorver eventuais impactos", disse
o diretor.
Segundo Meireles, a autoridade monetária conduziu um
levantamento da exposição do sistema financeiro não só à cadeia mais
diretamente associada à Operação Lava-Jato como também às empresas que dependem
das companhias envolvidas no escândalo. O trabalho envolveu não só a exposição
ao crédito bancário, mas também a títulos de dívida locais e externos.
O diretor, contudo, não informou o tamanho dessa
exposição, mas disse acreditar que as instituições financeiras têm capacidade
para absorver as perdas. A afirmação foi feita depois de questionado sobre uma
estimativa do Valor de que a exposição das maiores instituições financeiras do
país à Petrobras seria algo em torno de R$ 40 bilhões.
Meirelles lembrou que o sistema financeiro tem regras que
limitam a exposição individual tanto a grupos financeiros quanto a setores
econômicos. "Posso dizer que, neste momento desafiador, o sistema
financeiro é um elo forte da corrente", disse.
No horizonte de riscos para a inadimplência, o relatório
destacou, além dos efeitos da Lava-Jato, o risco de racionamento de água e de
energia. "Os principais fatores a serem observados quanto a seus impactos
e tendências são, além da evolução do ambiente econômico interno e externo, os
efeitos da Operação Lava Jato na solvência de setores específicos e o cenário
de incerteza sobre as condições e custos da oferta de energia elétrica e de
água, bem como a evolução da inadimplência das instituições financeiras de
controle público", escreveu o BC no relatório.
A autoridade monetária ponderou que não se esperam
variações abruptas da inadimplência, que ao contrário do previsto no fim do ano
passado, não apontou alta, mas sim continuou oscilando próxima das mínimas
históricas. Também afirmou no relatório que a moderação do crescimento do
crédito, esperada para 2015, "não é indesejável na perspectiva da
estabilidade financeira."
Questionado sobre os efeitos de um possível rebaixamento
de nota de crédito soberana e, eventualmente, dos bancos, Meirelles disse que o
sistema brasileiro é robusto e conta com colchões de capital para enfrentar
cenários adversos. Os testes de estresse demonstram essa capacidade já que
contemplam elevações abruptas de risco país, cotação do dólar e taxas de juros,
por exemplo.
O quadro trazido pelo REF é de um sistema financeiro com
suficiente grau de capitalização e liquidez, que também apresenta
"adequada capacidade" de suportar efeitos de choques adversos
decorrentes de cenários macroeconômicos ruins ou de mudanças bruscas nas taxas
de juros, câmbio, inadimplência e preço dos imóveis. "O sistema tem
solvência, liquidez e nível de provisão bastante satisfatório", disse
Meirelles.
O resultado dos testes de estresse aplicados pelo BC,
segundo Meirelles, mostraram um "sistema bastante robusto e plenamente
capaz de suportar situações de estresse". Mesmo nos piores cenários,
disse, e considerando que os bancos não façam nada diante da piora, o índice de
Basileia do sistema ficaria "bem acima" dos mínimos requeridos de
11%.
Pelos cálculos do BC, o índice de Basileia do sistema
financeiro fechou o segundo semestre em 16,7% uma alta sobre junho de 2014,
quando estava em 15,5%. O mínimo regulamentar hoje é de 11% - e vai subir a 13%
em 2019. O aumento do indicador decorreu da reversão das medidas
macroprudenciais, como mudanças em compulsório e nos fatores de ponderação de
risco para operações de crédito, que liberaram capital para os bancos. Conforme
informou o Valor em novembro, 80% da liberação de capital beneficiou os bancos
públicos.
O índice de Liquidez (IL) do sistema subiu de 1,71% no
primeiro semestre do ano passado para 2,02% no fim de 2014. Nessa métrica,
quanto maior o número, mais confortável é a situação de liquidez das instituições
financeiras. Esse índice representa a relação entre os ativos mais líquidos do
sistema bancário e os compromissos que a instituição teria de cumprir em um
prazo de 30 dias em um hipotético cenário de estresse.
De acordo com o BC, o Patrimônio de Referência (PR) do
sistema atingiu R$ 663,4 bilhões em dezembro de 2014, aumento de 7,1% ou R$
43,9 bilhões, sobre junho.