Rafa era o emissário do doleiro Youssef. Ele delata tudo para a PF e para o MPF. Ele levava dinheiro sujo da OAS para o exterior.
Nos Países visitados para a entrega de dinheiro sujo da
OAS, também funcionavam escritórios da Petrobrás. Em todos eles foi Lula quem
abriu o mercado para a OAS. Investigações revelam conexões no exterior do
esquema de corrupção da Petrobras. A OAS, uma das empreiteiras envolvidas,
mantinha uma “conta-corrente” usada, entre outras coisas, para enviar dinheiro
sujo a vários países
. As revelações
são de Veja desta semana. Leia mais:
. Há duas semanas, VEJA revelou em detalhes como funcionava
a entrega de propina em domicílio, o já imortalizado “money delivery” do petrolão,
um serviço inovador em matéria de corrupção criado pelo doleiro Alberto Youssef
para agradar a “clientes especiais” da quadrilha que desviou bilhões da
Petrobras. Rafael Ângulo Lopez, braço-direito do doleiro, era quem comandava
esse setor.
. Isso era o que se sabia até agora. Detalhes inéditos do
arquivo em poder da Polícia Federal mostram que, além de implantar a entrega de
propina em domicílio em todo o território nacional, a quadrilha estendeu o
serviço de remessas a outros países.
. Destacado nos últimos anos para fazer a entrega de
quantias que variavam de 50 000 a 900 000 reais a figuras importantes da
República, como o ex-presidente e senador Fernando Collor, o tesoureiro
nacional do PT, João Vaccari Neto, governadores (Roseana Sarney), ministros do
governo Dilma Rousseff (Mário Negromonte) e deputados federais (Nelson Meurer,
Luiz Argôlo e André Vargas), o “homem das boas notícias”, como o carregador de
dinheiro era conhecido, também cumpria missões para as grandes empreiteiras do
cartel da Petrobras. Uma delas, a Construtora OAS, com 10 bilhões de reais em
contratos com a estatal, usava os serviços de Rafael Ângulo para levar dinheiro
sujo a pelo menos três destinos da América Latina, Panamá, Peru e Trinidad e
Tobago, todos países onde a Petrobras e a OAS mantêm escritórios e negócios
milionários com governos locais.
. Rafael retirava o dinheiro na sala do executivo José
Ricardo Nogueira Breghirolli, preso e apontado como o elo financeiro entre a
empreiteira e o esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Alojados em
grandes sacolas pretas, os pacotes de cédulas, divididos — dependendo da
ocasião — em euros, dólares e reais, eram levados do escritório da OAS para o
escritório de Alberto Youssef, em São Paulo. Depois, com a passagem comprada e
o dia da viagem definido, Rafael Ângulo viajava para o Rio de Janeiro, onde
iniciava a parte mais arriscada do trabalho. Em Lima, a capital do Peru, Rafael
entregava o dinheiro ao gerente de contratos da OAS Alexandre Mendonça. O ponto
de encontro era em uma universidade.