O senador Antnio Anastasia, PSDB, ex-governador de Minas Gerais, mandou ao editor o texto integral do aparte que concedeu ontem a discurso pronunciado pela senadora Ana Amélia, no qual ela analisou a crítica situação fiscal do governo gaúcho e as retaliações produzidas por Dilma contra o Estado.
Anastasia virá na segunda-feira a Porto Alegre para um debate na Assembléia sobre governança, o que inclui o tema da dívida dos Estados.
Leia:
Eu queria também fazer aqui uma manifestação de solidariedade ao Estado do Rio Grande do Sul. Como
disse muito bem V. Exª, o Estado do Rio Grande do Sul é um dos Estados não só
mais desenvolvidos, com os melhores indicadores e qualidade de vida do Brasil,
mas, sobretudo, é um Estado fundamental na formação da cultura brasileira, pela
sua história, pela sua tradição, pelo brio do seu povo, pela inteligência de
sua gente, pelas suas riquezas, por sua beleza natural, por sua arquitetura,
por sua culinária e, especialmente, por sua gente, pelos gaúchos, dos quais
temos aqui uma representação tão distinta, dos três Senadores, mas quero me
dirigir neste momento a V. Exª, uma gaúcha briosa, dedicada, batalhadora, que
tem o Rio Grande do Sul no seu coração, assim como o Brasil.
De fato, é muito triste nós observamos neste momento o
Estado do Rio Grande do Sul passando por uma crise tão grave. Minas Gerais –
eminente Senadora e caro Senador Dário Berger, que preside, neste momento, o
Senado Federal – passou por uma situação semelhante, no início de 1999, quando
o então Governador e ex-Presidente da República Itamar Franco assumiu o
governo, mas, por vontade dele, declarou uma famosa moratória, não pagou a
União Federal e também teve consequências. Mas havia ali outras questões que
não existem agora.
O que nós observamos, de fato, Senadora Ana Amélia, é que
os Estados federados e os grandes Municípios estão sangrados, em uma hemorragia
completamente incontida, no que se refere ao pagamento da dívida com a União
Federal.
E não é de agora que esse alerta vem sendo dado. Já faz
anos e anos a fio que os governadores – e eu me incluo entre eles – do último
quadriênio estão alertando a União de que a situação é insustentável. Só Minas
Gerais pagou, no último ano do meu governo, R$6 bilhões de juros para o Governo
Federal – juros de usura praticamente. É inadmissível numa negociação que foi
feita, num primeiro momento, para ajudar os Estados, mas que, num segundo
momento, lamentavelmente, ficou extremamente nociva. E os Estados não aguentam.
E, no Rio Grande do Sul, por ser um Estado já bem consolidado, um Estado
antigo, por isso, com um número alto de funcionários, com muitos aposentados,
como também em Minas Gerais e Rio de Janeiro, por exemplo, essas dificuldades
são maiores em razão do regime previdenciário.
Então, lamentavelmente, observamos que, neste momento,
como muito bem disse a Senadora Ana Amélia, a Federação deve surgir com a
palavra-chave: solidariedade. A Federação deve ser solidária, deve haver
reciprocidade: os Estados colaboram com a União, a União colabora com os
Estados.
No momento em que o Governador Sartori, um homem de bem,
dedicado, reconhecido, um grande administrador, pede socorro à União, ele tem
uma resposta negativa. E, ao contrário de qualquer tipo de negociação, o
Governo Federal, a meu juízo, de maneira até fria, declara o bloqueio das
contas, levando insegurança aos servidores gaúchos, aos fornecedores do Estado
do Rio Grande do Sul, a toda cadeia econômica daquele Estado, que já se
encontra debilitada. Não é hora de retaliação, é hora do diálogo e da
composição. A União Federal sabe muito bem como deve fazê-lo.
Eu queria, portanto, eminente Senadora Ana Amélia, trazer
aqui também essa solidariedade e o apoio, que tenho certeza de que é de todos
os brasileiros, ao Rio Grande neste momento.
Por convite da digna Assembleia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul, eu estarei, na próxima segunda-feira, em Porto Alegre
fazendo parte de uma mesa redonda técnica sobre temas relativos à governança.
Certamente, lá todos nós vamos, mais uma vez, de viva-voz, declarar nosso apoio
ao Rio Grande do Sul e à necessidade que a União Federal tem, neste momento, de
levar a sua mão a um dos Estados principais da nossa Federação. Parabéns pelo
seu trabalho. E a história da República de Piratini, com a bandeira tricolor
gaúcha, neste momento, está nas mãos de todos os Senadores desta Casa, que é a
Casa da Federação. Muito obrigado.
Vocês são cômicos, se o governo aceitar o calote do RS, terá que aceitar de todos os Estados, vocês não vivem dizendo que contratos tem que ser honrados?
ResponderExcluirContratos leoninos devem ser renegociados ou questionados judicialmente...
ExcluirAté senadores de outros estados se solidarizam com o Rio Grande do Sul.
ResponderExcluirAqui tinhamos o sr. Lasier Martins, hoje senador da república, que invariavelmente no Jornal do Almoço resolvia todos os problemas do RS.
- Onde Vossa Excelência está???
Apareça senador Lasier Martins. Venha resolver nossos problemas.
O governo brasileiro, que perdoou dívidas de US$ 1 bilhão dos países africanos com presidentes ditadores , financiou portos em Cuba, é solidário com bolivianos, venezuelanos, esse governo esquece dos gaúchos. O bloqueio de contas do governo do Estado, numa situação como essa, é uma sabotagem e uma crueldade sem tamanho.Como já disse antes,estes encontros de políticos,ex presidentes,pactos dali e daqui,união, é tudo fantasia e mentira...não existe união no Brasil...
ResponderExcluirOntem nossos três senadores foram para a tribuna defender o Rio Grande, com aparte de vários senadores de outros estados que também estão parcelando os salários de seus funcionários.
ResponderExcluirE onde está a União que centraliza os recursos e não os repassa aos estados? Que cria leis sem a devida contrapartida financeira para que estados e municípios cumpram, a exemplo do piso dos professores? Que concede anistia de dívidas a outros países, que concede financiamento a outros países e empresas amigas com juros subsidiados? Que cobra juros exorbitantes para os financiamentos dos estados?
Bem lembrado o anônimo das 08:56. O governo perdoou tantas dívidas por aí afora, fez benesses para enriquecer alguns ditadores africanos, mas quer ferrar com os gaúchos. É revoltante!
ResponderExcluirBrasileiros que geram fortunas em impostos são tratados como animais e estrangeiros que nem falam nossa língua são tratados com pão-de-ló , perdões de dívidas e ganham de presente refinarias. Pergunto, Dilma foi eleita para os brasileiros ou para os bolivarianos ????????_
ResponderExcluirA tola acha que atinge o pmdb. Atinge mesmo é o RS, que dará o troco nos petistas por todo o sempre. Vai fundo dilma, detona o pete.
ResponderExcluirEsse contrato leonino foi celebrado com o governo do partido do Aecio. O Pedro Malan foi recebido com festa aqui no RS pra assinatura.
ResponderExcluirO que estq acontecendo é muito bem feito, nosso povo dito "politizado" votou anos no atraso conunista chamado pt....e quem votou em mulla e villma tem que levar tapa na cara....
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