Cristina Kirchner foi indiciada nesta sexta-feira, 13,
pelo promotor responsável pelo processo de encobrimento dos acusados iranianos
no atentado a Associação Mutual Israelita (AMIA), em 1994, que deixou 85 mortos.
O fato agrava a crise institucional na Argentina - O procurador Gerardo Pollicita decidiu indiciar nesta
sexta-feira a presidente, o ministro das Relações Exteriores Hector Timerman, o
líder sindical Luis D'Elia e o deputado federal governista Andrés
Larroque pela denúncia apresentada pelo promotor Alberto Nisman quatro dias
antes de sua morte.
Nisman foi encontrado morto em seu apartamento no bairro
portenho de Puerto Madero apenas um dia antes de apresentar sua denúncia contra
o governo de Cristina Kirchner no Congresso Nacional Argentino. Segundo as
investigações do promotor, Cristina havia assinado um acordo diplomático
paralelo para deixar impunes os principais acusados iranianos de ter colocado
uma bomba na AMIA em 1994 em troca de favores comerciais do Irã.
A causa, conhecida como Causa 777/15, foi aberta no
juizado do promotor Rafael Rafecas e deve investigar a presidente e altos
funcionários de seu governo por um memorando de entendimento com o Irã assinado
em 2012.
O indiciamento de Cristina sacode a estabilidade
institucional na Argentina e soma ainda mais incerteza a um cenário político
conturbado apenas a alguns meses das próximas eleições presidenciais no país.
A morte misteriosa de Alberto Nisman é manchete nos
principais jornais internacionais e, dentro da Argentina, divide opiniões e
aprofunda a divisão política dentro da sociedade. Para o dia 18, quando
brasileiros estarão em plena quarta-feira de cinzas, argentinos prometem uma
grande mobilização pedindo justiça e que a morte do promotor seja investigada
sem interferências políticas.
Cristina é alvo de críticas por não haver se solidarizado
com a família do promotor morto, por atacar suas acusações e uma enxurrada de
insinuações contra o trabalho do promotor morto nas redes sociais oficiais de
seu governo. O governo tentou esvaziar a denúncia de Nisman o que causou
desconforto com a oposição e parte da população argentina.
O governo disse nesta sexta-feira que o indiciamento da
presidente é parte de uma “manobra para desestabilizar o governo”.
Promotores, juízes e opositores marcaram um protesto no
dia 18 de fevereiro em Buenos Aires - a data marca um mês da morte de Nisman.
A morte do promotor ainda é um mistério e a promotora
responsável pelo caso não descarta nenhuma hipótese, sendo suicídio ou
homicídio. As evidencias são complexas e muitas vezes contraditórias. A
ex-mulher do promotor morto, Sandra Arroyo Salgado, já demonstrou preocupação
com a lisura da investigação.
A Loca de lá deveria ser presa, assim como a Loca daqui!
ResponderExcluirTodo governante deveria passar por exames psiquiátricos! Poucos seriam aprovados.
ResponderExcluirEstivemos em Buenos Aires, há duas semanas, e havia muitos cartazes colados nos containeres de lixo questionando o assassinato do procurador. Teriam sido terroristas palestinos que teriam entrado na Argentina via Foz do Iguaçú com ajuda do Foro de São Paulo.
ResponderExcluir